Eu estava morrendo de vergonha. A Bruna fez aquilo de propósito e deixou isso bem explícito.
Sabe-se lá o que o Gustavo Scarpa estava pensando de mim agora. Talvez que eu era uma maluca que acabou de ficar solteira e quer pagar de superada?
— Você joga no Palmeiras também? – Puxei um assunto qualquer só para sair desse silêncio constrangedor. — Sim, desde 2018 – Deu risada — Pouquinho tempo — Nossa, muito legal. Parabéns pelo título. A Bruna estava lá assistindo, pelo que ela me contou foi um jogão daqueles – Respondi da melhor forma que eu consegui, não entendia nada sobre futebol.
Respirei aliviada quando o Scarpa parou em frente a uma porta e não foi preciso prolongar o assunto.
— Bom, aqui é o banheiro – Sorriu gentilmente — Obrigada. Desculpa pelo incomodo, não quis parecer uma doida ou algo do tipo – Poderia não ser a melhor coisa a se falar no momento, mas eu precisava falar isso pra tirar esse peso das minhas costas.
Entrei no banheiro e fui logo ligando o chuveirinho. Lavei minha rasteirinha e em seguida meu pé.
Enquanto me secava fiquei pensando no Scarpa. Gostei dele. Já ele, deve achar que eu tenho alguns parafusos a menos.
Mas também, esse tipo de coisa só acontece comigo, não é possível uma pessoa ser tão "sortuda" quanto eu. To até ansiosa pra saber qual será meu novo mico.
Quando calcei minha rasteirinha me dei conta que não foi uma ideia muito boa ter lavado ela, mas fazer o quê? Já foi.
Andando em direção a piá até senti ela meio escorregadia, obviamente porque estava molhada. Pensei em tirar, mas meu pé estava limpo e logo ela estaria seca, então lavei minhas mãos na maior tranquilidade.
Quando abri a porta, dei de cara com o Scarpa. Só pensava o que caralho ele ainda estava fazendo aqui. Dei um sorrisinho, não fazia ideia do que falar. Pensei ter me "despedido" dele antes de entrar no banheiro.
— Melhor agora? – Disse se referindo ao meu pé. — Muito melhor, estava toda grudenta – Dei risada. — E aí, quantos anos você tem? — 24. E você?
Nessa hora dei um passo em falso, o que foi suficiente para me fazer escorregar e cair um belo tombo. Pronto. Está aí meu mais novo mico. Se eu soubesse que iria ser esse, pensaria duas vezes antes de ficar ansiosa para descobrir.
Olhei para trás e o Gustavo estava rindo, rindo com gosto. Como eu queria cavar um buraco e desaparecer. Será que dá tempo de fingir um desmaio?
— Se machucou? – Me estendeu a mão, segurando a risada — Não – Queria dar uma de brava, mas logo comecei a rir da situação. — Você bebeu? Porque assim... – Deu risada, novamente. Deve ter se lembrado da minha queda. – Foi O tombo, muito engraçado, você caiu toda torta, não sei se bebeu, mas pareceu muito uma bêbada.
Que lindo, amei ouvir isso.
Ele poderia não me achar louca antes, mas depois disso...
Pelo menos, só ele viu. Lógico que ele iria contar para os outros, mas só ele viu, Graças a Deus.
— Eu bebi, mas só um pouco. Não queria ficar bêbada hoje, mas se eu soubesse que tudo isso ira acontecer, já teria bebido todas, aí eu poderia colocar a culpa na bebida.
Tirei a rasteirinha, queria jogar longe, mas segurei elas e desci as escadas tentando parecer plena. Só parecer mesmo. Porque plena eu não estava nem mesmo antes de cair, depois desse tombo então. Dei risada do meu próprio pensamento, era rir pra não chorar.
— Maluca demais, tá doido – Scarpa deu risada balançando a cabeça em negação.
Meu olhar se encontrou com o da Bruna e eu olhei para ela implorando socorro, a mesma entendeu e veio em nossa direção.
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Oi oi
Desculpem a demora pra aparecer.
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Obs.: Capítulo não revisado
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