Can't stop thinking about you

preciso de você

Camila's POV

Já tive momentos em que me senti no fundo do poço. Uma vez ainda no Fifth Harmony, depois que saí e todas aquelas especulações começaram, quando tive o meu coração quebrado pela primeira vez, o acidente de carro... e hoje.

Apesar de não ser um sentimento novo, parece ser cada vez mais destrutivo. A minha ansiedade sempre dá as caras, me fazendo sentir a pior pessoa do mundo.

Eu consegui magoar a única pessoa que esteve comigo nesses últimos anos. Eu poderia ter terminado as coisas de outra forma, mas eu fiz a grande burrada de me apaixonar por outro par de olhos.

Aliás, não é qualquer par de olhos.

Subi as escadas devagar, abri a porta do quarto e segui até o banheiro. Enfiei a mão no fundo do armário, pegando um potinho com o remédio pra ansiedade que está proibido pra mim.

Sentei no chão gelado, colocando aquele pote laranja na minha frente. Fiquei ali nem sei por quanto tempo, até que decidi jogar os comprimidos no vaso sanitário e ligar pra alguém.

Lauren's POV

- Caralho Alexa, você tá roubando

Era a terceira vez que eu perdia no jogo de damas.

- Que roubando o que, você que é muito ruim

Eu e Alexa estávamos sentadas no tapete da minha sala, jogando e conversando sobre tudo que rolou nesse tempo em que ficamos longe.

- Não quero mais jogar

Levantei pra ir pegar uma água na cozinha. Quando cheguei na geladeira, fiquei pensando se pegava uma cerveja ou a água mesmo.

- Ô Lauren, seu celular tá tocando - Alexa falou lá da sala -, é a Camila

Voltei pra sala bem rápido pra pegar o celular antes que a ligação caísse. Aceitei a chamada sob os olhares atentos da Alexa, mas só tinha silêncio do outro lado da linha. Em uns cinco segundos, a chamada caiu ou Camila desligou.

- Ué...

Abri o WhatsApp e vi que ela estava digitando. Esperei, ansiosa.

Preciso de você

Só isso. Sem explicação, sem um motivo. Olhei pra Alexa, que me esperava dizer alguma coisa.

- Você precisa ir, né? Então vai

Peguei a chave do carro e saí com a cabeça a mil.

Dirigia o mais rápido possível e xingava a cada sinal vermelho. Em vinte minutos estava estacionando na frente do prédio.

Subi de elevador e abri a porta com a minha digital, encontrando um apartamento vazio. Subi as escadas, indo direto pro quarto de Camila. A luz do banheiro estava acesa.

Camila estava sentada no chão. No vaso sanitário, inúmeros comprimidos boiavam. Apertei a descarga e me sentei na frente dela, chamando sua atenção.

- Estou aqui, Camz

Ela me olhou e começou a chorar. Puxei ela pro meu colo, assim como ela fez comigo há alguns dias.

- Está tudo bem, eu tô aqui com você. Não vou deixar nada de ruim acontecer, tá tudo bem

Ficava repetindo essas palavras e fazendo carinho em seu rosto. Nem sei por quanto tempo ficamos ali, até que consegui convencê-la a ir pra cama.

Ela se aconchegou nos meus braços, já mais calma, enquanto eu cobria nós duas. Eu queria saber o que aconteceu, mas achei melhor não perguntar até que ela quisesse dizer.