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-Duas pessoas...- Miguel repetia isso várias vezes como se estivesse em transe.

A partir do momento em que o Manuel falou a palavra “cabana” toda a conversa com o Breno veio em minha mente. Estou tentando ligar pra ele desde que saímos da sala, não temos tempo a perder, qualquer micro segundo pode custar a vida da Talia.

-Quem está por trás disso?- Delegado perguntou para ninguém em específico analisando algumas possibilidades.

-Duas pessoas...- Miguel repetiu.- Ayla...

-O quê?- O delegado e eu perguntamos em uníssono.

-A Ayla está envolvida nisso, eu tenho certeza!- Miguel falou nos olhando.

-Ayla, aquela que...

-Exatamente, aquela que há anos atrás acusou a Victoria de roubo e você quase deixou ela apodrecer na cadeia por isso!- Miguel falou rude.

-Me diga o que sabe, Miguel!- O delegado ignorou a forma que o Miguel falou com ele.

-Quando a Ayla descobriu que eu iria adotar a Talia, ela não gostou, mas depois disse que queria a Talia como nossa filha e eu neguei.- Começou.- Eu disse que eu nunca iria me envolver com ela e muito menos ter um filho com a mesma, a Talia seria apenas minha filha, então ela se revoltou, surtou, mas logo parou de se importar com isso, até porque a Ayla odeia crianças... Mas se tem uma coisa que a Ayla odeia mais do que crianças são pessoas que tentem me tirar dela!

-Que mulher louca, meu Deus...- Digo passando a mão no rosto.

-Na segunda feira, o Théo, filho da Victoria estava na minha casa...- Ele falou olhando para o delegado.- Quando a Vic chegou pra buscar ele, a Ayla surtou.- E eu arrebentei a cara dela.- Depois do acontecido...- Ele não falou sobre a agressão.- Eu a levei para casa, mas nós acabamos discutindo mais uma vez e eu pedi divórcio pela segunda vez naquele dia!

Miguel fez uma pausa e respirou fundo.- Ela surtou pela milésima vez e falou que tudo isso era culpa sua, Vic!- Ele passou as mãos nos cabelos e seu nervosismo é mais que notável.- Ela falou que vai destruir a minha vida como prometido e vai tirar de mim todas as pessoas que eu amo, começando pela Talia e depois você...

Um baque me acertou em cheio, ok que ela é louca, mas a ponto de tirar a vida de alguém? Por causa de um cara que nem ama ela?

-Tem mais, Antônio Diniz é cúmplice da Ayla!- Miguel falou.

Foi a hora do meu queixo cair mais uma vez. Eles sempre foram cúmplices, isso não é de surpreender ninguém, mas ser cúmplice pra fazer mal ao Miguel? Ao próprio filho? A troco de quê? Por quê?

Só consigo lembrar de uma frase do Miguel. “Meu pai nunca faria nenhum mal a mim.” Fez.

-Algo mais a acrescentar?- O delegado perguntou e o Miguel negou com a cabeça. Ele está mentindo, tem muito mais a acrescentar, ou ele não pode falar, pelo menos não na frente do delegado, ou não quer falar, não quer “entregar” o pai.

-Licença!- Levantei da cadeira e fui para fora da sala, disquei o número do Breno e só aí ele atendeu.

-Porra, que demora pra atender a caralha do telefone!!- Reclamei.

-Eu tava fumando uma pô, não sou de ferro!

-Breno, tudo o que você me falou coincidiu com o que aconteceu aqui, agora eu preciso que você passe o endereço do cativeiro pra mim, a menina ainda pode estar viva, então você pode ser o salvador da pátria, só precisa me falar onde é esse cativeiro!

o AMOR de um CEOWhere stories live. Discover now