― Minha roupa está adequada para a festa. Você que parece uma desabrigada com essa roupa. ― Scarlet zombou da simples roupa que a amiga usava, sentindo-se confortável com a sua.

― Onde está Henry? ― A menina olhou ao redor, não avistando o garoto, que gostava de participar de todos os corais de Brandon.

― Ele saiu um pouco antes de vocês chegarem. O treinador dele está levando essa corrida muito a sério ― os três começaram a sair do local, dirigindo-se para fora, onde o ambiente estava cheio de barracas de comidas e brinquedos infláveis. Era uma grande diversão para quem vinha de fora.

― Estou faminta, Marty nem me deixou comer antes de sair ― resmungou Scarlet.

― Se você tivesse me dito que queria chegar só no fim do coral, então eu não teria praticamente passado por cima daquelas ovelhas ― respondeu irônica, e Collins revirou os olhos.

― Então vamos comer. Quem chegar por último na barraquinha do Jonas paga a conta ― propôs Brandon, saindo correndo sem dar tempo para que elas pensassem.

Scarlet, que estava de botas, ficou para trás. ― Isso não é justo, estou de botas ― reclamou, ofegante, tentando alcançar.

― Ganhei! ― Brandon comemorou, mexendo-se todo.

― Não gostei. Eu estava de botas, e foi mais fácil para vocês correrem ― reclamou Collins, cruzando os braços.

― Sinto muito, amorzinho, mas serei gentil e pegarei um lanche dentro do orçamento ― aproximou-se Brandon, dando um beijo na namorada. Austin começou a rir, imaginando o lanche que Brandon escolheria.

Martinne pegou um bolo de chocolate, enquanto Brandon escolheu várias roscas doces, causando um belo prejuízo, e Scarlet optou por pipoca.

― E aí? ― Henry aproximou-se dos três e pediu água a Jonas.

― Tudo bem, Henry? ― Brandon cumprimentou o amigo com um toque. A aparência do garoto mostrava muito cansaço, e ele realmente estava exausto, tendo enfrentado uma semana difícil.

― Tô bem sim. Consegui escapar do treinado Mason. Ele não me deixa nem piscar os olhos.

Brandon e Scarlet haviam sumido deixando Martinne na presença somente de Henry. ― Você não me parece muito bem. Deveria descansar. ― o menino abre um sorriso quando percebe a preocupação da amiga.

― Não se preocupe comigo Martinne, eu estou bem e logo essa corrida acaba e volta tudo ao normal.

Ela deu risada mas sabia que era mentira, o amigo estava sob pressão e que a insegurança se fazia presente.

Henry pegou a mão de Austin e foram para as barracas de jogos. O jogo era de tentar atirar no bico do pato pelo menos três vezes.

Ele acertou em qualquer lugar do pato menos no bico.

― Isso é injusto, aquele jogo é roubado. ― Bitencourt disse raivoso.

Martinne começou a rir que nem uma doida fazendo as pessoas a encarar estranho. ― Desculpa, mas eu não me segurei. ― ela ria mais. ― Não dá, você é pior que Scarlet tentando me acertar a escova.

― Henry Bitencourt? ― O homem grisalho se direcionou ao menino que afirmou com a cabeça. ― Sua corrida irá começar em quinze minutos.

Henry fez uma expressão triste e se despediu de Martinne e acompanhou o moço, a garota iria procurar os amigos para poder sentar juntos mas recebeu uma mensagem de Scarlet dizendo que estava na arquibancada dois.

Assim que ela chegou os corredores já estavam começando a se posicionar em seus lugares, o Henry era o número 05, diferente de antes ele estava com roupa de corrida azul. Seu cavalo era o Theodore, um dos melhores cavalos do rancho do Gilbert Johnson.

Martinne não iria mentir, queria muito que amigo ganhasse.

O menino subiu no cavalo de crinas brancas e olhou para os amigos, Austin conseguiu ler sua expressão, ele estava inseguro com essa corrida. Ela pode acompanhar um dos seus treinamentos e todos no rancho estavam contando com que Bitencourt ganhasse.

Os cavalos foram posicionados, o apresentador lançou a largada, seria um perímetro grande com alguns obstáculos para pular. O número 2 ficou para trás e em poucos minutos o número 8 disparou na frente com seu cavalo Diner, mas algo pareceu fazer o cavalo diminuir a velocidade mas não o suficiente para Henry ultrapassar. O corredor 3 conseguiu alcançar a velocidade do 5 e do 8, Austin conseguiu ver a preocupação do treinador Manson quando o cavalo de Bitencourt diminuiu a velocidade, a arquibancada estava eufórica.

O corredor número 3 tentou passar na frente, mas o número 8 não deu espaço, e os cavalos se encostaram. Diner se assustou e parou bruscamente. Henry conseguiu acelerar com seu cavalo.

O garoto superou os obstáculos, deixando o número 3 para trás. Ele estava perto da linha de chegada, mas, num instante, o corredor número 3 passou disparado na sua frente, alcançando a linha de chegada.

A multidão explodiu em aplausos enquanto o vencedor comemorava a vitória. Henry, desapontado, desceu do cavalo e se dirigiu aos amigos, com um olhar abatido.

― Você foi incrível lá, Henry. Quase ganhou ― disse Martinne, tentando consolá-lo.

― É, foi por pouco. ― concordou Brandon, colocando a mão no ombro de Henry.

Scarlet tentou animá-lo também. ― Na próxima vez você vai arrasar, tenho certeza.

Henry forçou um sorriso, agradecendo-lhes, mas o olhar cansado não passava despercebido.

― Vamos dar uma volta, esfriar a cabeça. ― sugeriu Martinne, e os quatro começaram a caminhar pela feira, desfrutando dos diversos jogos e atrações.

Quando a noite caiu, todos se reuniram para assistir ao grande teatro. Sentaram-se juntos. Henry parecia mais relaxado, envolvido na atmosfera mágica da presença dos amigos.

Ao final do teatro, um lugar de encanto e ilusão, onde a magia das histórias ganha vida diante dos olhos do público. No entanto, naquela noite fatídica, as cortinas se abriram novamente para um espetáculo de tragédia. O brilho dos holofotes foi substituído pela escuridão da morte, deixando um clima pesado pairar sobre o palco.

A história começou, com os personagens  secundários falando suas falas e coreografias, buscando transmitir emoções e dando a vida para ser um bom espetáculo.

No entanto, durante uma cena um grito agudo cortou o ar. Os membros da equipe correram para o palco, apenas para se depararem com um cenário aterrorizante. No centro do palco jazia o corpo imóvel de um dos atores principais, com uma faca cravada em seu peito.

A comoção e o desespero tomaram conta de todos os presentes. A equipe de produção entrou em pânico, chamando os paramédicos e a polícia. As pessoas na plateia saíram correndo com desespero e o elenco, atordoados e em choque, tentavam entender o que havia acontecido. Entre lágrimas e gritos de angústia, a notícia da morte se espalhou pelos cantos de toda a festa, lançando uma sombra sombria sobre o ambiente.

A comunidade ficou em choque com a notícia, o que era para ser uma apresentação memorável agora se transformou em uma tragédia inimaginável. O teatro, um lugar de sonhos e fantasias, foi transformado em uma cena de crime, repleta de mistério e incerteza. A morte do ator deixou uma marca indelével na história daquela produção teatral, uma cicatriz emocional que iria perdurar por muito tempo.

Vermelho: a cor do sangueWhere stories live. Discover now