Retorne à superfície

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Sua aflição aumentou.

Konohamaru olhou para o ômega em seus braços, assustado com o puxão em sua blusa e nada o havia preparado para o que viu a seguir.

Naruto estava em meio a um ataque de pânico.

— Ei, Naru. Olha para mim, por favor — o alfa se sentou na cama e puxou o corpo mole consigo, o sentindo tremer como se convulsionasse. O par de olhos safiras lhe encararam e o que viu assustou o adolescente. A face antes pálida do ômega estava levemente roxa, os lábios abertos não soltavam nenhum som ou ar. E os olhos… Os olhos de Naruto já não continham vida — Naruto, pelo amor de Deus, respira. Olha pra mim, olha pra mim, por favor. Escuta minha voz, Nii. Foca na minha voz.

Naruto ao ver o semblante assustado de seu irmão, se sentiu um monstro por ser o causador daquele olhar. Queria tocar o rosto do alfa que mesmo maduro, era jovem, e sorrir dizendo que tudo ficaria bem, ele era o mais velho ali, ele quem deveria cuidar do alfa. Mas sabia que não conseguiria, sentia que iria desmaiar e sua visão já começava a ficar turva pela falta de oxigênio.

Konohamaru passou a chorar alto quando viu seu irmão beirando a inconsciência, nenhuma das crises que presenciou era como aquela. Ele não sabia o que fazer, ele não tinha o que fazer. 

O alfa era apenas um adolescente afinal.

Quando Naruto já havia desistido de buscar o oxigênio e Konohamaru parecia perto de colapsar junto com o menor, a porta foi aberta com violência dando entrada para dois alfas lúpus que carregavam um semblante real de puro medo.

Meu Deus.

Menma paralisou no lugar ao presenciar a cena que ficaria para sempre em sua memória e seria relembrada em seus piores pesadelos, seus irmãos… Seus pequenos irmãozinhos.

Minato não se permitiu parar, não havia tempo. Os feromônios fortes de dominação de um alfa lúpus adulto tomou todo o cômodo, fazendo as proles reagirem ao cheiro do pai.

O mais velho seguiu até a cama onde suas duas crianças completamente aterrorizadas estavam e tomou o menor dos braços do castanho, que nem resistiu, não tinha forças para isso. Ao posicionar o corpo mole corretamente na cama, o patriarca Namikaze se inclinou sobre o ômega e agarrou seu queixo com firmeza enquanto o encarava sem vacilar.

— Ômega, respire — a voz de comando do alfa fez Naruto abrir os olhos e o encarar, seu rosto agora se encontrava completamente roxo. Um engasgo subiu pela sua garganta quando uma lufada de ar finalmente havia entrado em seus pulmões, lhe trazendo para a realidade.

O ômega sentiu mais lágrimas brotarem em seus olhos ao ver o rosto maduro de seu pai, seu protetor. Os olhos azuis de Minato se encontravam completamente pretos e seu semblante rígido, mas Naruto podia ver, podia encontrar naquelas duas ônix a preocupação, o medo e o amor que tanto necessitava naquele momento.

Seu lobo soltou mais uma lamúria, porém, dessa vez de agradecimento. Seu pai estava ali para o proteger.

— Venha, meu filhote — o ômega levantou os braços para o mais velho e foi pego com cuidado, sentindo os feromônios de proteção o rodear, juntamente com os braços de seu pai.

Minato se sentou na cama com o pequeno e trêmulo bolinho em seus braços e suspirou calmo ao vê-lo fechar os olhos e se encolher em seu colo, confiando em sua proteção. O lúpus beijou a testa suada de seu filho e cheirou os cabelos loiros, uma característica física sua que seus gêmeos haviam herdado, para orgulho do alfa.

— P-papai…

O patriarca abriu os olhos ao ouvir o chamado e sentiu uma nova onda de preocupação o abater ao olhar para seu caçula, ainda inconsolável e fragilizado.

My SunshineWhere stories live. Discover now