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M E L


Melissa abriu os olhos. As pernas estavam doloridas depois de cair em pé naquele poço.

Gemendo de sono e sentindo a energia drenada do corpo, ela virou para o outro lado e imediatamente uma enorme língua passeou por seu rosto e sabia ela exatamente de quem era.

— Aargh. Você de novo?

Ela segurou o cachorro e o afastou um pouco.

Limpou o rosto e deu umas piscadas longas se acostumando com a claridade olhando em volta e tentando se situar.

É claro que não estava na casa de pedra já que a última coisa que haveria lá seria uma cama confortável.

Em primeiro lugar, sabia que estava em uma cama de verdade.

Em segundo, também não era o apartamento de Graziella e nem um quarto de hospital.

Aquele era um arrumado, arrumado demais.

Ela se sentou na cama. Olhou para o cachorrinho deitado ao seu lado e sorriu hesitante.

— Eu sei o que você fez. Obrigada. — Disse ela bem baixinho acariciando a cabeça dele.

Ao olhar para baixo viu que estava de roupão.

A cicatriz estava à mostra e num movimento rápido ela agarrou o tecido e fechou apertando até o pescoço com a mão. Não havia ninguém por ali, mas olhou em volta como se houvesse com medo de que alguém visse.

Ela tateou e sentiu que pelo menos ainda estava com as lingeries.

Melissa se lembrava um pouco do que tinha acontecido. Da queda no poço, Lucca aparecendo para ajudar, mas não se lembra de como ele a tirou de lá e nem fazia ideia de pra onde ele a tinha levado.

Imaginou que podia estar na casa dele, mas aquela não parecia a casa dele. Arrumada demais pra que um cara bronco como ele fosse o dono.

Olhou em volta procurando alguma pista.

Não havia retratos, nada que tornasse o lugar mais pessoal, mas era um quarto muito aconchegante apesar de pequeno, havia apenas a cama e uma prateleira feita à mão. Tudo era bem claro e até cheirava bem. Era quase como se uma mulher tivesse decorado o lugar. As cortinas da janela eram brancas e com babados delicados de renda.

Melissa se levantou. As batatas da perna doíam e ela mancava sem conseguir esticar direito os músculos. Saiu com cautela do quarto ainda apertando o roupão até o pescoço. Estava descalça e andava nas pontas dos pés se esgueirando com os olhos arregalados.

O cachorro desceu da cama e andou atrás de Melissa, tão devagar quanto ela.

— Oi? — Chamou ela.

A casa não era grande. Assim que saiu do quarto à sua direita ficava uma sala e à esquerda a cozinha. Ela foi até a cozinha atraída pela claridade, mas ainda mais pela decoração.

 Ela foi até a cozinha atraída pela claridade, mas ainda mais pela decoração

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