rock you like a hurricane

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beomgyu mal conseguiu dormir. sua cabeça estava a mil, pensando não apenas no acontecimento daquela noite, mas também em como iria encarar aquele ruivo novamente, e ainda com yeji ao seu lado prontíssima para deixar as coisas ainda mais vergonhosas. quando se deu conta já passava das 10 da manhã e estava - super - atrasado. podia ouvir as batidas na porta de seu quarto e a voz da mãe do outro lado o chamando incessavelmente, e isso o fez bufar logo ao acordar.

tentou não demorar muito para se arrumar, por mais que estivesse visivelmente cansado e morrendo de preguiça de se mover naquele domingo. e ainda que tivesse os pais o tempo todo o importunando, tentou ao máximo se manter calado até que chegasse na casa de seus avós, uma grande casa - na verdade, uma grande mansão - que ficava um pouco mais afastada do centro, em um condomínio de luxo. boa parte da família já estava lá, e beomgyu sentia o estômago revirar só de ver seus tios reunidos na enorme mesa. parecia mais uma reunião de puro conservadorismo, podia sentir o ar pesado já da entrada.

fazia questão de cumprimentar de verdade apenas seus avós, que sempre o recebiam com um abraço apertado e muitos carinhos, e após falar com os dois mais velhos se dirigiu até o jardim da frente para espairecer um pouco. pôs os fones de ouvido, uma playlist aleatória e fechou os olhos por alguns segundos, o suficiente para sentir que finalmente poderia respirar levemente. mas essa paz durou apenas alguns segundos, pois logo seu celular apitou e o choi reconheceu o toque personalizado de yeji.

"eaí? como vai o almoço de família?" a garota disse assim que beomgyu atendeu o telefone.

"um saco. prefiro morrer a ficar nesse lugar." e era verdade. se tinha uma coisa que beomgyu odiava eram esses almoços de família. certamente ouvir seus tios falando atrocidades e seus pais concordando era algo que não o apetecia numa tarde de domingo. "pelo amor de deus, me salva!"

a risada da hwang ecoou nos ouvidos de beomgyu antes que ela pudesse responder. o garoto acabou rindo junto, já que a risada da amiga era espontaneamente contagiante.

"já tô indo aí te salvar, princesinha." brincou, ainda soltando leves risadas. "mas, sério, se quiser ficar conversando é só falar! eu tô completamente no tédio."

e era óbvio que beomgyu iria aceitar, afinal era milhões de vezes melhor ficar no jardim conversando com yeji que lidar com sua família. passaram horas ali, dando uma pausa apenas para comer, mas literalmente engoliram a comida e voltaram a conversar. foi bom para beomgyu ter aquele momento de distração para a sua mente, que ainda estava a todo vapor com um turbilhão de pensamentos - ainda que todos eles sempre se voltassem para um certo ruivo.

chegava a ser engraçado e ridículo como o choi não conseguia pensar em outra coisa que não fosse a noite de sábado. poucos minutos dentro daquela loja o fizeram sentir o que em sua vida toda nunca havia sentido. como diabos aquilo era possível?! bem, beomgyu esperava que a resposta daquela pergunta viesse na segunda a tarde.



os ruídos da campainha despertaram beomgyu, que sequer havia percebido que estava dormindo em cima dos livros. não sabia como, quando e nem o porquê de ter dormido ali, mas sentia pontadas em seu pescoço que ardiam como o inferno. e ainda tinha aquela maldita campainha que não parava de tocar.

"já vai! que porra..."

o grito veio seguido de um resmungo, que veio seguido de um suspiro pesado ao ver yeji parada em frente a porta assim que a abriu. a garota vestia um casaco grosso, parecendo pesado para o corpo consideravelmente magro, e denunciava que aquele era o momento. talvez tenha sido por isso que o choi sentiu o coração acelerar, e bastou uma troca de olhares dos dois amigos para o garoto pegar seu casaco no cabideiro e sair do prédio com a hwang a seu alcance.

you had me from hello. | yeongyuWhere stories live. Discover now