II | 3. Cúmplice

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Olá!

Aqui vai a att!

Boa leitura❤️

💣

Harry respirou fundo ao se olhar no espelho do banheiro dias depois, era manhã de sábado e felizmente não precisaria ir para a loja de especiarias naquele dia. Inclinou-se e arregalou os olhos ao ver que tinha aparecido mais fios brancos em seus cabelos, bem na frente. Fez um biquinho, frustrado, não queria parecer velho, sua pele estava ótima e com poucas rugas, tinha o maior cuidado com ela, mas seus cabelos entregavam sua idade. Suspirou e apoiou as mãos na pia de cerâmica verde, pensando se Louis ainda o desejaria com os sinais de envelhecimento ou se o largaria para buscar um rapaz de vinte anos por aí. Seus olhos marejaram, inseguro, e lavou o rosto, encabulado com aquilo.

Ficava chateado com os sinais de que a idade estava chegando, sabia que eram dois pesos e duas medidas. Para a maioria dos homens – ou seja, aqueles que eram incapazes de engravidar – fios brancos ou cabelos grisalhos eram sinônimo de maturidade e era considerado charmoso, mas para homens como Harry, tudo era diferente porque deveriam estar sempre belos para seus esposos e cabelinhos brancos não eram vistos como beleza, mas sim que o tempo tinha passado.

Enxugou seu rosto com uma toalha e ouviu o movimento dos cobertores no quarto, Louis já tinha acordado e Harry engoliu em seco ao se olhar novamente no espelho. Naquela manhã, usava apenas um robe de seda preta, tinha dormido com um pijama simples, mas já havia tomado um banho rápido depois que acordou e ele fitou seu reflexo, os olhos verdes brilhantes e grandes, a boca carnudinha estava um pouco mais fina, tinha agora algumas ruguinhas perto dos olhos e linhas de expressão na testa. Grunhiu e deixou a toalha no gancho antes de ir para o quarto.

Viu Louis encostado na cabeceira da cama, os cobertores cobriam apenas suas coxas e sua barriga magra e sarada estava exposta, o peito definido com a tatuagem fez Harry lamber os lábios e seus braços musculosos o deixou de pernas trêmulas. Piscou ao olhar para o marido, ele tinha uma correntinha de prata ao redor do pescoço e o pingente era uma pequena medalha de São Jorge – Louis era devoto, por mais curioso que fosse – e Harry o assistiu se inclinar para apanhar a carteira de cigarros na mesinha de cabeceira, acendeu um e tragou antes de olhar para ele de um modo sério e sensual.

— Bom dia, amor. — Louis soltou a fumaça e lambeu os lábios ao descer o olhar pelo corpo de Harry, ele estava delicioso só com aquele robe de seda preta, a fita na cintura amarrada em um laço abraçava suas curvas, seu peito parcialmente exposto e a clavícula magra o deixou quente.

— Bom dia. — ficou corado. — Você acha que estou velho?

— Tenho nove anos a mais que você, Harry. — passou as mãos pelos cabelos lisos e os colocou para trás, mas os fios sedosos voltaram para a frente. — Se você estiver velho, eu sou uma múmia.

— Estou falando sério, Louis! — reclamou. — Acha que estou velho? Meu pescoço está caído? Minha bunda está mole?

— Você está gostoso. — tragou novamente e deu um sorriso safado. — Sempre foi e sempre vai ser. Eu te amo e vou te desejar até o último dia da minha vida.

— Mesmo? — fez um biquinho.

— Mesmo. Sua bunda é a coisa mais gostosa que já vi e já comi. — riu baixinho e Harry corou. — Sem pudor, amor, já passamos por muitas coisas e já te fodi muito para você manter essa fachada de recatado.

— Você é um safado. — murmurou e se aproximou da janela. Abriu as cortinas grossas e a luz da manhã entrou no quarto, ainda era cedo e percebeu as folhas do canteiro diante da casa cobertas com orvalho. Era outono e o sol não tinha subido o suficiente para esquentar a cidade. — Ainda está cedo.

Lobos de Doncaster | Larry StylinsonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora