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O que aconteceu com Brandon pareceu um pouco estranho. Foi muito de repente. Todos sabiam sobre seu vazio inexplicável, mas o fato desse vazio ter sido preenchido assim que ele viu Calisto na imensidão do espaço, parecia insano de mais para acreditar assim, de imediato.
Mas o sonho que ele teve sobre a mulher que dizia ser sua mãe, o que era mais insano ainda, realmente poderia ajudar Lya. Um acordo justo poderia suspender a batalha que eles vinham se preparando, mas que não tinham a mínima esperança de vencer, apesar de estarem muito confiantes.

Kate não conseguia acreditar no que o irmão dizia. Não porque ela achava que fosse realmente mentira ou só uma brincadeira sem graça do irmão, mas porque ela não conseguia se imaginar longe dele. Depois que os pais abandonaram eles, Kate ficou muito dependente do irmão, emocionalmente falando. Brandon era seu porto seguro e Kate não se imaginava sem ele. Claro, estava preparada pro dia em que o irmão se casasse ou saísse de casa, mas não precisava ser pra tão longe assim.

Algumas horas depois, a nave se aproximou de Calisto e eles se preparavam para o pouso.
Assim que se aproximaram do solo, se posicionaram na rampa da nave, que abaixou pra que eles pudessem descer.
A Lua tinha uma atmosfera alaranjada, a vegetação era dos mesmos tons, deixando parecer que estavam mortas, mas havia oxigênio, o que permitiu que os sete jovens não precisassem do traje. Havia uma neblina, também alaranjada, e um tanto densa no ar.
Assim que os habitantes de lá perceberam que havia intrusos no território da rainha, uma grande multidão de seres vestidos em armaduras vermelhas com armas um tanto estranhas na mão, cercaram a nave.
De repente os soldados abrem um corredor, permitindo a passagem de alguém, que antes que aparecesse na vista dos jovens intrusos, falava algo em voz alta:

-Quem ousa pousar sua maldita nave na minha Lua? -Ela tinha uma voz firme. Um pouco assustadora.

Conforme esse ser se aproximava, a névoa ficava menos densa e ele ia ganhando forma.
Brandon tentava olhar, com dificuldade, no meio da névoa, mas quando viu um tecido vermelho apontar no corredor que os soldados fizeram, percebeu que era a mulher de seus sonhos.

B-É ela. -Disse com os olhos arregalados.

L-Tem certeza disso? -Perguntou Lya.

B-Sim, o-olha o vestido. -Disse ele, apontando.

Mais alguns passos e eles conseguiram ver a rainha de Calisto em sua forma. Brandon teve a certeza de que ela era mais bonita pessoalmente. Estava encantado. Hipnotizado. Sentia que a conhecia a muito tempo.

L-Nós precisamos das águas do seu mar vermelho. -Disse Lya, com a voz alta. Já que estava distante o suficiente pra ter que gritar.

-Isso não é um lugar pra passeios, garota burra. Agora saiam daqui, ou meu exército os tirará a força! -Respondeu.

A-Mas nós temos alguém que você quer. -Disse Axel.

K-O seu filho. -Acrescentou Kate, com uma certa pontada de dor na voz.

Ella abraça o pescoço de Kate, tentando consolar a moça.

-Meu filho?... -Disse a rainha, com a voz melancólica dessa vez.

L-Nos deixe ir até o mar e você verá o seu filho. -Sugeriu Lya.

-Não acredito que estejam com ele!...

B-Estou aqui! -Disse Brandon, saindo de trás de Axel e ficando a vista da rainha.

Lya e Kate pegaram o braço de Brandon e desceram em direção a rainha. Axel segurou a mão de Lya e Rasmus, Zoe e Ella vieram logo atrás deles.
Estavam todos com um pouco de medo, mas era a única forma de chegarem até o mar. Era melhor do que enfrentar aquele exército inteiro, que eles mal sabiam se eram pessoas como eles e a rainha ou seres verdes e magrelos, como viram na casa de Brandon quando estavam na Terra.
Kate não gostava da ideia de entregar o irmão. Aquilo doía muito, seu coração estava apertado. Mas sentia que o irmão queria aquilo e via que o vazio em seus olhos havia desaparecido.

-Meu filho... -Disse a rainha ao ver de perto o rosto de Brandon, com os olhos lacrimejando.

B-Você apareceu no meu sonho... Mas por que só agora?! -Perguntou Brandon.

-Eu te mandei sinais a sua vida inteira!... Mas você não entendia... Mas eu comecei sentir você mais perto de mim. Só assim eu consegui aparecer no seus sonhos. -A rainha passa a mão sobre o rosto de Brandon e com a outra, ajeita seus cabelos.

L-E o nosso acordo? -Pergunta Lya.

-Claro! Vocês me devolveram a alegria que eu não sinto a anos. Se o que deseja é ir até o mar, tem a minha autorização.

L-Obrigada!

-Preparem quantos pra todos eles -Disse para uma criada que estava ao lado dela, um pouco mais atrás-. Passaram a noite aqui.

-Sim, minha rainha. -Reverencia e sai.

R-Já que é a mãe do Brandon, como devemos chamar a senhora? -Pergunta Rasmus.

C-Me chamo Calique. Mas... Brandon?

B-Esse é o meu nome. -Afirmou.

C-Quando foi tirado dos meus braços você se chamava Caine... -Explicou a rainha, com os olhos vidrados nos olhos do filho.

B-Mas quem me tirou da senhora?! E por que fizeram isso?!

C-Vamos entrar. Explicarei tudo a você. Meu menino...

Foram até o castelo da rinha e foram acomodados em um grande salão, onde comeram e beberam.
Brandon sentia realmente que pertencia àquele lugar. Estava se sentindo em casa como nunca havia se sentindo antes. Estava diante do que seria seu por direito. Era algo que mal conseguia expressar em palavras.
Conversou com Calique por horas. A rainha explicou que o bebê fora tirado de seus braços, porque foi fruto de um amor que, para a cultura deles, era inaceitável. Brandon, ou melhor, Caine, foi gerado a partir de um relacionamento que Calique teve com um terráqueo. Por isso que quando nasceu, foi levado para a Terra.
Calique sofreu a dor de perder o filho por anos e anos. E nunca pode ver novamente o seu amor terrestre.

Depois de algumas horas, Calique ordenou que alguns soldados levassem Lya, Axel, Zoe, Rasmus, Ella e Kate. até o mar vermelho. Chegara a hora de finalmente despertar o poder do multímodo que estava dormente dentro de Lya.

Z-E agora? É só entrar no mar? -Perguntou Zoe.

L-É, eu acho que sim... Vamos descobrir.

Lya entra no mar, que tinha cor de um vermelho sangue, e mergulha. Fica alguns segundos debaixo d'água, quando de repente raios de luzes brancas começam a aparecer. Ela sai de dentro d'água com os raios de luz a sua volta e então começa a flutuar. Os outros que estavam olhando ficam um pouco assustados, mas não dizem nada. Então, depois de alguns segundos, uma grande luz explode de dentro dela e ela cai no chão.

A-Lya! -Grita Axel- Você está bem?!

E-E então, funcionou?!

L-Eu acho que sim... Sinto algo grande dentro de mim, que nunca tinha sentido antes -Explicou-. Uma força tão grande que sinto que nada é capaz de me derrotar.

R-Nem o grande mal que se aproxima de Atrix?!

L-Nem o grande mal que se aproxima de Atrix.

No Coração De Calisto - O Poder Adormecido [+12]Where stories live. Discover now