25│UM OÁSIS PARA DOIS

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O céu cor-do-mar cintilava naquele dia, iluminando as inúmeras flores daquele enorme e extenso jardim. O ar fresco refrescava a terra e o pequeno rio, que ali passava, purificava-a. Aquele lugar era tão grande que não parecia um jardim e sim, um belo campo rodeado de incontáveis flores.

Uma única árvore fazia-se presente em cima de uma pequena colina, dando contraste à paisagem.

Em meio às flores que cintilavam como diamantes em sua forma final, dois jovens se olhavam profundamente, transbordando felicidade. Peter encarava a menina de madeixas laranjas com paixão, assim como Hanna fitava o garoto de olhos vivos com a mesma intensidade. Seus corações palpitavam à mil.

A ruiva usava um vestido florido, semelhante ao que usara antes. Em sua cabeça, um chapéu floppy estilo praiano bege repousava sobre os fios alaranjados e em seus pés, uma simples sapatilha rosa bebê. Peter a encarava com fervor, amando e deleitando-se com cada detalhe. Já o moreno vestia uma blusa de botões um pouco larga da cor branca, junto a uma bermuda simples bege. Ambos, em seus pulsos, utilizavam uma pulseira simples de cor vermelha, sem nenhum pingente ou algo do tipo. Aos olhos de cada um, o outro estava perfeito, como se fosse parte de alguma obra prima desenhada por Von Gogh, dando ainda, mais contraste, no que seria a pintura ao redor.

Peter sorriu calorosamente para Hanna, que teve seu coração disparado repentinamente, ficando levemente rosada nas bochechas, mas tratou de logo retribuir o sorriso. Seus corações estavam calorosos e seus lábios, ainda mais, próximos...

O alarme soou.

- Que porra de sonho foi esse...?

Peter acorda com o susto. Não acredita que já é hora de acordar. Levantou-se, então, preguiçosamente. Não estava a fim de ir à aula. Foi se rastejando até o banheiro com o celular nas mãos, lendo as mensagens de Bryan. Surpreendera-se ao ver que o amigo havia acordado cedo, ou melhor, em um horário decente. Mas seu coração não estava disparado por causa disso.

"Teve pesadelos esta noite?", dizia a mensagem do amigo.

Peter sorriu com carinho ao notar a preocupação do amigo e respondeu a mensagem.

"Não, esta noite dormi como uma pedra, não tive nem sonho e nem pesadelo.".

Assim, Peter entra no banheiro e reflete. O alarme foi o verdadeiro vilão, que assustou seu coração.

Do outro lado da cidade, mais especificamente dentro de um quarto organizado, tendo apenas um violão jogado ao canto, o toque do alarme do celular foi encerrado com brutalidade.

Ainda ofegante e com os pensamentos à mil, sentou-se à cama.

- Hanna perguntava-se eufórica, tampando a visão com o antebraço suado - Puta merda! Que sonho foi esse?

***

Hanna havia acabado de chegar ao colégio, ainda se sentindo envergonhada e, sobretudo, confusa em relação ao sonho que tivera. Naquele dia queria poder evitar Peter ao máximo, pelo menos até colocar os pensamentos em ordem.

Durante as aulas, ainda aérea, não conseguira prestar muita atenção no que os professores explicavam e sentia que teria que fazer uma grande revisão quando chegasse em casa, mas, mesmo assim, não se importava. Na verdade, não conseguia se importar, já que sua mente ainda estava um turbilhão.

Quando o sinal do primeiro intervalo tocou, Hanna trocara breves palavras com Alyce e Aaron avisando que não ficaria com eles. Mentiu dizendo que teria que resolver algumas coisas com um dos professores. Aaron assentiu entendendo o motivo, já Alyce desconfiou, percebendo que a amiga estava mais estranha que o de costume, mas não tocou no assunto e também assentiu.

Só Agora Eu Sei ✓Where stories live. Discover now