Capítulo 9

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LIVIN'ON A PRAYER

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LIVIN'ON A PRAYER


EU ESTAVA PRESTES a ter um ataque de pânico. Meu seio palpitava, a cabeça zumbia, faltava ar. Sei que parece uma reação exagerada, mas tendo em mente que era a primeira vez que eu ia – deliberadamente – desobedecer a James, eu já via motivos suficientes para ficar apavorada.

— Está nervosa? – Trevor perguntou e percebi que encarava meu nervosismo aparente pelo retrovisor.

Não respondi. Apenas desviei o olhar.

— Jura que está nervosa? – Vivian perguntou.

Dei de ombros.

— Nós não vamos assaltar um banco. – Trevor acrescentou – Não tem motivos para isso, princesa.

— Isso, Emily. – Vivian concordou, tentando soar séria – Somos duas pessoas adultas, com dinheiro, indo comprar um veículo que vai facilitar nosso acesso à faculdade e às suas dependências.

Não resisti e sorri de sua tentativa de me acalmar.

— Isso, garota. – Trevor disse enquanto não deixava de desviar o olhar de mim pelo retrovisor – Agora vai ter um motivo melhor para recusar minhas caronas, não acha?

Revirei os olhos e ignorei-o outra vez.

Trevor já tinha feito mais de uma dúzia de piadas sem graça sobre a carona recusada. Não tinha motivos para sorrir apenas para agradar. Vivian, porém, visivelmente caída por ele, sorria para qualquer coisa que dissesse, bastava pedir.

— Anda, sorri comigo, chata! – Vivian disse e mostrei-lhe os dentes.

Desviei dela para encarar o motorista da rodada, consegui captar, num milésimo de segundo, uma expressão que não soube identificar. Não era um olhar de quem está interessado em ser seu amigo, muito menos seu amante, tinha alguma coisa de admiração, mas também de algo que não soube identificar.

Desconcertada, desviei o olhar outra vez. Sem saber como reagir.

Eu não me deixaria ser hipnotizada por seu olhar azul intenso outra vez. Não iria ofender minha amiga dessa forma. Também não ia querer competir por atenção, nunca tive jeito para ficar correndo atrás de homem, ou vontade.

Minutos silenciosos transcorreram dentro do carro até que Trevor estacionou em frente a uma típica loja de carros usados. Um pátio enorme e poeirento, cheio de bandeirinhas penduradas em linhas espalhadas por todo o terreno. No meio do pátio ficava o escritório central. Uma pequena estrutura de janelas de vidro. Enormes letras pintadas nas janelas informavam descontos progressivos. Como se alguém pudesse comprar mais de um carro no mesmo ferro-velho.

Será que isso acontece com frequência?

Alguma espécie de feirão estava acontecendo, porque o movimento era bem grande. Alguns vendedores circulando, em meio aos carros, atrás de clientes, tinham nos bolsos panfletos que ilustravam as melhores ofertas.

Um Amor em East ValleyWhere stories live. Discover now