Rosas

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— Não entendo por que você tá tão nervosa. Gosta dela, não gosta? — releio a mensagem pela milésima vez ainda achando que é apenas uma ilusão de ótica e sumirá em segundos.

— Você não entende, Boscha, minha mãe nunca permitiria — respondo à rosada que revira os olhos, impaciente.

Convidei Boscha para minha casa para não ficar sozinha com minha mãe. Ed e Em vão se encontrar com uns amigos no parque, e realmente não tenho coragem de ficar sozinha com Odalia. E já que a rosada é a única que pode pisar aqui em casa sem ser atacada, a chamei.

— Eu não entendo você, Blight, fica babando pela menina aí quando ela toma atitude tu fica assim.

— Eu já expliquei, não quero trazer problemas para ela — encaro a notificação mais uma vez sem coragem de abri-la.

— Covarde — franzo o cenho.

— Eu não sou covarde, somente penso antes de agir, deveria tentar de vez em quando.

— Blight, você quer ou não sair com Luz? — pergunta impaciente tomando o celular de minhas mãos e jogando no travesseiro em meu colo.

— Quero — respondo sem evitar, voltando a pegar o aparelho.

— Então vamos fazer assim, você diz para sua mãe que vai para minha casa, e encontrará com a Noceda, simples e de nada.

Mordo o lábio, nem preciso dizer quantas falhas aquele plano tem, com certeza algo daria errado, mas quer saber? Eu não ligo, sairei com a garota que gosto e vai dar tudo certo.

— Ok, eu topo.

— Finalmente, se eu fosse você responderia à mensagem ─ ela diz indicando o celular em minhas mãos.

Sentindo as tais tremulas, desbloqueio o mesmo com minha digital e em seguida respondendo à latina. Meu coração estava um tanto acelerado, parecia ir explodir junto a minha cabeça. Que eu não me arrependa...

[...]

Sexta anoite, a uma semana atrás tentava de toda forma convencer Boscha de me deixar em casa, e agora sairei com a pessoa que conheci no exato dia. Luz era engraçada, bonita e gentil, eu não consigo descrever o que sinto perto dela, milhões de borboletas voavam em minha barriga se misturando com o nervosismo de algo dar errado.

Já conversei com Odalia sobre ir para casa de Boscha, ela aceitou e por incrível que pareça, mal pareceu se importar, até por que nem estaria em casa no dia.

No momento tentava de todo modo decidir que roupa usaria. Mas que merda, por que é tão difícil?!

É claro! Os gêmeos.

Pego o máximo de roupas possíveis — mesmo nenhuma me agradando — e vou até o quarto dos dois quase arrombando a porta desesperada.

— Ajuda, por favor.

Uma coisa é fato, os dois tem um perfeito senso de moda — pena que é só disso —.

[...]

— Uma obra de arte — os dois falam em uníssono enquanto soltam um beijo nos dedos os abrindo logo em seguida.

Me encaro pela milésima vez no meu reflexo. Estou bonita... eu realmente estou bonita... um pequeno sorriso se forma em minha boca ao admitir isso.

Estava com uma regata branca por debaixo de um suéter preto frouxo um pouco transparente que ia até os pulsos e deixava meus ombros amostra, pus uma saia colada de couro falso que ia da minha cintura até a metade de minhas coxas, o resto da minha perna era coberta com uma meia calça e usava coturno também preto. Decidi por uma maquiagem mais discreta com apenas um delineado se destacando e soltei o cabelo por completo. Mas meu sorriso some se substituindo por uma feição insatisfeita enquanto encaro meu corpo, me viro para os dois que também param de sorrir e me olham confusos.

— O que foi? — bufo me jogando na cama bagunçada de Edric.

— Pareço uma doente — levanto minhas mãos analisando-as — Ia ser legal ter algo além de pele e osso — murmuro.

Não era a primeira vez que me sentia irritada com minha magreza extrema, apenas nunca quis mencionar sobre, mas agora que queria estar impecável, minhas inseguranças voltaram três vezes pior.

— Mittens, desde quando pensa isso? — dou de ombros sem lembrar ao certo.

— Sabe que isso é mentira, né?

— Como seria? Minhas pernas são equivalentes as de um grilo — volto a me sentar encarando os dois que pareciam assustados — O quê?

— Amity, presta atenção — encaro a esverdeada séria, um grande milagre me chamar por meu nome —, você é linda, ok?! Para com isso, você é uma garota incrível, inteligente e muito bonita — sinto sua mão sob meu ombro enquanto ela ficava ao meu lado.

— Eu não sou tão bom de conselhos ou frases motivacionais como essa aí, mas concordo, você é nossa irmãzinha, não pense essas coisas — dou um sorriso segurando as lágrimas que ameaçavam transbordar.

Eles dois me enchem a cada 3 segundos, me irritam, fazem de tudo para me tirar do sério, mas são meus irmãos.

Eu os amo.

[...]

Eu e Luz combinamos de nós encontrarmos a traz da lanchonete do Morton, não que quiséssemos nos esconder, mas era uma cidade pequena e não queríamos chamar muito atenção — o que é difícil sendo uma Blight —.

Assim que chego no lugar mal iluminado, tenho a visão de uma Luz obviamente nervosa e muito, muito linda.

Ela estava com os cabelos bagunçados — como sempre —, sem alguma maquiagem aparente e segurando uma rosa. Ela vestia uma calça jeans preta e frouxa, sua blusa era branca e sem manga junto a uma jaqueta cinza que era claramente tamanhos amais do da latina.

Me aproximei da tal tocando em seu ombro a fazendo dar um pulo, sendo o motivo da minha gargalhada.

— Tem que parar com isso! — rio ainda mais de sua indignação.

— Você fica adorável quando toma um susto — sorrio massageando minha barriga voltando a olhar a rosa, agora de perto percebi algo que deixei passar no escuro.

Ela era lilás.

— Eu... eu trouxe isso para você — levanta a mão de uma vez, visivelmente sem graça coçando a nuca —, minha tia falou que o certo era trazer flores no primeiro encontro e tals e eu queria fazer isso direito, s-sabe, quer dizer...

— Obrigada — dou um sorrisinho interrompendo a outra, pego a flor dela a cheirando de leve —, eu adorei, só não sei onde colocar — rio analisando onde guardaria a pequena rosa.

— Acho que tenho uma ideia — ela toma a tal tirando o cabelo do meu rosto e pondo por trás de minha orelha.

Não consegui fazer nada além de encará-la, não precisava de um espelho para saber que no momento fazia um perfeito cosplay de tomate.

— Estás muy bonita, Blight — ela ainda estava perto demais.

— V... valeu... — nem sequer entendi ao certo o que a latina falou.

Sua mão ainda estava sobre minha bochecha que sentia queimar, sua respiração um tanto desregular batia nos meus lábios e parecia que em simples movimento da latina me faria desmaiar. Ela ainda chegou a se aproximar e sorriu se afastando, juro que minhas pernas pararam de funcionar por um momento.

— É melhor irmos. Não queremos nos atrasar, não é? — ela dá um sorriso maligno andando no caminho oposto de mim.

A xinguei de todos os nomes possíveis em minha cabeça. Está brincando com fogo, Noceda.

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E ai povoN tenho mt o que flr aqui dessa vezO prox cap vai ser td softAté amanhã;)

Amor AdolescenteWhere stories live. Discover now