Capítulo 12: A Invasão

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E lá estava ela, já no andar do refeitório. A tão aclamada e reconhecida Déspota Remanescente estava encarando seus aliados. Ela estava no centro do refeitório, apenas observando os homens, pensando no que dizer. Afinal, ela assumiria a liderança num ataque à Máfia Estadunidense. Algumas poucas pessoas a encaravam, se questionando sobre a presença dela no local. Capitão Moore era uma dessas pessoas que a observava, mas ele, por alguma razão, pressentia que ela ia fazer um discurso inspirador. Bom, errado ele não está. A garota dos cabelos prateados limpou sua garganta, ainda olhando para aqueles homens ali presentes.


— Senhores. — Ela disse. — Estou aqui à pedido de Christopher Murray. Gostaria de alguns minutos de sua atenção, por favor.


Todos os homens então prestaram atenção nela, parando de fazer o que estavam fazendo. Os que estavam virados de costas a ela logo se viraram de frente, observando atentamente a garota. Houve um silêncio repentino. Nenhum sussurro, nenhum barulho, nada. A Déspota Remanescente simplesmente tinha uma reputação impecável e se tornou uma membra da Facção Primária altamente respeitosa. Murray observava tudo diretamente de sua sala, através de um monitor, observando as imagens das câmeras daquela sala, ansioso para ver o que a garota faria em seguida.


— Quando eu olho pra vocês, eu vejo vários homens. Alguns de vocês foram trazidos pra cá. Outros, no entanto, se voluntariaram. Independente de como chegaram até aqui, vocês pertencem à Facção Primária, e devem se sentir orgulhosos disso. Vocês vão trazer paz para o mundo algum dia, e os nossos filhos, e os filhos dos nossos filhos, e os netos dos nossos filhos poderão viver de forma pacífica e harmonizada nesse mundo! — Disse a Déspota, em um tom de voz alto e claro, bem confiante do que dizia. — Em breve dominaremos a Legião Zero, meus amigos, em breve. Mas, por hoje, temos um trabalho tão importante quanto lidar com a Legião Zero: a Máfia Estadunidense.


Alguns homens entreolharam-se, curiosos, e um pouco decepcionados. Quer dizer, eles foram treinados e ensinados para lidar com a Legião Zero. E foi assim que o silêncio na sala foi perdido. Começaram alguns sussurros, algumas falas impossíveis de serem diferenciadas de tanta falação que começou ali. O único que não parecia desesperado era o Capitão Moore, que olhava para seus companheiros.


— Pessoal, acalmem-se! Fiquem calmos! Nós vamos ter o nosso triunfo ainda! Não se desesperem. — Aos poucos, os homens foram se acalmando, e o silêncio foi retornando, assim como a atenção para a moça dos cabelos prateados. — Eu tô com uma leve impressão de que a Legião Zero vai aparecer por lá. Quando ela perceber que nós dominamos a Máfia Estadunidense, ela enviará tropas para tomá-la de nós, e isto é algo que não iremos permitir! Vamos forçá-los a recuar e mostrar quem é que manda nesta guerra! — Esbravejou Dés, vendo que seus homens começaram a comemorar e aplaudir. — Aos seus postos, homens, temos uma batalha a vencer!


Todos os homens assumiram seus postos. Os soldados iam marchando pelos corredores na direção de uma sala repleta de armas, munições e equipamentos que seriam usados durante a tomada da base da Máfia Estadunidense. A Déspota Remanescente já vestiu seu uniforme completamente escuro, perfeito para se disfarçar no escuro, mas optou por usar uma blusa com capuz também para usá-lo para cobrir seus cabelos prateados. Quando que eles iriam atacar a base? Durante a noite. Onde ela ficava? Surpreendentemente, escondida no meio de uma densa floresta muito longe de qualquer civilização.


Já equipados, os soldados adentraram em veículos militares, e os motoristas apenas aguardaram a autorização para poderem dirigir rumo à base da Máfia Estadunidense. A Déspota Remanescente estava apenas observando os homens da Facção Primária entrando nos veículos, quando de repente sentiu que alguém estava atrás dela. Ela sentiu uma mão pousando em seu ombro direito, e logo ela olhou para o dono daquela mão: Christopher Murray. O ser milenar estava ao lado da melhor assassina de todo o planeta, observando seus homens entrando aos poucos nos veículos de transporte militares.

Déspota RemanescenteWhere stories live. Discover now