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Não que eu não seja totalmente influenciada pelo meu ego ⎯ já sendo ⎯ eu só de alguma forma não consigo bater na porta desse senhor e dizer simples palavras! Aaaah! Eu estou acostumada a pedir desculpas mas

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Não que eu não seja totalmente influenciada pelo meu ego ⎯ já sendo ⎯ eu só de alguma forma não consigo bater na porta desse senhor e dizer simples palavras! Aaaah! Eu estou acostumada a pedir desculpas mas... com o tempo eu não consigo mais fazer isso de forma sincera.

Meu corpo estava tremendo, meu coração estava a mil! Aí meu Deus... acho que estou suando. Eu não consigo fazer isso, não mesmo. Estou tão nervosa que sinto que vou explodir!

Escuto passos em seu quarto e então me apresso para entrar no meu. Não, não consigo falar com o meu vizinho.

[•••]

Decidi tomar um ar e mais uma vez me senti só. Passei boa parte da minha vida tão preocupada em certas coisas que nunca tive tempo para me sentir só. Apesar de que era só eu e eu. Não sei se isso é a falta dele, passei tempo para me recuperar do sentimento da saudade. Acabei sendo cega demais e achando que só ele importava, mas era isso que ele implantava! Desde o começo me tratou como uma coisa tão única e preciosa, coisa que eu jamais tive. Isso me deixou sem ar, nas alturas, imaginando que tudo o que tinha naquele momento era por ele.

Mais uma vez o sentimento de culpa me consumiu.

Imaginei várias vezes se não tivesse planejado nossas vidas juntos, sonhado intencionalmente com ele todas as noites sem ao menos conseguir dormir direto. Me aproximado, não ter o deixado tomar conta da minha vida e pior ainda tocar em mim! Eu fui inútil, me ilude no meu próprio mundo e deixei com que ele me consumisse. Se eu não fosso tão burra, se eu não fosse tão idiota...

Concentrada em meus próprios e dolorosos pensamentos não olho o caminho a minha frente e acabo esbarrando em alguém.

⎯ Você está cega?! ⎯ O seu tom de voz... me lembra alguém.

Um tiro.

⎯ Ei! Está me escutando? Você não olha pro onde anda?!.

Dois tiros.

⎯ Maluca.

Três tiros.

Meu corpo fica em alerta, como se algo estivesse por vir. Ou pode ser o meu cérebro revivendo dores antigas.

Encaro o homem a minha frente me olhando confuso e estressado. Me olhava da pior forma possível. Ele me lembrava ele, os olhos profundos, a covinha esquerda proeminente... seus cabelos bagunçados e escuros.

Meu coração aperta, aperta a ponto de não conseguir respirar. Afetava todos os órgãos do meu corpo. Me sentia tonta e aérea, minhas cicatrizes aos poucos começaram a arder. Minha cabeça dói, dói tanto. Me sentia doente.

⎯ Você está bem? Está pálida. ⎯ o cara me olha estranho.

Não conseguia responder, estava confusa e sua voz soava distante. Entro em desespero e meus olhos enchem de lágrimas.

To Him Again Where stories live. Discover now