Capitulo VIII - Sobrenatural

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Londres, 29 de Outubro de 2010.

Existiam três coisas na vida que Eros se negava a acreditar, que o amor era capaz de durar para sempre, que independente do que a pessoa fizesse, tudo seria em vão devido ao poder do destino e a existência do sobrenatural.

Sempre ouvira as pessoas dizerem que todos carregam alguma lembrança de suas respectivas vidas passadas. Eros não conseguia atribuir outra razão aos sonhos com a garota de cabelos vermelhos desde criança que não fosse algo ligado a sua suposta vida passada. Os mesmos sonhos o levaram a se mudar para Londres, mais precisamente, para a casa onde a garota de seus sonhos viveu e morreu. Enquanto ele não encontrasse outra palavra equivalente, chamaria isso de "Destino".

Desde a sua mudança para a antiga casa da família Smith, Eros vem presenciando coisas que ele seria incapaz de acreditar se alguém lhe contasse um dia, como pessoas aparecendo e desaparecendo, vozes e vultos e o mais inacreditável, o fato da sua vizinha que, segundo Julian, estaria afim dele, tê-lo atacado na noite anterior de uma forma totalmente inexplicável. Apenas com uma mão, ela o fez cair sobre a calçada dura e áspera, contorcer-se de dor por todo o corpo, desde o primeiro osso até o ultimo músculo, até que ele não aguentasse mais e desabasse no chão. Talvez fosse a hora certa dele rever se deveria continuar negando a existência do sobrenatural.

Eros sentiu alguém chacoalhando seu ombro. Tentou abrir os olhos e a luz quase o cegara. Levantou o braço para barrar a luz em sua cara e abriu os olhos. Suas costas doíam. Não era pra menos. Ele havia dormido sobre a calçada. Ou melhor, desmaiado sobre a calçada. Seus olhos ainda se acostumavam com a claridade quando sentiu alguém segurar-lhe pelas costas, forçando-o a se levantar. Olhou para o lado e empurrou com as poucas forças que ainda tinha, a pessoa que tentava ajuda-lo.

- Qual o seu problema? - exclamou uma voz feminina. - Estou tentando te ajudar, se não percebeu! - Os cachos dourados reluziam contra a luz do sol.

- Não quero sua ajuda! - gritou Eros arrastando-se de quatro no chão tentando ficar de pé. - Aberração! - disse entre os dentes em voz baixa, mas ela conseguiu escuta-lo. Eros estava de pé apoiado no portão.

- Escuta aqui. - disse ela apontando o dedo indicador na direção do rosto de Eros. - Eu-não-sou-uma-aberração, entendeu? - disse pausadamente enquanto dava um passo a frente a cada palavra.

- Então como você explica o que fez comigo ontem a noite? - questionou Eros massageando o ombro dolorido.

- O fato de você ter me abandonado no restaurante e ter ido embora?

- Ei, espera aí. - Eros deu um passo a frente. - "Abandonado"? Eu te dei carona e você me retribuiu me atacando. - Ele não conseguia encontrar outra palavra que definisse o que ela teria feito com ele na noite anterior.

- "Atacando"? - perguntou Marie a si mesma sem perceber que ela tinha dito em voz alta. Esse era o defeito que ela mais detestava em si mesma. - Do que você está falando?

- Não se faça de desentendida! - gritou Eros. Uma senhora que passava do outro lado da rua com um carrinho de feira parou e ficou encarando-os. Marie lançou um olhar que a velha logo interpretou como "caia fora" e seguiu caminhando pela rua silenciosa. - Eu não estou com o seu maldito livro!

- Livro? - De que livro ele estava falando? Por que Eros estava reagindo daquela maneira? - Por acaso você usa alguma coisa? - Com "coisa", ela estava se referindo a drogas. Ao ver a interrogação estampada na testa de Eros, deixou a pergunta de lado. Ela precisava entender o que estava acontecendo. - Olha, por que a gente não entra e tenta conversar numa boa? - sugeriu. - Então você me conta todos os detalhes do que aconteceu com você ontem. O que acha? - Eros mostrou-se relutante, mas algo dentro dele dizia que ele deveria dar um voto de confiança, mesmo que a sua razão dissesse o contrario.

Post Mortem Vol. 1 - O Livro dos MortosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora