Capitulo XVIII - Pedra da Lua

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Paul vestiu as roupas de Eros que Emily lhe arrumara e acompanhou a garota até o quarto em que ele dormiria, se é que conseguiria dormir depois de tudo o que acontecera. Ele era um lobo, por mais que sua mente insistisse em chama-lo de "monstro". Marie era uma bruxa, e que se não fosse por ela, ele teria matado qualquer um que estivesse em seu caminho, assim como Julian, o caçador que tentara mata-lo, mas não conseguira graças a Eros. Era tudo muito novo para ele. Paul estava exausto. Nunca imaginara que transformar-se em um animal fosse algo tão cansativo. Emily fechou a porta do quarto e ele caminhou até a cama. Sentou-se com as mãos sobre a cabeça e os cotovelos apoiados nos joelhos. Mais lagrimas brotavam de seus olhos. Ele estava cansado de chorar. Jogou-se sobre a cama. Deitado, olhando para o teto, deixou uma ultima gota de lagrima escorrer pelo canto do olho. Enxugou-a com as costas de uma das mãos. Fechou os olhos.

- Paul. - Uma voz doce e suave ecoava na mente do garoto de cabelos cacheados. - Está tudo bem. - disse a voz tornando-se cada vez mais nítida. - Agora. - Ele abriu os olhos. Estava tudo escuro no quarto, exceto pela luz da lua crescente que atravessava a janela. Sentou-se na cama procurando na imensidão escura a origem daquela voz.

- Quem é você? - perguntou ao notar o par de olhos prateados no escuro. Aos poucos, um rosto pálido ganhava traços. O longo cabelo acinzentado, carregando uma coroa de flores brancas, caía sobre o vestido branco rasgado. A figura deu um passo a frente. Seus pés estavam descalços sobre o chão frio. Em seu pescoço havia um colar com uma pedra branca translucida, como um cristal. "Ela é um anjo?" perguntava Paul a sí mesmo. A figura feminina deu mais um passo a frente. Seus lábios eram levemente roxeados.

- Não precisa ter medo. - disse ela praticamente sussurrando enquanto chegava cada vez mais perto da cama. - Meu nome é Selena.

- O que você quer de mim? - perguntou Paul antes de levantar da cama. Ele deu alguns passos para trás na medida que aquela figura caminhava, parecendo flutuar em sua direção, até encostar na parede.

- Eu venho para te alertar. - Pra alguém que diz vir para alertar algo, ela parecia calma demais, pensou Paul. Ela parou diante dele. O garoto era capaz de sentir o frio que vinha do corpo de Selena. - Eles estão vindo atrás de você.

- Eles que-quem? - Ele podia ter descoberto ser um lobisomem, mas certas coisas nunca mudariam como o fato dele sempre gaguejar quando estava nervoso. - Os ca-caçadores?

- Seu bando. - Fazia menos de três horas que ele descobrira ser uma criatura sobrenatural, e agora ele teria um bando para se preocupar. - Sua transição era esperada por todos nós. - Ela era uma mulher-lobo? Quem era aquela garota tão jovem que parecia ter a mesma idade de Paul? Se ela sabia sobre a sua condição, porque não aparecera antes?

- Me disseram a mesma coisa na puberdade, porém, com menos pelos e sem vontade de matar meus amigos. - disse Paul, utilizando a ironia para disfarçar seu nervosismo.

- Estou aqui para auxilia-lo nesse momento tão difícil da sua vida. - "Selena. Selenita." Pensou Paul ao olhar para a pedra no colar. Era o nome daquela pedra. Lembrou-se que uma vez, alguém lhe contara algo sobre essa pedra estar relacionada a Lua. Muitas pessoas costumavam chama-la de "Pedra da Lua". - Seu bando precisa do herdeiro do Alfa.

- Por que eu tenho a sensação de que essa pessoa seja eu? - perguntou Paul encarando-a. Ele conseguia disfarçar o nervosismo em suas palavras, mas não em seu corpo. Suas mãos suavam frio. Os pelos de sua nuca estavam levemente eriçados. "Herdeiro do Alfa. Não bastava eu descobrir ser um lobo, agora, tenho que ser o herde..." Os pensamentos de Paul foram interrompidos por Selena.

- Seu pai era o Alfa do bando. - "Era? Isso significa que..." - Antes de desaparecer a sua procura. - Selena parecia conseguir ouvir os pensamentos de Paul. "À minha procura?" Pensou o garoto franzindo o cenho. - Sim. - respondeu a figura de cabelos brancos, confirmando a teoria de que ela podia mesmo ouvir seus pensamentos. - Seu pai nunca desistira de encontra-lo. - Selena abaixou a cabeça. - Sinto muito.

- Você mesma disse que ele "desapareceu". - disse Paul aproximando-se daquela garota. - Isso não quer dizer que ele tenha...

- Morrido? - interrompeu Selena levantando o olhar para Paul. - Eu sou uma Peeira. - O garoto de cabelos cacheados nunca ouvira falar em uma criatura com tal nome. - Eu devia senti-lo, assim como senti você quando se transformou pela primeira vez.

- Talvez você não o tenha sentido direito. - acrescentou Paul numa tentativa de não aceitar o que parecia obvio. Seu pai estava morto. Não tinha como fugir do fardo que viria com sua morte. Paul teria que tornar-se o Alfa do bando. - Tal-Talvez ele não te-tenha se transformado. - O nervosismo voltara a sua voz. - Ou então ele...

- Paul. - disse Selena com um tom de pêsar. - Já faz quatorze anos que ele desapareceu. - Seus olhos encontraram os do garoto a sua frente. - Acredite, se ele estivesse vivo, eu o sentiria.


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