a loja de discos do outro lado da rua.

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     Coréia, ①⑨⑨⑧

                            Quinta feira 19/09 🦹

Sim, a época dos aparelhos analógicos, graças a Deus e nasci no tempo que não precisávamos mais ficar encolhidinha perto de um rádio velho escutando as músicas que algumas pessoas, com sorte, sugeriram por telefone, e pode crer que eram muitos, então se você queria escutar aquela música marcante que não escutava faz muito tempo, eu sinto muito, você não iria conseguir, a não ser que apele pra umas cem pessoas tentando ligar pra mesma estação de rádio, você de alguma forma, não importa como, teria que emocionar todo mundo dizendo que sua mãe morreu e essa era a música preferida dela, e que na verdade era a SUA música preferida, e também, obviamente, sua mãe não estaria morta, a não ser que esteja.

Caso não, ela no exato momento também deveria estar tentando ligar pedindo músicas como resto das outras 100 pessoas ligando pro CPBC rádio. Mas isso funcionária pra mim, eu poderia estar com a consciência limpa, cem por cento verdadeira, é complicado desse jeito, igual as outras 100 coisas complicadas sobre mim, e eu não faço idéia dos gostos de 13 anos atrás de alguém morto, mas se como dizem, nós duas éramos bem parecidas,  então acho que no quesito"Step by step" está correto, mas só se se nossas linhas temporais se encontrarem e se contrairem. Se não, impossível. Baboseira.

Enfim eles vieram, meu tesouro, meu porto seguro, o meio de não escutar a Nayeon falando no telefone com o namorado sobre alguma coisa ter sido muito gostosa, o que é traumatizante

Voltando, os Walkmans, eu poderia escutar algo que não fosse Shin Hae Chul, e ler meus gibis ao som dos maravilhosos e sem iguais, New Kids On The Block, isso é o que eu faço quando não estou com amigos. Cinco amigos, mas já me disseram que era até muito pra mim.

Sabe, não poder compartilhar dos mesmo gostos da Mina; algo que envolve computador,  mas que não é jogar Manic Masion, o melhor da franquia. É, ela não tem cara de gostar de terror em fps. Bom, é divertido correr de um npc. E faria super sentido, o pai dela é dono da loja de eletrônicos. Eu diria que gostaria de fazer as mesmas coisas que a Momo. Mas eu não quero, Momo é maluca.

Chaeyoung, usa tênis enormes, talvez alguém goste das mesmas coisas que ela, o Félix? Meu outro amigo? Talvez, não sei muito sobre ele, eu também sei pouquíssimo sobre mim mesma.

- Sério? Você gostou? Eu podia..não!

Risadas.

- Seu pervertido.

Eu escutei a voz de Nayeon, estava com a música no máximo, mas eu escutei mesmo assim. Deus me odeia, com motivos suficientes.

Eu imagino deus um geek fã de DC, não é por nada, mas porque eu gosto de Marvel, não tem outra explicação, é que eu adoro achar que o universo está contra mim por motivos fúteis. É que amo minha miséria.

Ironicamente falando.

Inclusive minha irmã calou a boca, se tiver decidido ser útil, grande coisa, mas se caso tenha morrido com a própria saliva, eu cruzo os dedos;

- Tomara.

- Tzuyu viu aonde tá meu...

Nayeon olhava pra mim da porta e pra todos os pacotes de salgadinhos e comics ao meu redor, pena ser uma fortaleza nada segura, só patética. Eu estava maratonando minha coleção, denovo, eu só precisava renovar o estoque.

E ela ainda está viva, e eu provavelmente vou morrer.  Eu não durmo a 24 horas, estou tão acabada que ninguém desconfiaria se ela dissesse que eu já estava morta, a uma semana? Não saio daqui só a dois dias.

what happened that summer of 88? - satzuOnde histórias criam vida. Descubra agora