A Fuga - Parte I

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As portas do grande salão se abrem e o vampiro entra com a lobisomem branca enjaulada, causando espanto em todos os presentes. Aro se levanta de seu trono e se aproxima deslumbrado, mal se dando conta que aquele "caçador" era apenas um fantoche nas mãos de Evi.

― Mestre Aro. – Faz uma reverência. – Trouxe este animal para suas pesquisas, o encontrei vagando por Volterra. Espero que lhe agrade...

― Esplêndido, um presente magnífico de fato. Você conhece a fera, Kiary?

A cherokee se aproxima da jaula e analisa a fera branca. Evi sente um calafrio subir-lhe a espinha, o que Kiary estava fazendo ali? Seria mesmo uma traição à sua própria espécie? Ela já havia conhecido a garota numa de suas visitas aos sobrinhos, mas não sabia se havia revelado sua forma lupina a ela... Se Kiary a reconhecesse naquele momento, tudo estaria perdido!

― Não conheço nenhum lobisomem branco, mas lhe garanto que é uma mulher.

Kiary coloca o braço para dentro da jaula tentando tocá-la, mas Evi a ameaça com um rosnado. Ela não estava dopada, apenas fingia estar... A verdade é que a lobisomem apenas fingira uma briga e, no primeiro dardo tranquilizante, simulou um desmaio para que pudesse entrar no castelo com a sanidade intacta.

― Uma fêmea! Que maravilhoso! – Vira-se para o vampiro. – Leve-a ao laboratório, tratarei de recompensá-lo muito bem por este presente.

O vampiro assente com ar vitorioso e arrasta a jaula para o laboratório, fazendo Evi rir interiormente. Como estava sendo fácil, poderia ter poupado dias e mais dias de planejamento, se tivesse agido por impulso logo no princípio.

As portas do laboratório se abrem e a jaula da cherokee é colocada ao lado de outra. Aquele era realmente o seu dia de sorte, o local estava vazio, a lobisomem franzi o nariz com o cheiro repugnante daquele lugar e força os olhos a se adaptarem a má iluminação... Mas o que era aquilo ali na jaula ao lado? Aquele era mesmo quem ela pensava que fosse?

Evi se choca com a cena do sobrinho pendurado pelas mãos, seu corpo mais magro do que costumava ser, grandes olheiras abaixo de seus olhos, seus cabelos compridos que se orgulhava tanto, agora cortados e lançados ao chão como se nada representassem.

Lucian, o que fizeram com você! – pensa, com olhos agoniados.

― Evi? – murmura ele após ler seu pensamento.

Não me reconheceu?

― Não posso sentir cheiro algum – sussurra sem forças – e minha vista está um pouco embaçada...

Por que ainda está aqui? Por que não fugiu? – grita.

― Não queria estar aqui – Pensa, resolvendo dizer a verdade. – Na verdade, não queria nem estar vivo.

Pare de dizer besteiras, precisa voltar pra casa e cuidar da sua garota.

― Ela está morta! – responde num fio de voz.

Ela não está morta, quem lhe contou esse absurdo?

― Aro.

Oh céus! – Pausa, respirando fundo. – Lucian, preste atenção em mim, Leah está viva. Eu inventei sobre sua morte para que não tentassem contra sua vida. Eu lhe mostro tudo!

Evi retoma as cenas de sua chegada a La Push, trazendo à mente as imagens dos lobos em luta e da quileute ao chão, com Hana em sua guarda. Todos os acontecimentos seguintes fluíram pela mente da lobisomem com rapidez, sendo lidos com atenção pelas habilidades do lobo.

LeahOnde as histórias ganham vida. Descobre agora