Ele continuou:

- Não que haja alguma desculpa para o que deixei para você enfrentar. Quando soube do que você contou a Alice... o que ela própria viu... quando percebi que você colocará sua vida nas mãos de lobisomens. - Ele estremeceu, e a enxurrada de palavras parou por um breve segundo. - Por favor, entenda que eu não fazia ideia de nada disso. Sinto-me aflito, aflito em meu âmago, mesmo agora, quando posso ver e sentir você segura em meus braços. Eu sou o mais miserável pretexto para...

Eu o interrompi.

- Edward - O nome ardeu um pouco em minha garganta ao sair. - Isso tem que parar agora. Você não pode pensar nos fatos desse jeito... Você não pode simplesmente correr para a Itália porque se sente mal por não ter me salvado. É muito irresponsável... Pense em Esme, Carlisle e... - parei para respirar fundo - Eu apenas quero que você seja feliz... Não se preocupe comigo...

Ele pegou meu rosto com firmeza entre as mãos de ferro, ignorando meu esforço quando tentei desviar a cabeça.

- Não, por favor - sussurrei.

Ele parou, os lábios a um centímetro dos meus.

- Por que não? - perguntou. O hálito soprou em meu rosto.

- Quando você partir de novo, será difícil para mim.

Ele me afastou um pouco para ver meu rosto.

- Desde que a encontrei na Itália, você fica tão hesitante... tão cautelosa quando eu a toco e fica repetindo que eu não existo. Eu preciso saber por quê. É porque cheguei tarde demais? Porque a magoei muito? Porque você deixou mesmo tudo para trás? Isso seria... muito justo. Não vou contestar sua decisão. Então não tente poupar meus sentimentos, por favor... Só me diga agora se você ainda pode me amar ou não, depois de tudo o que a fiz passar. Pode? - sussurrou ele.

- Que tipo de pergunta é essa?

- Só responda. Por favor.

Eu o fitei sombriamente por um longo tempo.

- Eu ainda o amo...

- Era tudo o que eu precisava ouvir.

Depois disso, sua boca estava na minha, e não pude lutar contra ele.

Retribuí o beijo, meu coração martelando um ritmo irregular e desarticulado enquanto minha respiração transformava-se num arquejo e meus dedos moviam-se cobiçosos até seu rosto. Pude sentir seu corpo de mármore contra cada linha do meu.

As mãos dele memorizaram meu rosto, como as minhas seguiam suas feições, e nos breves segundos em que seus lábios se libertaram, ele sussurrou meu nome.

Quando estava começando a ofegar, ele se afastou, só para colocar o ouvido em meu coração.

Fiquei deitada ali, desnorteada, esperando que meu arfar se acalmasse e sossegasse.

- A propósito - disse ele num tom despreocupado. - Não vou deixar você.

Não falei nada e ele pareceu ouvir o ceticismo em meu silêncio.

Ele levantou a cabeça para contemplar meu olhar.

- Não vou a lugar nenhum. Não sem você - acrescentou num tom mais sério. - Só a deixei antes porque queria que tivesse a oportunidade de ter uma vida humana feliz e normal. Podia ver o que estava fazendo com você... Mantendo-a constantemente à beira do perigo, tirando-a do mundo a que pertencia, arriscando sua vida em cada momento em que estava comigo. Então eu precisava tentar. Tinha que fazer alguma coisa, e parecia que o único caminho era deixá-la. Se eu não achasse que você ficaria melhor, jamais teria tido coragem de partir. Sou egoísta demais. Só você podia ser mais importante do que o que eu queria... do que eu precisava. O que quero e preciso é ficar com você, e sei que nunca serei forte o bastante para partir de novo. Tenho desculpas demais para ficar... Felizmente! Parece que você não consegue ficar segura, por maior que seja a distância que eu coloque entre nós.

crescent moon - Lua Nova Donde viven las historias. Descúbrelo ahora