odeio o seu pulmão

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salvar-te era sem sombra de dúvidas a primeira coisa que vinha em minha mente, ao nascer e cair do sol, te libertar, NOS libertar de toda aquela dor silenciosa.

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Inko- meu filho, está tudo bem? - se dirige a mim - você parece péssimo, Izuku está dormindo, pode descansar um pouco

Bakugou- tia... ele emagreceu mais 10kg - falei por fim, encarando-o, estava tão sereno, dormindo de forma tão profunda e pesada

Inko- oh... sim, o médico me informou, para ser bem sincera, estou apavorada... ele não merece isso... - o olha com lágrimas nos olhos - daria minha vida para o salvar, ele só piora a cada dia... *snif snif*

Bakugou- como eu não pude perceber?! ele estava comigo o tempo todo, fui um completo estúpido, idiota!

Inko- ele... *snif* provavelmente não queria te deixar preocupado... *snif snif* te ama muito e com certeza não queria jogar isso nos seus ombros

Bakugou- ... sou o marido dele, droga, eu queria... eu DEVERIA estar ao lado dele desde o início - franzi o senho, apertando a barra da camisa

Inko- venha aqui... venha aqui - me puxou em um abraço apertado, ambos nos permitindo colocar os sentimentos para fora de forma unânime e dolorosa

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Bakugou- você finalmente acordou, como está se sentindo?

Izuku- como se uma carreta houvesse passado por cima de mim repetidas vezes - se senta com dificuldade

Bakugou- quer uma massagem?

Izuku- já que meu lindo marido está oferecendo, quem sou eu para rejeitar? - virou-se de costas, rindo

peguei o gel e comecei a deslizar minhas mãos por suas costas nuas, aquelas não eram as costas as quais estava tão familiarizado, não as costas que tantas vezes beijei no meio da noite, esta estava fria, com marcas de injeções, como se a vida estivesse sendo arrancada dali aos poucos, tudo nele era um lembrete de que uma hora, ele iria apenas... desaparecer

Izuku- como está indo o trabalho?

Bakugou- está indo bem, Kirishima e Denki estão cuidando disso para mim

Izuku- você não devia renunciar ao trabalho por minha causa - murmura

Bakugou- *suspiro* já conversamos sobre isso, não foi? você é mais importante para mim do que um trabalho, além do mais, quero estar ao seu lado o máximo que puder - recostei minha testa em seu ombro, o abraçando por trás - não vou te deixar! eu disse, não disse? vamos passar por isso juntos

Izuku- já se passaram quatro meses e só pioro... sabe que eu não vou- o interrompi

Bakugou- escuta, não fale isso novamente, não sabemos, tá legal? as coisas... as coisas podem melhorar - o virei para me olhar - só não repita isso novamente, caramba...

não é que eu esperasse uma cura milagrosa, só queria me segurar á algo, me agarrar á alguma esperança, por menor que fosse, por mais impossível que fosse.

o silêncio se estendeu por longos minutos, até começar á escorrer pingos e mais pingos de chuva pela janela, levando á uma pesada tempestade do lado de fora, aquilo, de fato, se parecia com os nossos sentimentos atormentados.

o silêncio se estendeu por longos minutos, até começar á escorrer pingos e mais pingos de chuva pela janela, levando á uma pesada tempestade do lado de fora, aquilo, de fato, se parecia com os nossos sentimentos atormentados

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Izuku- o que está fazendo? - levanta sua mão quase sem forças para tocar meu rosto

Bakugou- apenas volte a dormir, está bem? estava apenas te observando

Izuku- isso é assustador - dá uma risada fraca, seguida de uma tosse seca

Bakugou- ... espera, já volto - me apresso e logo lhe entrego um copo d'água

Izuku- *glub glub* obrigado Kacchan, que horas são?

Bakugou- apenas sete da manhã

Izuku- não está tão cedo, preciso caminhar um pouco, está vendo isso? - aponta para suas pernas - estou definhando de tanto ficar deitado

Bakugou- está bem, se segure em mim, ok? o que acha de irmos ao jardim?

Izuku- sim, as rosas de lá são super cheirosas

andamos lentamente até o jardim

Bakugou- dá próxima vez usaremos a cadeira de rodas, é muito esforço para você Zumi, agora venha cá - depositei um beijo em sua bochecha e o sentei na grama, o recostando a uma árvore de ipê-amarela, logo em seguida me sentando ao seu lado

Izuku- estou com saudades de cozinhar... de correr e de conseguir fazer as coisas sem precisar de supervisão

Bakugou- eu... - para ser sincero, não sei o que dizer, qualquer coisa que eu jogasse aqui seria como uma bomba atômica, pronta para explodir

Izuku- a vida é tão injusta... - estica o braço para tocar em uma rosa - por que comigo? eu só... *snif* eu tinha uma vida... *snif* tínhamos uma vida... AMAVA aquela vida *snif* e agora... agora não tenho nada, absolutamente... nada

Izuku- ... estou preso a este hospital, apodrecendo a cada dia, nem me reconheço mais *snif*... não consigo nem te beijar sem me sentir culpado... Kacchan *snif*... por favor, não me dê falsas esperanças... *snif* - chora pesadamente

Bakugou- ... - o puxei para um abraço urgente, o confortando com cafunés e engolindo o meu próprio desespero, o deixando chorar livremente em meus braços, sentindo minha camisa sendo puxado e molhada com lágrimas tão cheias de dor

Bakugou- estou aqui... shii... eu estou aqui, não sairei daqui... está tudo bem - o balancei por incontáveis minutos em meu colo, até o momento em que seu choro se tornou completamente inaudível e suas pálpebras fechadas pelo cansaço

ele estava lá, dormindo em meus braços, com olhos tão profundos e inchados, sua pele pálida á luz do sol, seu cabelo caído desajeitadamente em seu rosto, úmidos pelas lágrimas derramadas

Bakugou- eu odeio o seu pulmão... - encostei minha testa na sua, lágrimas pingando em seu rosto

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Bakugou- dá para ficar quieto? preciso tirar sua roupa

Izuku- pervertido - exclama, cruzando seus braços na frente do peito

Bakugou- *suspiro* Zumi, você precisa tomar banho, por favor, venha aqui - tentei me aproximar, só para ver ele se afastar ainda mais na maca

Izuku- podemos fazer isso em outro momento...

Bakugou- o que foi? não é a primeira vez que lhe dou banho

Izuku- eu só... não quero que me veja - murmura, virando o rosto com a testa franzida

não hesitei e o peguei no colo

Bakugou- você está tão lindo quanto no dia em que nos casamos, está sendo idiota se pensa que te acho menos bonito - o levei ao banheiro

Izuku- mentiroso - inflou as bochechas, enquanto me deixava tirar suas roupas

Bakugou- não estou mentindo - tracei uma trilha de beijos de seu pescoço até sua barriga

Izuku- ei, faz cócegas - me empurra devagar, dando uma risada baixa

Bakugou- agora, segura no meu ombro, vou te levar até o chuveiro - o levei devagar - a água pode estar um pouco gelada, estou avisando porque sei que detesta

Izuku- *umph* poderíamos ter vindo outra hora

Bakugou- você é incrível, consegue aguentar essa água gelada - liguei o chuveiro e o abracei, levando minha boca até a sua - também posso te esquentar um pouco

Izuku- se for me esquentar, então tudo bem, mas quero chocolate quente com caramelo quando sairmos

Bakugou- claro, o que você quiser - o beijo, enquanto massageio seu cabelo

FIM DO 5° CAPÍTULO

talvez na próxima vidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora