7. Memórias

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Olá! Esse capítulo é novinho em folha, não estava na primeira vez que a fic foi publicada. É um capítulo importante!

Boa leitura❤️

💣

Louis estava atordoado e chegou em casa sem saber realmente o que estava fazendo, sua mente aérea não assimilava direito o que estava acontecendo ou ações cotidianas, ele nem mesmo sabia como conseguiu dirigir até sua casa em segurança, sem atropelar alguém ou bater o carro em uma árvore no meio da estrada. Desceu do carro, sem saber como reagir, seu corpo tremia e ele estava em completo choque, quase em pânico, e ele cambaleou ao subir as escadas, nauseado e agoniado.

Harry estava grávido. Grávido dele!

Trêmulo, ele entrou em casa e fechou a porta. Ainda era dia, mas aquilo não tinha importância alguma, ele simplesmente foi para o seu escritório e se trancou ali, pegou uma garrafa de whisky e se sentou em um dos sofás, abalado e confuso, incrédulo pelo que tinha ouvido. O rapaz bonito com quem tinha um casinho sem compromisso estava grávido dele e um turbilhão de emoções percorria o corpo de Louis, sem saber como reagir ou o que fazer, estava perdido, estagnado em seus próprios traumas de infância.

Desde que Harry o abordou na rua e lhe deu a notícia de uma forma bastante sutil, Louis só conseguia se lembrar do seu pai e de como sofreu quando era pequenininho, e ter aquelas memórias infames o atormentando quase trinta anos depois era doído, sofrido. Não que já não estivesse acostumado com a vozinha endiabrada em sua mente o lembrando constantemente do seu passado, afinal aquilo o impedia de seguir sua vida como qualquer pessoa normal - normal para a época - e era a razão para evitar casamento e filhos a todo custo, mas lá estava ele, abalado e angustiado porque tinha engravidado alguém.

E não era qualquer alguém, era Harry, o rapaz mais bonito que já pisou naquela cidade suja e cinzenta, um rapaz lindo em todos os sentidos, tanto em beleza externa quanto em coração, e foi inevitável para Louis não se afeiçoar a ele. Em toda a sua vida, Harry foi o único que despertou nele uma curiosidade genuína de saber mais, de querer estar pertinho, e Louis tinha uma necessidade absurda de protegê-lo, de mantê-lo longe daquela bagunça que era os Donny Wolves, e no final das contas acabou falhando com ele, com uma pessoa que não merecia qualquer proximidade com o mundo do crime.

Louis gostava verdadeiramente de Harry, achava que o rapaz era uma luz em sua vida, alguém que o fazia rir e ele achava seu sorriso a coisa mais linda do mundo. Ele não era bobo, sabia que estava se afeiçoando a ele mais do que deveria e não queria trazer Harry para a sua vida, para aquela coisa toda da gangue e colocá-lo em perigo. O sexo também era incrível e toda vez que se lembrava do momento do beco, da entrega daquele rapaz gostoso, do jeito que ele o olhava enquanto transavam, dos sons que ele emitia ao ser comido forte... porra, Louis ficava quente só de pensar.

Estava perdido, em um conflito interno entre manter somente um sexo sem compromisso e sua amizade com benefícios, ou qualquer coisa que acordaram, ou se se rendia à fagulha que queimava em seu peito. Louis o queria, muito, mas tinha medo de fazê-lo sofrer, por isso mantinha-se distante, frio e até um pouco severo, não porque queria magoá-lo, era uma forma de protegê-lo não somente da gangue e de tudo que vinha com ela, mas também da bagagem que o próprio Louis carregava e era tenebrosa, obscura e profunda.

Harry não merecia isso, não merecia alguém como ele em sua vida e Louis sabia muito bem disso. Harry era luz e ele era trevas, aquilo era claro como cristal e não seria justo com o rapaz trazê-lo para a sua vida quando sabia muito bem os riscos que o aguardavam. Harry merecia alguém doce, um homem de emprego honesto e que pudesse lhe fazer plenamente feliz e Louis ficava machucado ao pensar naquilo porque sabia que aquele homem não era ele. Nunca conseguiria fazer Harry feliz, embora soubesse que conseguiria dar a ele uma vida bastante confortável e luxuosa, com tudo que o dinheiro pudesse comprar, poderia cobri-lo de jóias e casacos de pele, mas aquilo tudo não valia o risco. Nenhum dinheiro no mundo valeria o risco de colocar sua vida em perigo simplesmente por estar com ele.

Lobos de Doncaster | Larry StylinsonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora