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As vezes você planeja tanto as coisas que esquece do que realmente deve fazer

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As vezes você planeja tanto as coisas que esquece do que realmente deve fazer. A cinco anos atrás eu planejei algo importante para mim, o meu relacionamento. O nome dele era Seo Ha-Jun, 1,78, o conheci na faculdade. Cabelos escuros, olhos frios mas com um sorriso doce. E lindas covinhas. Ha-Jun era bastante famoso, cursava pedagogia em minha classe. Me lembro da primeira vez que o vi, meu coração bateu tão forte que eu quase o sentir sair pela boca. Foi um misto de sentimentos incontroláveis, e foi naquele momento que eu havia encontrado o "amor da minha vida". Uma coisa bem relativa pois você não encontra o amor da sua vida, você escolhe. Assim como o amor, que não é um sentimento ou necessidade, é uma escolha. Mas voltando aos acontecimentos: eu me aproximei de Ha-Jun, éramos da mesma classe então foi mais fácil. Eu havia planejado a minha vida naquela época. Casar antes dos 30, ter dois filhos e ter uma vida financeira estável. Quando vi o jeito de Ha-Jun imaginei o quão bom pai ele seria. Decidi investir, por que não, não é mesmo? Só não imaginava o que seria depois.

Na calada da noite, em minha própria cabeça eu planejava nossos passos juntos. Da amizade começamos um relacionamento e depois de dois anos ficamos noivos. Ah como aquilo foi um momento mágico e incrível para mim... mas...

Ha-Jun mostrou comportamentos estranhos ao decorrer dos anos. Ele começou a se tornar agressivo, em palavras e depois em gestos.

Tudo o que eu fazia ele criticava.

comecei primeiro a odiar meu corpo pois ele dizia que estava gordo demais, com isso comecei dietas rigorosas.

Depois comecei a odiar meus olhos, ele dizia que eles eram estranhos e pareciam vesgos. Comecei a procurar cirurgias pela Internet.

Comecei depois a odiar meu cabelo, ele dizia que era sem graça, logo após comecei a pintar e ele quase teve um corte químico.

Comecei a me calar mais pois ele dizia que estava cansado da minha voz.

Depois aos poucos meu sorriso foi sumindo.

Minha cabeça estava pertubada. Ele chegava tarde, estressado em casa, dormia comigo e acabou. Nada mais, nada menos. Tudo estava sem graça, estava triste e decadente. Nem ao transar ele se sentia animado. Era a mesma cara emburrada.

Comecei a achar que o problema estava em mim, era o mais óbvio para mim naquele momento de preocupação. Ele gritava muito comigo reclamando de tudo o que eu fazia, então era óbvio que a culpa era minha.

Tentei mudar mais, roupas, cabelo, maquiagem, corpo... tudo... queria trazer o sorriso dele de volta pois só assim tudo na minha vida daria certo.

Estava preocupada, não dormia a noite, chorava direto. Não conseguia me concentrar na faculdade e não conseguia trabalhar.

Um dia recebi a visita de um velho amigo, ele o estranhou, o expulsou de casa e alegou uma traição. Tentei me defender mas foi ai que ele me bateu, senti sua palma da mão forte em meu rosto. Foi como uma chicotada em minhas costas. Foi pesado, duro e desprezível.

Por um momento fiquei desnorteada e ele contou que a culpa de tudo era minha novamente, eu fiz isso, eu fiz aquilo, eu destruí tudo. Pra mim, naquele choque eu realmente achei estar errada. Ele ameaçou de ir embora e terminar tudo, mas eu queria casar, queria continuar com ele. Estávamos tão felizes, éramos felizes não podia ir embora, não, eu precisava dele. Queria a alegria de volta.

Tudo o que eu fazia ele ameaçava ir embora, me proibia de sair com as amigas e amigos. Me permitiu terminar a faculdade. Por um certo tempo tudo estava "tranquilo", para a casa. Para mim, eu estava agonizada, me perguntando por que ele não me olhava mais, não me tocava mais.

Doía achar que a culpa de tudo era minha.

Eu ainda o amava e não queria desistir do nosso amor tão fácil.

Persisti cada vez mais, mas as dores de seu cinto ainda marcam minhas costas. Talvez eu deveria ter tentado de outra forma.

Tentei de outra forma, mas as marcas de sua mão marcaram meu pescoço.

Tentei outra e meu rosto encheu de suas mãos.

Não importava qual forma eu tentava, sempre eu estava errada.

Minhas amigas descobriram as marcas em meu corpo e me pediram para denunciar e acabar com isso mas eu tinha medo de perdê-lo. Eu não posso, não podia.

Até que um dia elas mesmo fizeram isso, ele foi preso e eu separada dele.

Passei dias sem comer, beber água ou tomar banho. Me sentia culpada pela sua prisão. Sihyeon me acolheu e cuidou de mim, me fez entender tudo o que eu precisava e depois de 5 anos em um relacionamento eu finalmente consegui sair.

Meus olhos foram abertos e eu não chorava mais por ele, mas sim por mim. Com isso, peguei mais outra depressão e tentei melhorar sozinha. Isso me ajudou a entender muitas coisas.

Agora, estou me despedindo delas para tentar melhorar em um resort longe de casa. Elas fizeram o pedido por mim e disseram que seria bom ficar despreocupada por um tempo e me divertir. Esquecer todas as dores.

To Him Again Onde as histórias ganham vida. Descobre agora