Capitulo 5

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Depois de mais ou menos duas horas depois do acidente, chegaram o corpo de bombeiros junto com as ambulâncias e as viaturas policiais, os paramédicos me examinaram, colocaram uma tala em minha perna e me deram uma muleta de verdade para que eu conseguisse andar sem gritar de dor a cada passo, os policiais me colocaram dentro de uma viatura e me levaram para delegacia antes de tudo virar a maior bagunça.

Quando chegamos a delegacia os policiais me fizeram uma série de perguntas sobre o acidente, depois do interrogatório eu sentei na sala de espera enquanto pensava em tudo que havia ocorrido, e comecei a chorar novamente, até que olhei para fora e vi um carro preto entrando no estacionamento e de dentro dele saíram dois homens vestindo ternos cinzas, um deles segurava uma pasta marrom então presumi que eram advogados, quando eles entraram eles caminharam em minha direção calmamente, quando chegaram perto um deles estendeu a mão para me cumprimentar.

-Srta. Andrews, somos os advogados de seu pai e vinhemos busca-la - diz um deles me entregando um cartão que estava no bolso de seu paletó, no qual dizia " Empresa de Advocacia Três irmãos"- Seu pai Klaus Andrews fez um plano de emergência caso ele e sua mãe viessem a falecer, não se preocupe, não será levada a nenhum orfanato, será levada a um hotel em Las Vegas nos Estados Unidos até que encontremos um representante legal ou seja um parente próximo para cuidar de você.

-Estados Unidos? por que tão longe?-pergunto curiosa

Eles hesitam antes de responder

-É o que diz testamento senhorita.- diz o outro

-Testamento? tão cedo? eles eram muito jovens para ter um testamento.- digo um pouco desconfiada.

-Senhorita, é melhor prevenir do remediar, e seu pai era um homem prevenido, veja, pode ver que não estou mentindo- o advogado abre sua pasta e retira uma folha de papel e me entrega o documento, analiso o documento verificando se era legítimo, o que aparentemente era( uma das coisas que meu pai me ensinou foi como verificar se certos documentos que lhes são entregues são verdadeiros ou falsos).

O testamento dizia as seguintes palavras: 

" Eu Klaus Ebertz Andrews declaro pelos devidos fins que quando eu vier a falecer deixarei minha herança, minha fortuna e minha casa, para minha única filha Rebecah Charllot Andrews, e caso sua mãe e minha esposa Sophie Charllot Andrews também vier a falecer e minha filha ainda for menor de idade, ela será levada a um hotel em Las Vegas nos Estados Unidos, Hotel Lótus, onde ela ficará até que se encontre para ela um tutor ou uma escola de internato para crianças especiais, quando ela fizer 18 anos terá direitos legais a herança que lhe deixei, e fazer dela o que bem entender.

Klaus Ebertz Andrews. "

Passei a mão sobre a caligrafia fina do meu pai desejando que estivesse aqui para me dizer que estava tudo bem e que ninguém iria me levar para longe, mas aparentemente aquilo era real, assim como o próprio testamento que dizia que eu teria que fazer uma longa viagem e ficar num lugar estranho no qual não conhecia ninguém, eu não entendia o por que de ir para tão longe, qual o motivo de eu deixar o país em que nasci o lugar onde fui criada, onde estão meus amigos e as pessoas de quem gosto, para ficar num lugar tão distante.

Eu estava tão perdida em meus pensamentos que um dos advogados teve que limpar a garganta para chamar minha atenção.

-Desculpe senhorita mas nós temos que partir agora!- disse um deles estendendo a mão para me ajudar a levantar.

-Agora!? mas...mas por que agora? eu não vou presenciar o enterro dos meus pais?eu...eu não entendo ...- digo em desespero.

-Sentimos muito mas acho que não senhorita- diz o outro- o barco está a sua espera, providenciamos tudo antes de vir.

-Não! eu não vou, não agora!- digo me levantando o mais rápido que conseguia - Não antes de me despedir de todos, de enterrar meus pai, não vou antes de me despedir deles devidamente.

-Senhorita, sinto muito mas temos que ir, não temos tempo- diz um deles agarrando meu braço livre, e isso foi a gota d'água.

- NÃO!- gritei tentando me soltar.-ME SOLTA!- deixei a muleta cair, e com a mão livre tentei soltar a mão dele do meu braço, mas meus esforços foram em vão ele era muito forte. Policiais apareceram para saber o que havia mas aparentemente não estavam do meu lado.

-Menina não complique as coisas!- diz ele apertando ainda mais meu braço.-AI!- grita ele de dor, então ele me solta e eu caio no chão, ele segura o punho como se tivesse machucado a palma da mão, eu tentei me arrastar numa tentativa patética de fugir, mas dois policiais me agarraram pelos braços, então o advogado da mão machucada anda em minha direção então pude perceber que sua mão estava queimada, ele aponta o dedo para mim e diz já impaciente- Você virá conosco querendo ou não!.

O ódio tomou conta de mim, os dois policiais me soltaram com se também tivessem queimado suas mãos, peguei minha muleta e me levantei rapidamente, olhei para os advogados e disse:

-Ninguém vai me impedir de me despedir dos meus pais , Ninguém!- todos começaram a se afastar de mim , olhando apavorados nos meus olhos, eu estava com muita raiva e sentia ela se espalhar pela sala. Então me veio a vontade de mata-los, de agarrar seus pescoços e enforca-los com minhas próprias mãos, então eu finalmente caí em mim, aquilo era doentio, nunca havia pensado numa coisa dessas, olhei para todos do outro lado da sala que estavam apavorados e implorando para que eu não os machuca-se, eu fiquei confusa pois como uma garota de 16 anos pode machucar quatro homens de uma vez, então senti alguma coisa me perfurar no braço, eu fiquei zonza e tombei no chão, foi quando percebi que um dos guardas havia pegado uma seringa e aplicado em mim alguma coisa e então eu desmaiei.

   

A filha de HadesDonde viven las historias. Descúbrelo ahora