Quando se nasce na Máfia, só a morte será capaz de livrá-lo dela. É exatamente isso que Christian Grey ouviu a sua vida inteira, quando tudo que ele queria era ser um jovem normal, mesmo sabendo que esse é o tipo de escolha que um herdeiro da Dragão...
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A sensação sufocante de estar sendo observada pelo quarteto que deixei na sala é a mesma se eu estivesse sendo engolida por essas paredes, mas apenas continuo seguindo a Ya Ya, enquanto subimos as escadas e caminhamos pelo extenso corredor, sem soltar a mão de Emma, como se fosse o meu bote salva-vidas que não me deixa afundar nesse mar turbulento de veneno vindo daquelas quatro, e devo dizer que é o que ela realmente está sendo nesse momento.
- Eu não vou conseguir ficar nessa casa. - É a primeira coisa que falo, para ninguém em específico, depois de entrar no quarto e a porta ser fechada por Ya Ya. - Não tem nem 15 minutos que cheguei e estou pronta para retornar para Berlim.
- Você está cansada da viagem, Bambina! Tome um banho quente que ajudará a descansar o corpo e acalmar um pouco essa sua cabecinha.
- Para isso acontecer só se eu tomar banho de sal grosso com arruda, pois estou sentindo um peso em meus ombros desde que cheguei nessa casa, Ya Ya. - Ela arregala os olhos e percebo que fui mais ríspida do que deveria, e me arrependo no mesmo instante. - Desculpe-me, Ya Ya! - Aproximo-me e pego as suas mãos nas minhas. - Realmente estou cansada e confesso que contrariada também, pois estar nessa casa onde me sinto uma intrusa que não é bem-vinda faz com que eu fique mais irritada do que deveria, ainda mais por não ter sido recebida por meu pai como eu pensei que seria. - Ela sorri afetuosa e aperta ainda mais as minhas mãos.
- Eu compreendo o que está sentindo, mas sabemos que o motivo para você ter ficado irritada assim, não é apenas porque o seu pai não estava aqui para recebê-la. - Fico em silêncio, como se não tivesse compreendido o que ela está dizendo. - Eu ouvi como você falou com a Bárbara sobre o casamento. É por causa do... - Nego com a cabeça e me afasto.
- Não, Ya Ya! Sinceramente eu não me importo com quem a Bárbara irá se casar ou não. Eu não sou mais aquela adolescente sonhadora que tinha uma paixonite platônica pelo melhor amigo do irmão. É passado e acabou!
- Tudo bem, Bambina. - Ela não insiste no assunto, mas a forma que me olha antes de desviar a sua atenção para Emma, que havia se sentado no recamier, deixa claro que não acredita no que eu digo. - Tomem um banho e descansem um pouco. Quanto às malas, depois eu virei com as meninas e arrumaremos tudo no closet. - Nego com a cabeça mais uma vez.
- Não há necessidade, Ya Ya! Por mais que eu esteja morrendo de saudades do meu pai e do Vincenzo, assim que eu souber o porquê de ter vindo à Manhattan, pretendo retornar o mais rápido possível para Berlim.
Ela me dá um sorriso triste, por me ouvir falar que irei embora quando acabei de chegar, mas assente e sai do quarto, e eu dou um suspiro cansado, olhando para Emma que bate no espaço ao seu lado.
- A Ya Ya sabe sobre o... - Assinto a interrompendo e me sentando.
- Sabe sim! A Ya Ya era a única amiga que eu tinha depois que minha mãe morreu. Era com ela que eu chorava de saudade, que me ouvia desabafar sobre não gostar da minha madrasta e que me ajudou a passar pela transição do luto, uma vez que o meu pai estava sofrendo tanto quanto eu. E nem mesmo com o Vincenzo eu pude passar muito tempo, pois ele logo teve que retornar para Londres. - Ela assente e pega na minha mão, quando deito a cabeça em seu ombro. - E por me conhecer tão bem, ela foi à pessoa que me ajudou a entender o que eram aqueles sentimentos conflituosos que estava crescendo dentro de mim, sempre que eu via ou pensava no amigo do meu irmão. A compreender tudo que uma adolescente poderia descobrir com a sua primeira paixão, inclusive, o quanto poderia machucar por saber que nunca seria correspondida pela diferença de idade e por ele ser comprometido com a minha prima. - Ela fica em silêncio por alguns minutos, assim como eu, pensando em suas próximas palavras.