01 - Não há chances de dá merda, há?

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— Aeh, cai com a gatinha da Mitsuha! — Taehyung comemora como se tivesse ganhado um prêmio, só porque ela é, de acordo com ele, a japonesa mais linda que ele já viu em toda a sua vida. — É hoje que namoro, escuta bem isso.

— Ela nem te dá bola, boa sorte! — eu digo, ao revirar os olhos em puro tédio.

Taehyung é bissexual como eu, mas ao contrário de mim, ele se arrisca quando tem interesse, coisa que acontece a cada três meses, ele sempre leva um fora, promete que nunca mais irá se apaixonar, mas o coração bobo e inocente o engana com gosto e o faz reatar com sua promessa.

— É hoje que ela vai descobrir que somos o destino do outro. — ele arruma a gola do uniforme mauricinho e coloca as mãos por detrás da nuca, deixando os cotovelos erguidos. Novamente, eu reviro os olhos. — Troca o disco, Jimin. Pelo menos eu tento e não fico encarando que nem bocó, coisa que você faz com o esquisito do Jungkook.

Mais um revirar de olhos, e vem uma risada do meu melhor amigo logo em seguida. É, a amizade não foi com ele mas o peso dele ser a imagem impecável do seu irmão faz com que eu confunda as coisas e o olhe com certa frequência, é mais quando as memórias de um belíssima amizade vem a tona, não é sempre, mas como Taehyung tem certa convivência comigo... Bom, ele acaba reparando até de mais.

— Eu nem o olho tanto assim, para de ser idiota. — decido me defender verbalmente, como se adiantasse de alguma coisa.

— Então chegou a hora de você falar com ele, ele nem é tão ruim assim, digo isso por experiência própria. — ele da aquele sorriso quadrado encantador, ajeitando os seus cachos indefinidos e suspirando por conta do nervosismo. — Eu tô indo resolver as coisas com a Mitsuha. — Taehyung olha atrás de mim, rapidinho, acho que só para vê como Jungkook está. — Ou você vai lá, ou ele vem aqui.

— Ele não vem até aqui, tenho certeza.

— Hm... — ele olha em sua direção mais uma vez, e dá os ombros como última sentença para, aí sim, sair daqui, sem deixar de falar. — Falou, tá falado.

Eu dou os ombros para esse seu jeitinho esquisito, o observando ir até o outro lado da sala e se sentando na frente de Mitsuha, que sorri educadamente quando Taehyung solta o seu charme despojado. Ele é um doce, sério, mas é engraçado como todos o vêem como alguém que só serve para ser amigo, principalmente as pessoas do qual ele se apaixona perdidamente.

Decidido fazer o mesmo que meu amigo, já que a última instrução da nossa professora foi nos sentarmos próximo do nosso colega de trabalho, eu me levanto para ir até Jungkook, mas o choque em nossos corpos acontece quando eu bato minha cabeça em seu queixo, ele fecha os olhos imediatamente e faz uma careta de dor, o que seria engraçado se a minha cabeça não estivesse doendo também.

Puta que pariu, sério que já começou assim?

— Desculpa, eu não sabia que... — eu começo a falar, mas logo sou interrompido por um gemido de dor e um sorriso fraco, Jungkook continua massageando o local mas não me olha, mesmo que agora eu esteja com o rosto a altura da sua cabeça. Ele só diz:

— Oi para você também, Park Jimin.

Eu acabo explodindo em uma risada genuína, eu não esperava mesmo que nossa primeira conversa depois da última ter sido um "tchau" quando eu fui embora de sua casa fosse essa.

— Desculpa mesmo, não foi proposital. — mesmo assim, eu insisto, me sentindo realmente culpado por não ter checado se houve algum tipo de interesse dele em vim até mim.

— Tudo bem, tô sentindo um gostinho de ferro na boca, mas nada que açúcar ajude mais tarde.

Esse é um lado que eu não me lembro de Jeon Jungkook, doce e brincalhão, até porque, como eu iria me lembrar sendo que não vivemos nada juntos, né?

