romeo, save me

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beomgyu realmente aproveitou a pequena amostra de liberdade que teve durante o final de semana. pelos 3 dias que teve saiu com suas amigas na hora que quis e voltou apenas no meio da madrugada, comeu e bebeu todas as porcarias que podia e ainda aproveitou o fato de yeonjun trabalhar praticamente todos os dias para sempre dar uma espiadinha na loja e acabar indo passar o resto do dia no apartamento do mais velho. mas, como sempre, tudo que é bom dura pouco. na segunda de manhã seus pais já estavam em casa e aparentemente mais controladores do que nunca.

já estava acostumado com aquilo, sempre que os pais viajavam se tornavam 10 vezes mais tóxicos que o normal assim que colocavam os pés em casa. o pai fazia questão até de o levar e buscar na faculdade, por vezes não podia ir nem mesmo ao mercadinho sozinho e ir à casa de yeji? nem pensar! infelizmente essa era uma situação que acontecia várias vezes em um curto espaço de tempo, e, apesar de estar acostumado, beomgyu estava extremamente cansado. odiava mais que tudo aquela vida, odiava estar o tempo todo preso em casa, e era por isso que prezava tanto pelos poucos dias de liberdade que ganhava quando os pais estavam longe. amava seus pais, óbvio, mas era sufocante. aquele "amor" o sufocava cada dia mais. 

e era engraçado como yeonjun era completamente o contrário. yeonjun tinha liberdade até demais, e por isso ele mesmo precisava se policiar as vezes. morava sozinho, tinha um emprego que, apesar de não pagar tanto, era o suficiente para pagar seus custos, e seus pais eram maravilhosos do início ao fim. a relação do choi com seus progenitores sempre foi boa, os mais velhos sempre o deram espaço para se expressar e principalmente o apoiavam em tudo. óbvio que já se sentiram meio decepcionados, como quando yeonjun contou que queria se mudar para seul sozinho ou quando revelou que não pretendia fazer faculdade, mas sempre o apoiavam se aquilo fizesse o filho feliz. talvez seja por isso que yeonjun se sentiu tão chocado ao saber da relação de beomgyu com seus pais. 

foi uma conversa curta, mas o suficiente para o choi mais velho perceber como beomgyu estava cansado e despedaçado com aquela situação toda. ele já nem fazia questão de esconder, e é claro que yeonjun decidiu que, pelo menos quando estiverem juntos, faria beomgyu esquecer todos os seus problemas. amava ver como o garoto ficava sorridente e leve quando estavam juntos, e desejava mentalmente que o mais novo permanecesse assim para sempre, afinal, choi beomgyu ficava extremamente lindo enquanto sorria. 

e naquela tarde de segunda-feira yeonjun não precisou de nenhuma mensagem para saber que os pais de beomgyu haviam voltado de viagem. durante seu intervalo pôde ver o garoto descer do carro do pai e, mesmo que estivesse longe, conseguia ver o garoto suspirar enquanto conversava com o homem que ainda estava dentro do carro. viu também que o homem esperou que o filho entrasse no elevador para enfim sair da frente do prédio e balançou a cabeça negativamente. aquilo era extremamente revoltante para yeonjun, mas infelizmente não tinha o que fazer. e tentava ao máximo não se sentir com tanta raiva, mas quem ele iria enganar com aquele bico emburrado estampado em seus lábios? 

"que cara é essa?" soobin perguntou ao amigo assim que este entrou na loja. o choi até se sentiu um pouco confuso, já que não tinha percebido a expressão involuntária que fazia. "o beomgyu já te deu um fora, é?"

"cala a boca, soobin..." 

yeonjun bufou baixo e jogou a latinha de refrigerante vazia no lixo antes de se escorar no balcão. ao ouvir a risada do amigo, bufou mais uma vez e se debruçou sobre a superfície, escondendo seu rosto. 

 " ah, qual é? ele te deu um fora mesmo?" 

"a gente não tinha nada pra ele me dar um fora, idiota." o som saiu meio abafado por conta da posição do ruivo, mas logo levantou a cabeça e encarou o garoto do outro lado do balcão. "e não me olha com essa cara!" 

you had me from hello. | yeongyuWhere stories live. Discover now