Capítulo 1.5

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Havia cafeína apenas o suficiente para me carregar durante o dia.

Dane me mandou fazer algumas tarefas desde o momento que eu cheguei até a hora que eu fui para casa. Eu estava em movimento, correndo, então nunca sentei tempo o suficiente para pegar no sono. Mas no trem eu cochilei e acabei passando duas estações de onde eu deveria descer. Eu tinha deixado a carteira em casa naquela manhã, e colocado duas meias diferentes, então eu não tinha dinheiro para pegar um táxi. Mas andar no ar fresco do outono era revigorante.

Eu gostava do cheiro de outono e o frio me reanimou. Subindo o colarinho do meu casaco de caxemira, eu corri pela rua em direção à casa. Nick tinha me convidado para jantar, mas eu recusei. Luke tinha ligado três vezes, Ben cinco, e Lewis e Ed queriam me oferecer um jantar de "obrigado por salvar nossa bunda."

Nada parecia tão atraente quanto comer cereais e adormecer em frente da minha TV. Mas não era para ser.

A meio caminho de casa recebi um telefonema de minha amiga Jenny, me lembrando que eu deveria estar na festa de aniversário de seu namorado Kid em uma hora. Ia acontecer em um salão de bilhar, assim como ele queria, e era melhor que eu nem pensasse em deixá-la na mão, já que eu era o responsável por trazer o bolo.

Ela me lembrou que eu tinha me oferecido há mais de um mês atrás. E eu tinha certeza de que há um mês tinha soado bem, parecia que não seria grande coisa. Mas agora era um grande negócio, praticamente horrível em seus detalhes. Os aros que eu precisaria saltar a esta hora tardia para cumprir a minha tarefa estava além de qualquer imaginação. Como me trocar e pegar um táxi e transportar e equilibrar algo estranho. Era patético e mesquinho, mas eu estava cansado. Eu amaldiçoei durante todo o caminho.

Felizmente, Dane tinha fornecedores em toda a cidade que o amavam e fariam qualquer coisa por ele, de dia ou de noite, quando ele pedisse. Usar o seu nome era trapacear, mas eu disse a mim mesmo que estava tudo bem, uma vez que foi por uma boa causa.

Quando eu apareci no The Stick House uma hora depois, Jenny ficou furiosa por um segundo até que viu o bolo. Tudo foi perdoado quando ela olhou como estava decorado intrinsecamente e viu as muitas camadas. Eu recebi vários elogios. Eu agradeci mesmo enquanto encontrei um banco contra a parede. Balançando a cabeça, eu não aceitei as muitas ofertas para jogar sinuca e simplesmente me sentei e comecei a observar as pessoas. Eu cruzei meus braços e relaxei, pretendendo apenas fechar meus olhos por um segundo.

O tremor me acordou, porque não era gentil. Abri um olho antes de inclinar a cabeça para trás, e me encontrei olhando para o queixo do detetive Tomlinson.

"Merda," eu gemi, me endireitando muito rápido, perdendo o equilíbrio. Eu teria caído para frente, para o chão, se ele não tivesse colocado o braço sob mim para me pressionar na parede.

Como quando você está no carro e para de repente, colocando o seu braço na frente da outra pessoa como se essa ação fosse salvar suas vidas, impedindo-os de voar através do para-brisa.

"Você está acordado?" ele me perguntou, furioso.

"Sim," eu respondi, irritado por ele estar lá. Eu tinha dito a mim mesmo que iria parar de fantasiar sobre ele e por isso quis colocar tempo e distância entre nós. O fato de que ele havia se materializado do nada era enervante.

"Por que você está aqui?"

"Eu estou com meus amigos."

"Então vá ficar com eles."

Ele me ignorou completamente. "Você estava escorregando pela parede quando eu vim para cá."

Eu não queria falar com ele.

É tudo uma questão de tempo [l.s]Where stories live. Discover now