Mais uma vez ele conseguiu tirar um sorriso de mim, ele finalmente me olha e sua primeira reação foi sorrir sem jeito, antes de respirar fundo e se sentar no lugar onde Taehyung estava a minha frente, eu até sento em meu local de origem.

— É... Acho que você lembra de...

— Lembro, não dá para esquecer, não é? — interrompo sem graça, Jungkook até assente com a cabeça enquanto aparenta incômodo com alguma coisa.

— É, impossível... — ele revira os olhos, e só então eu percebo que todo aquele ar fresco e leve, foi embora, dando espaço para um mais pesado. — Olha, eu detesto trabalhos em dupla, sempre os faço sozinho e... — ele olha para os meus olhos, parece filtrar suas próximas palavras, mas acho que eu estava enganado quando, o que sai, é absurdo já que ele não tem nada haver com isso. — e não é porque você foi melhor amigo do meu irmão que será diferente com você, então me deixa quieto, ok?

— Não fazer em dupla diminui os pontos, para de graça, vai. — eu não consigo esconder minha ligeira falta de paciência e reviro os olhos, ressentindo.

— Não estou de graça, eu não preciso desses pontos para passar de ano, consigo recuperá-los facilmente até final do ano, então estou de boas. Eu já não gosto de fazer dupla e, depois do que você fez para o Haneul...

— Eu não fiz nada com o Haneul, ele que parou de falar comigo. — fala sério, só falta Haneul ter invertido toda a situação e Jungkook estaria acreditando esse tempo todo que eu fui o vilão da história.

— Não sei se dá para confiar em você. — foi o que ele respondeu, decidido, com a frieza que a maioria, ou melhor, todos da escola acredita que ele tenha. — Te perdoo bater no meu queixo, mas não perdoo o resto das coisas... Abra os olhos e preste atenção, ok? Final do ano a gente conquista o diploma e já era. — e ele simplesmente levanta, sem deixar que eu diga qualquer outra coisa. — Espero que tenha entendido e que essa tenha sido a última vez que nós conversamos. E nem pense em chegar perto do Haneul, ele não merece mais estresse do que já tem.

— Meu deus, para de...

E ele sai.

Ele vai até a última carteira, lugar onde sempre senta, pega a sua mochila e sai da sala de aula antes que a professora pudesse dizer qualquer outra coisa que o fizesse dá o dedo do meio, coisa que não seria a primeira vez.

Eu não consegui entender muito bem o que aconteceu, o que iniciou como algo descontraído e, talvez, divertido, terminou com um clima pesado e cheio de ressentimentos. Jungkook me odeia, isso ficou bem claro. E é graças ao seu irmãozinho que decidiu inventar um monte de mentiras sobre mim pelo jeito.

Eu queria acreditar que Haneul não fosse má pessoa mesmo com a injustiça, mas percebo que estava completamente enganado. Ele é um mentiroso, babaca e da pior classe, me arrependo por ter sentido saudades de uma amizade tão falsa e ingrata. A vontade de ir até ele e xingar de tudo qualquer nome é gigantesco, mas o foda é que o filho da puta é popular até de mais, líder do time de futsal da escola, sempre está rodeado por pessoas que o admiram tanto quanto eu já admirei um dia, mas nesse momento eu estou é com ódio.

Eu vou caçar o Jungkook e vou deixar claro de uma vez por todas que não sou esse malvadão que o irmão dele inventou, e eu irei fazer questão de chegar em sua casa e destruir aquele covil que ele chama de quarto, a mas eu faço questão de fazer esse trabalho na casa dos Jeon's só para fuder com a vida dele.

Ele não sabe o que o espera.

Continua...

Retornei com essa belezinha hehe, primeira shortfic e já finalizada!

Ele tem apenas seis capítulos, postarei toda quarta feira pela manhã! Espero que curtam essa história, votem e comentem o que estão achando para dá aquele suporte gostoso, sou bem carente hein!

Bjus e até o próximo capítulo!

(Re)Encontro - Pjm + JjkWhere stories live. Discover now