𝟭𝟱.⠀ doutrinas pessoais.

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CAPÍTULO QUINZE
doutrinas pessoais

⠀ ⠀ Amparados sob a Pedra da Caveira, o grupo observa a horda de morcegos pairar sobre suas cabeças por um certo período de tempo antes de, enfim, se afastarem, levando consigo os suspiros aliviados do quinteto, que tentava se acalmar após toda a adrenalina que experimentaram em tão pouco tempo e de forma tão extrema.

⠀ ⠀ Steve principalmente, uma vez que, ainda sentindo as dores das mordidas em seu tronco, se escora contra a rocha logo após haver se erguido do chão, levando uma das mãos ao local onde fora mais afetado.

⠀ ⠀ — Steve. — Nancy se aproxima.

⠀ ⠀ — Eu 'tô bem.

⠀ ⠀ — Ah, com certeza. — Alex ironiza, meneando a cabeça desdenhosamente.

⠀ ⠀ Mais do nunca, a garota tentava mascarar sua aflição através de altas doses de ironia, temperados em seu habitual humor ácido. Era isso ou ser a segunda surtada do grupo, logo atrás do próprio Eddie.

⠀ ⠀ — 'Tá perdendo sangue. — Nancy observa. — Vem cá, senta aqui. — ela o ajuda.

⠀ ⠀ Os demais apenas os observam, sendo Alex a mais incomodada com o sentimento de impotência que a consumia desde a visita inesperada de Eddie, e que se intensificou após a morte bizarra de Patrick. Finalmente ela conseguia experimentar com exatidão o tormento que se apoderava do peito de Munson em relação à Chrissy, e mais do que nunca, sentia-se perdida no personagem que criara de si mesma a respeito de sua postura ante as intempéries da vida.

⠀ ⠀ A garota assiste Robin se aproximar dos dois, ainda tagarelando algo sobre raiva, antes de afastar-se novamente, deixando com que Nancy terminasse de atar o tecido rasgado de sua roupa ao redor do tronco ferido de Steve. Alex, como uma boa observadora, não deixa de notar os olhares trocados entre Nancy e o amigo.

⠀ ⠀ Contudo, ela logo baixa sua fronte, segurando um sorriso ante a percepção que tivera a respeito de si mesma. Simons aperta os olhos diante da ameaça interna de admitir algo da qual ainda não tinha certeza se seria coragem ou fraqueza sua. Algo que a colocava em vulnerabilidade e que, assim como acontecia com Steve e Nancy bem diante de seus olhos, também lhe acometia; um conflito interno, e que tinha Munson como origem. As lembranças boas da tarde do dia anterior lhe eram frescas à memória, levando-a a menear a cabeça e morder os lábios diante da maldita sensação de borboletas, como que numa tentativa de dissipá-la.

⠀ ⠀ Eddie, que se mantivera de pé ao seu lado, se afasta por um breve momento, subindo sobre a rocha logo atrás de onde estava e observando o ambiente ao redor assim que chegara ao topo.

⠀ ⠀ — Então, — ele começa, sem desviar seu olhar da área. — Esse lugar aqui é tipo Hawkins, só que com monstros e coisas bizarras?

⠀ ⠀ — É bem isso. — Nancy responde, ajudando Steve a se erguer. — Cuidado com esses cabos. É uma mente coletiva. — ela avisa, ao vê-lo fazer menção de descer do local.

⠀ ⠀ — Como é que é? — ele questiona, observando o que pareciam vinhas circundando a rocha.

⠀ ⠀ — Todas essas criaturinhas aqui são tipo uma coisa só. — Steve explica. — Se você pisa no cabo, você pisa no morcego e no Vecna.

⠀ ⠀ — Mas que merda. — Alex resmunga, com o cenho franzido.

⠀ ⠀ Eddie se prepara para descer da rocha, tomando o cuidado de fazer conforme o que lhe fora orientado. Alex ergue a mão ao garoto, que aceita o gesto e a segura, antes de descer completamente do local.

HEAD OVER HEELS, eddie munsonDonde viven las historias. Descúbrelo ahora