Capítulo 3 - Trabalhos entre turmas

1.6K 112 13
                                    

Depois de acordar, tomei um bom banho, vesti-me e tomei o pequeno almoço.

Fechei o meu livro assim que fiquei em frente ao portão do colégio, pronta para entrar.

– Uma pessoa normal. Tens de ser uma pessoa normal. – Deixei escapar baixinho e segui caminho.

Nunca tinha reparado que havia assim tanta gente na escola. Era estranho.

Nas aulas não aconteceu nada de especial. Fiz tudo como sempre. Basicamente, não estudo em casa porque consigo decorar tudo nas aulas, ou quase tudo o que os professores dizem. Tenho uma excelente memória, por isso, nos meus livros, nem sequer uso marcadores para marcar a página onde estou. Apenas decoro o número da mesma.

Este é um dos mais básicos, assim como dos muitos exemplos do quão boa a minha memória é.

Entrei na cantina e pousei o meu livro no tabuleiro. Mais uma refeição na companhia dos protagonistas do meu romance.

Estava na fila para tirar o meu tabuleiro e a minha refeição, quando alguém deu com o braço em mim. Resolvi ver quem era.

O Sting?

– Oh, desculpa. – Disse pediu, pegando num conjunto de talheres.

– Como é que te chamas? – Quis saber ele.

Primeiro: ele estava a tentar meter conversa comigo? A tentar arranjar mais uma miúda, talvez?

E segundo: não acredito que se tinha esquecido outra vez de mim!

– Joana. – Resolvi gozar um pouco com ele.

– Olha a Lucy. – O Rogue aproximou-se e estragou o meu plano maquiavélico.

– Joana, hmm? – O Sting riu-se da minha brincadeira e rolei os olhos.

– Não comes connosco? – Perguntou o Rogue assim que me afastei deles.

O quê? Comer com eles? Com eles e com todas as pessoas conhecidas da escola? Isso é um patamar demasiado elevado para a minha pessoa e para a minha anti-socialidade.

– N-Não, obrigada. – Afastei-me corada e sentei-me numa mesa sozinha com o meu livro.

Não percebi qual era a ideia deles. Comer numa mesa cheia de raparigas desesperadas e "celebridades" como eles? Não me queria juntar a esse grupo... Além disso, as nossas turmas (a Fairy Tail e a Sabertooth) não se dão propriamente bem, e queria evitar arranjar problemas.

Depois do meu almoço na companhia de mais um capítulo de tirar o ar, fui para fora do edifício onde passava os meus dias enfiada. Sentei-me no pátio junto a uma árvore e voltei a abrir o meu livro.

Estava na minha paz, quando alguém me retirou o conjunto de páginas das mãos.

– Hey! – Guinchei sem sequer saber quem é que me tinha tirado o livro.

– Calma lá! – Surpreendi-me por ter sido o Sting a tirar-me o livro, mas a minha raiva não desapareceu.

– Dá-me o meu livro! – Ordenei-lhe e ele deu-mo de imediato.

– Credo! Que amuadinha. – Ele olhou para mim com uma expresão séria. De facto, tinha sido demasiado dura com ele. Sei que ele só estava a brincar, mas detesto quando me tentão separar das letras.

– Tens razão, desculpa lá... – Corei e voltei a sentar-me junto à arvore.

– É que não gosto que me tirem os livros... – Encarei-o e ele encolheu os ombros, enterrando as mãos nos bolsos.

Fadas e Tigres - Sting e LucyWhere stories live. Discover now