Foi um beijo de despedida

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Como o destino é traiçoeiro na maioria das vezes, ninguém escapa e isso nos assusta. Se fosse possível tal descrição diria: teve a vibe de filme clichê que se vê apenas com quem amamos.

Eu não aceitei o fato daquele dia ser o último, afinal o para sempre é instantâneo como o fluxo da própria vida. E ali sob um entardecer singelo e várias conversas jogadas fora, nos beijamos e o mundo fora nossa testemunha.

No automático várias lembranças dos nossos momentos favoritos nos dizendo: só saberá se valeu a pena, se olhar com nostalgia.

Não entendia sua distância até porque sempre estávamos perto o suficiente para decifrar cada palavra não verbal um do outro, mas assim como o encanto que insistiu em perdurar os meus sentimentos por você também traçaram esse caminhar.

E quando dobramos a última esquina daquele encontro meu coração com pesar acabou por me alertar; não terá volta e tudo não passará de uma lembrança que se tem numa tarde de domingo.

Chegamos no destino e uma voz estridente ao fundo anunciava que todos teriam que embarcar, você sorriu e não pude mais controlar. Lágrimas dançavam em meu rosto na mesma rapidez em que meus olhos não te viam.

...

Laís Mendes

Primeiras Crônicas: Do interior ao externoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora