Irondad & Spiderson 3 (Família Disfuncional)

Guerra entre dois mundos (Morte & Vingadores & Shield & Hydra)

O garotinho deu um aceno tímido, abriu a boca mostrando as pequenas presas que pingava um líquido ligeiramente rosa. Stark piscou impressionado, parece um vampiro, mas pode ser outra espécie.

Faz um ano que começou a guerra entre os humanos contra os aprimorados e mutantes, uma guerra silenciosa no escuro. Stark pulou a cerca pequena, sentou-se ao lado da criança guardando seus óculos coloridos de luxo.

— Sabe por que é diferente? — Perguntou suavemente, obviamente a criança já está assustada com a discussão sobre ser um mutante.

— Uh... Meus pais acidentalmente... Deixaram uma aranha modificada escapar... — Explicou o garoto relutante, juntou as duas mãos no colo timidamente. Tony mais uma vez ficou impressionado, uma criança pequena usando palavras difíceis, dava para perceber que era inteligente que a maioria. — Acabou me mordendo... Por uma semana fiquei doente, depois que melhorei... Ganhei... Poderes de uma aranha.

— É legal de vez em quando... Papai e mamãe por algum motivo me enviaram para tio Ben e tia May, disseram que estavam sendo caçados por pessoas — sussurrou o garoto como fosse um segredo muito importante, o que na verdade era. — Tia May está discutindo a dois dias com tio Ben, sempre me escondo no meu quarto, não gosto dos olhares que recebo da tia May.

— Ela era tão legal antes, por que não agora? — Perguntou olhando para grama verde saudável.

Tony ficou em silêncio, já se encontrou com vários mutantes antes, mas eram adolescentes ou adultos que podiam manter sua própria vida e uma carreira na Shield, que ele hackeou facilmente para ter informações e de que não estejam de olho em seus projetos metálicos. A muito tempo parou de fabricar armas, agora só produz tecnologia para dia a dia, como celular, sistema para empresar novas e segurança para todos. O mais importante é que indústrias Stark era neutro nesta guerra, ninguém com preconceito pode entrar naquele prédio, afinal abriga vários mutantes que tem inteligência e querem proteção desta guerra silenciosa.

Essa criança cresceu rápido demais mentalmente, esses olhos castanhos claros cheios de vida, brilho genuíno, mas sua expressão era um livro aberto, estava triste e compreensivo. O que não era normal para uma criança de 6 anos.

— Vou ser honesto — disse Stark mudando seu olhar para cima, o céu estrelado. A criança prestou atenção no homem mais velho. —  Existem pessoas que não aceitam a diferença, como os deficientes, que não tem muitos lugares para eles no mundo. Mas no seu caso, as pessoas têm medo do anormal — fez uma pausa deixando o garoto tentar entender.

— Também não pode ser só por medo, não é? — Apontou a criança sutilmente.

— Garoto esperto — sorriu Stark gostando da esperteza rápida dele. — Sim, as pessoas normais não querem ficar para trás, eles acham os mutantes e aprimorados muito fortes, e podem dominar seus lugares rapidamente abandonando-os na evolução, por assim, colocam o preconceito de várias maneiras nesses indivíduos diferentes.

— É injusto, eu não fiz nada, por que não evoluir juntos? Cada um pode ajudar onde não pode — comentou o garoto confuso, inclinou sua cabeça deixando os cachos castanho macios caírem de lado.

— Política, adultos, anciões, culpe aqueles que não podem pensar fora da caixa, deixar novos pensamentos entrarem — disse Stark encolhendo os ombros. — Tem gente por aí que não se importa com a diferença, eu não me importo com nada, mas desde que me envolveu eu me importo, igual meu trabalho chato com reuniões chatas.

A criança soltou uma risada divertida. Tony checou o horário no seu relógio maciço, duas horas da madrugada, muito tarde e ainda podia ouvir a discussão dentro da casa. Eles não ficam sem voz não?