𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 2

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" 𝚅𝙾𝙲Ê 𝙹𝚄𝙻𝙶𝙰 𝙰 𝙳𝙾𝚁 𝙳𝙾 𝙾𝚄𝚃𝚁𝙾 𝙲𝙾𝙼𝙾 𝚃𝙴𝙼𝙿𝙴𝚂𝚃𝙰𝙳𝙴 𝙴𝙼 𝙲𝙾𝙿𝙾 𝙳'Á𝙶𝚄𝙰, 𝙿𝙾𝚁𝚀𝚄𝙴 𝙽Ã𝙾 𝚅𝙸𝚄 𝙲𝙾𝙼𝙾 𝙴𝚂𝚂𝙰𝚂 𝙽𝚄𝚅𝙴𝙽𝚂 𝚂𝙴 𝙵𝙾𝚁𝙼𝙰𝚁𝙰𝙼

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" 𝚅𝙾𝙲Ê 𝙹𝚄𝙻𝙶𝙰 𝙰 𝙳𝙾𝚁 𝙳𝙾 𝙾𝚄𝚃𝚁𝙾 𝙲𝙾𝙼𝙾 𝚃𝙴𝙼𝙿𝙴𝚂𝚃𝙰𝙳𝙴 𝙴𝙼 𝙲𝙾𝙿𝙾 𝙳'Á𝙶𝚄𝙰, 𝙿𝙾𝚁𝚀𝚄𝙴 𝙽Ã𝙾 𝚅𝙸𝚄 𝙲𝙾𝙼𝙾 𝙴𝚂𝚂𝙰𝚂 𝙽𝚄𝚅𝙴𝙽𝚂 𝚂𝙴 𝙵𝙾𝚁𝙼𝙰𝚁𝙰𝙼." 

𝔄yla estava apavorada e ele sabia. Ela queria ter se mostrado mais confiante e corajosa, queria ter mostrado que tinha tudo sob controle, mas tudo o que ela conseguia fazer era controlar a respiração e planejar uma forma de escapar se ele avançasse em sua direção. E para seu crescente pavor, seu corpo se negava a mover um músculo, travando suas pernas desde que entrou naquele quarto –no qual acreditava ser seu túmulo. Por um breve momento, ela imaginou seu rosto estampado em garrafas de leite em lojas de conveniência, passou como um flash e por um instante, pensou na cena de seus parentes distantes em seu funeral, onde imaginava as lágrimas de seu pai e o semblante sem emoção.

Tudo poderia acontecer ali, absolutamente tudo. E Ayla não estava preparada para isso, porque tudo o que ela queria era fugir para casa e chorar. Chorar e chorar e nunca mais retornar para aquele belo inferno.

– Por Deus menina – Pediu o estranho com os dedos pressionando as têmporas, incapaz de olhar para o rosto pálido demais da garotinha – não pretendo machucá-la, pode voltar a respirar. Não vou te fazer mal algum.

E sem perceber, Ayla encheu os pulmões de ar, sentindo o rubor rosado nas bochechas voltar – enxotando um suspiro de alegria. O homem voltou a encarar brevemente a criança, observando seu desconforto como resposta. Admirado, essa era a palavra que ele poderia defini-la naquele momento. A ladrazinha era pequena, esperta, medrosa e adorável. Ela tinha bochechas grandes e rosadas, cabelos loiros encaracolados, pequenas sardas salpicava as maçãs do rosto e olhos encantadores que o faziam lembrar dos belos lírios azuis. Ele não soube explicar para si mesmo o motivo daquela mera lembrança, talvez fosse os devaneios por ficar por tanto tempo sem conversar com alguém, –ou pelo simples fato de que a solidão, por pouco não estava transformando em poeira seus únicos nervos que o impedia de fazer uma tolice.

– Você devia ir ao médico, não me parece muito bem – disse ela de repente, espelhando o mesmo comportamento dele.

Em outras circunstâncias ele teria ficado feliz por receber essa minúscula consideração de preocupação de uma estranha, mas como de costume, foi tomado pela carranca de sempre ao dizer:

– Não preciso da sua ajuda.

Ela cruzou os braços, parecia irritada.

– Isso foi um conselho – respondeu a menina, não dando a mínima – mas se quiser continuar assim e morrer devagar, o problema é seu.

Ele ficou boquiaberto, deitado no chão, incapaz de compreender a completa falta de educação e respeito que os pais deveriam ter dado à menina –pois se ele tivesse ganhado esse papel em sua vida, a menina já teria perdido alguns dentes. Tudo nela o fazia lembrar dele mesmo quando tinha a sua idade, a curiosidade, o instinto de aventura e o completo talento para se meter em problemas. Em problemas grandes demais que não conseguia sair sozinho.

Laços de Aço --Serie: PRIMORDIAIS--Where stories live. Discover now