Capítulo 8

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SÓ UM POUCO REBELDE

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SÓ UM POUCO REBELDE


VÁRIOS DIAS PASSARAM, o tratamento que Nicholas dispensava a mim não mudou. Continuava irritantemente estranho, distante. Até tentava disfarçar, voltar ao nosso marasmo, mas eu percebi que evitava que nos encontrássemos ou ficássemos perto por muito tempo, sempre que possível. O único contato que tínhamos estava limitado ao trajeto para a faculdade, já que eu era carona, mas até isso estava me deixando desconfortável.

Quando o horário do almoço chegava, eu voltava para casa de ônibus, o apartamento estava silencioso e eu cozinhava tranquila. Deixando sempre uma porção generosa para ele no micro-ondas. O problema é que eu sempre via o prato intocado no dia seguinte. E, me sentindo uma intrusa, era obrigada a jogar no lixo a comida. Algo que me doía bastante, pela história que vivi.

Graças a Deus por Vivian sempre me alegrar na faculdade. Como tentava me enturmar com todos, já que em duas semanas ela já era praticamente a rainha da faculdade, chamando a atenção de todo mundo ali, eu tinha bastante tempo do meu dia ocupado com interação social.

Infelizmente, para Nicholas, as coisas iam começar a ser diferentes. Chega de frieza, chega de ser tratada pior do que as colheres no gaveteiro da cozinha. Se Nicholas me queria fora dali, e eu tinha certeza de que queria, deveria pelo menos ter a decência de me dizer isso à face.

Levantei mais cedo que de costume, tomei um café simples e preparei panquecas apaziguadoras. Bem-disposta, esperei que se levantasse também. Aproveitei o tempinho extra para checar as redes sociais. O aplicativo do banco ainda não tinha sido devidamente configurado. Chequei o valor depositado e recebi um presente inesperado.

James tinha cumprido a promessa que fez para mim. Depositou o valor que disse que iria me mandar mensalmente. Valor que me ajudaria a focar apenas nos estudos e hobbies, e não precisar trabalhar por um tempo.

Mas não era apenas isso.

O histórico de transações da conta mostrava muitas movimentações. Chequei o documento em PDF gerado pelo aplicativo para ter certeza. Os depósitos de diferentes valores datavam desde os meus doze anos. Pequenos depósitos de dez ou doze dólares, até os mais recentes, de quatro ou cinco centenas de dólares, até o mais recente de mil e duzentos dólares.

James estava provendo uma poupança para mim há muito tempo.

Lembrei, de imediato, quando lhe via naquela cozinha quente e abafada, por entre as prateleiras de panelas e utensílios domésticos. Lembrei da forma que calculava os apertados orçamentos mensais e guardava algumas notas num envelope rosado.

"Isto é para seu futuro, Emily, para quando eu não estiver por perto", ele dizia e eu lhe apertava num abraço.

Lembrei-me ainda das duas vezes em que precisou de livros para a faculdade, mas comprou gastos livros usados em sebos, pois não ia mexer nas minhas aplicações. Pois não ia tirar o presente que tão generosamente provia para um caso de necessidade.

Um Amor em East ValleyWhere stories live. Discover now