te vejo no próximo verão

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O clima entre o casal estava bastante estranho.

Eles haviam acabado de almoçar e Izuku tinha terminado de lavar a louça, Vânia estava fumando na sala e Shouto continuou na mesa, mexendo em seu celular e tentando sobreviver ao fedor do cigarro.

Midoriya enxugou os pratos com cuidado e os guardou, ele foi até a porta e saiu. Shouto sabia que o esverdeado iria até a casa da árvore e também sabia que ele queria conversar, mas manter uma conversa com teor homossexual perto de um homofóbico era como estar em um campo minado. Você nunca sabia quando iria pisar em uma mina e se ferir.

Shouto voltou a suspirar, o peso em seus ombros o fazia lembrar que partiria amanhã, mas havia algo dentro dele que não queria ir. Havia algo dentro dele que lhe gritava para ficar com Izuku. O bicolor esperou o esverdeado sair e então foi atrás dele com passos lentos. Ele sentiu o calor do sítio em seu corpo e tentou formar um texto que explicasse todos os seus sentimentos, mas soube que aquilo não adiantaria. Izuku era inteligente e estava preparado para responder cada pergunta que surgisse.

Ele caminhou lentamente e tentou ao máximo pôr seus pensamentos em ordem, quando ele se deu por si, já estava se movendo em direção ao bosque e desviando de todos os galhos ou vidros largados no chão. Ele estava tão atordoado que parecia um perfeito zumbi. No meio de toda aquela confusão de sentimentos ele pensou em Bakugou, ele também havia sofrido com a ausência de Shouto, tanto fisicamente quanto emocionalmente.

Talvez fosse isso. Talvez Shouto existisse apenas para machucar as pessoas que ama. Foi assim com Bakugou e será assim com Izuku.

Finalmente ele chegou no lago e rapidamente se encaminhou até a casinha. Izuku estava lá dentro, sentado no chão e olhando uma foto. A foto de sua família.

— Izuku, podemos conversar? — Todoroki falou rapidamente e Midoriya não respondeu. Ele apenas baixou a foto e suspirou.

— Não quero que tu vá embora. Eu tô sendo muito mandão em dizer que não quero te perder? Tu foi a coisa mais próxima que eu tive de uma família de verdade...

Shouto ficou em silêncio, as palavras de Midoriya foram como uma faca quente em seu coração.

— Izuku, eu gosto de você. Gosto mesmo, por isso preciso te fazer essa pergunta — ele respirou fundo e deixou com que aquelas palavras saíssem de sua boca. — Você quer ir pra cidade comigo?

— Eu preciso pensar. Eu sou do mato, não sei viver na cidade grande, não. Eu gosto de ficar no mato, aqui é o meu lugar, não sei se iria sobreviver no meí daquele bando de povo estranho — ele falou em um tom soturno e Shouto sentou -se e depositou um beijo na bochecha alheia.

— Eu vou te dar um tempo para pensar, tudo bem? Você pode me dizer sua resposta amanhã de manhã — Shouto sorriu tentando passar confiança. Izuku o olhou e também deu um sorriso, mas forçado.

— Me beije — Midoriya falou.

— Agora?

— E agora eu tenho que marcar hora pra te beijar, é? — resmungou. Shouto riu daquilo e notou o quanto ia sentir saudades daquele garoto.

Ele iria sentir falta de cada detalhe que ele jurou fazer Izuku irritante.

— Ah, Izuku... Apenas cale a boca e me beije.

Midoriya se inclinou e o beijou. E aquilo bastou.

Eles passaram o dia juntos, trocando beijos e carícias, conversando sobre o futuro e mefod bobos. Todoroki sentia como se sua vida estivesse acabando amanhã, e talvez aquela sensação tenha piorado quando ele recebeu uma mensagem de seu pai dizendo que iria buscá-lo às 13:00 horas. O fim estava próximo.

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