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Victoria•

-Se eu contar, o que eu ganho com isso?

-Então quer dizer que você sabe mesmo de algo, uhn?

-O que eu ganho se eu falar?- Repetiu a pergunta.

-Ah...- O delegado se encostou na cadeira de um jeito preguiçoso.- Várias coisas podem ser feitas!

-Acha mesmo que eu vou cair nesse seu papinho de “Eu te solto se você falar?” Nem tente usá-lo porque isso é patético!- O Médico falou com um olhar tedioso.

O delegado ajeitou a sua postura igual a antes e colocou as mãos na mesa, ele encarou o homem a sua frente com seriedade.- Caso você não conte, primeiro será afastado do hospital por tempo indeterminado, segundo...- O delegado foi interrompido por um policial que chegou com um tablet em mãos.

-Delegado... Esse homem, Manuel Pacheco... Ele não é médico de verdade!- As palavras do policial acertaram a gente em cheio, até o delegado ficou estatelado.

Eu e o Miguel nos entre olhamos com a boca entreaberta e só pela nossa expressão, estamos pensando a mesma coisa. Algo estranho cresceu em meu peito, levei a mão para o coração sentindo uma pontada.

O “médico” Manuel começou a rir.- Não serei afastado de hospital nenhum, Sr delegado, afinal, nem médico eu sou!- Ele jogou a cabeça para trás e gargalhou.

-Fale tudo o que sabe, fale em quê esquema você está envolvido, agora!!- O delegado segurou o rosto dele com força.

-Olha, eu vou contar, mas não porque vocês querem... Eu não vou conseguir escapar da cadeia mesmo, então vamos lá meninas, sentem-se!- Manuel falou para o delegado e para o policial, mas no mesmo instante o delegado pediu para o policial se retirar.

Procurei a mão do Miguel e entrelacei ela a minha, foi mais forte que eu.

-Duas pessoas me procuraram para fazer um servicinho pra eles...- Manuel começou.- Pediram para minha pessoa forjar a morte da menina!

-Forjar?- Perguntei e olhei para o Miguel que olhou pra mim também com brilho nos olhos.

-Como assim forjar?- O delegado perguntou.

-Essas pessoas precisavam que todos achassem que a menina estava morta. Inventaram uma emergência e levaram a menina para o hospital, sedaram ela e levaram ela embora, tudo com minha ajuda claro. Me disfarcei de médico, hoje em dia é tão fácil fazer isso que eu fico até um pouco surpreso... Mas enfim, é isso.

Nossos queixos caíram, mas o que mais chamou nossa atenção Foi o fato da Talia estar viva. Miguel e eu nos abraçamos apertado. Tanto que começamos a chorar com um alivio enorme.

-Minha filha está viva!- Miguel falou sussurrando em meu ouvido.

-Sim, ela está!

-Não sei por quanto tempo a menina vai viver, querendo ou não ela ainda está com câncer e precisa do tratamento e não sei se aqueles dois teriam coragem de matar uma criança, mas acho que sim, parecem dois doidos!- Manuel continuou.

O nosso sorriso murchou e a preocupação veio a tona.

-Pra onde eles levaram ela?

-Ah, delegado... Você não gosta de joguinhos de detetive? Quer tudo de mão beijada?

-Fale onde eles estão!

-Posso dizer que... Em uma cabana muito estilosa!- Essa foi a única coisa que ele falou, depois disso nem mais uma palavra saiu da sua boca.

o AMOR de um CEOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora