PRÓLOGO

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As vezes os sinais são tão claros quanto uma luz ofuscante que nos cega. Mas o desespero é tão intenso que inconscientemente escolhemos simplesmente não ver. E adiamos o inadiável e momentaneamente evitamos o inevitável. Até que aparece as consequências de nossa cegueira e então não há mais escapatória a não ser encarar a dura e fria realidade. Mas quem nunca amou um garoto mal, não é mesmo? São os favoritos, os bad boys, até achamos que o "amor" pode fazê-lo mudar. Que nós – boas meninas –, somos a salvação para sua perdição. 

O problema talvez tenha sido esse. Não era meu favorito, e eu não era a boa menina. Era sempre contrária aos desejos da família. Minha mãe queria que eu estudasse moda, bem comum das garotas italianas. O país da moda. Mas eu queria algo brutal e com adrenalina, ser uma oficial de polícia, das forças especiais. O pesadelo vivido e diário da minha mamma. 

Talvez meu erro tenha sido encontrar ele justo quando entrei para as forças especiais. Estava  comemorando – e levemente bêbada–, e pela primeira vez em muito tempo havia visto um homem que dissesse tudo o que eu queria ouvir, e que não tinha medo por eu ser uma policial. Aquele dia foi o início do meu fim. Perdi minha essência, e aceitei o inaceitável. Só me restou dor, traição, perda e morte. 
E

aqui começa a nossa história.

"Se estiver lendo isso, certamente estarei morta".

À Espreita - Máfia ItalianaWhere stories live. Discover now