this is gonna be one of those things.

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Estrela freou bruscamente ao ver algo na estrada. Harry caiu de bunda no chão e sentiu a cobra cega roçar seu calcanhar.

"Ew."

Ele deu um chute no animal, que rastejou de volta para o mato. Estrela continuou agitada por um bom tempo, forçando Harry a caminhar segurando a corda.

Quando chegou em Folks, tudo parecia calmo demais. Sem nenhum drama cotidiano ou briga entre cônjuges.

Ele piscou, observando uma mulher assoprar uma xícara de café e se sentar ao lado do xerife no banco da delegacia.

Estrela o deixou montar quando se sentiu mais segura e habituada ao ambiente. Harry cavalgou com ela até seu pequeno muquifo, sentindo falta das bufadas que Astro dava ao perceber sua chegada. Ele estranhou, tudo ainda parecia quieto demais.

E foi nesse momento que Harry percebeu sua cama meio revirada, a porta da geladeira aberta e a janela escancarada.

Ele não teve muito tempo de absorver aquela informação até sentir a visão embaçar e tudo ficar terrivelmente escuro.

[...]

Quando acordou, seus olhos estavam com pequenos pontinhos pretos. Ele piscou algumas vezes até se situar.

Quem quer que seja a sua frente, foi extremamente minucioso. Um pano marrom cobria seu rosto e ele falava no telefone com alguém.

Harry olhou ao redor e tudo que conseguiu foi ver mato. Um extenso e vasto território só de mato. Talvez não estivesse tão longe de casa.

"Você tem certeza?" O homem falava com vai saber quem. Seus olhos eram um tom escuro de marrom e sua calça estava suja de terra. "Certo" Ele disse, tirando uma faca do bolso.

Harry arregalou os olhos ao perceber os passos duros e certeiros chegando até ele. Seus pés não se moviam, muito menos suas mãos. Ele estava em completa mercê.

"Não vou me divertir hoje, mas você vai, colega." O homem dissera, tirando a mordaça da boca do cacheado.

"Filho da puta."

Foi tudo que dissera, ganhando um belo soco no rosto, que foi seguido de mais três.

Seu maxilar pulsava de dor, mas sua pose não vacilou.

"Acabou, mocinha?" disse. "Tenho muita coisa pra fazer hoje."

O homem grunhiu amarrando a mordaça novamente, amaldiçoando aos céus.

Foi rápido, e não foi nada indolor, mas aconteceu. A faca estava enterrada na coxa esquerda de Harry, e puta que pariu, talvez ele devesse ter implorado por misericórdia.

Ele ouviu galopes violentos vindo de longe, e já se imaginou levando mais algumas facadas. Talvez eles estivessem vindo pra terminar de esfaquear Harry.

Argh, por que ele só não ficou naquela colina desejando que o tempo voasse a as flores abertas morressem de uma vez?

A faca foi retirada da sua perna, e a dor parecia ter se triplicado. O homem não pareceu satisfeito, arranhando o rosto de Harry com o objeto.

Quando os galopes pareceram ainda mais altos, o homem se agitou. Ele jogou a faca no meio do mato e deu um chute em Harry, o forçando a se deitar no chão.

Harry gritou como nunca antes, e por mais que tivesse sido abafado pelo pano, talvez tivesse funcionado, porquê sentiu o arrepio na espinha ao vislumbrar o corpo do cavalo e as pernas de alguém descendo do mesmo.

"Merda." A pessoa grunhiu, de costas, se pondo a correr atrás do homem que fugia.

Nesse ponto, a visão de Harry estava um pouco afetada considerando o tanto de terra que entrou nos seus olhos ao ser jogado no chão.

Por outro lado, sua audição se aguçou e ele ouvia em alto e bom som tudo a sua volta. Os disparos estavam perto demais e repentinamente o foco não foi a dor dilacerante que se concentrava na sua coxa, e sim o fato de que talvez ele pudesse morrer ali, naquele momento.

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