44_ Vingança.

Começar do início
                                    

Me virei para a porta, apenas para encontrar o olhar preocupado do Theo.

O seu terno estava amassado, em comparação com a visão que tive dele no início da festa, e ele continuava divino. Como se tivesse sido desenhado e planejado para a perfeição.

A sua mão direita segurava o chapéu da minha fantasia, juntamente com o chapéu dele.

- O que você tá fazendo aqui? - Questionei com a voz baixa.

- O que você está fazendo aqui? - Ele devolveu a pergunta, tomando cautela com o seu tom de voz e me fazendo erguer uma sobrancelha.

- Você deveria estar escutando quem ganhou a bolsa. - Soltei indignada.

Eu também deveria, mas prefiro continuar sendo perfeita, como sempre.

- Com você saindo assim do nada? Sem jeito, querida. - Ele começou a andar na minha direção e eu me virei para a frente frustrada.

Uma mistura de indignação profunda e terror passou pelo meu corpo, fazendo os meus pés também se moverem pelo corredor.

Como se eu estivesse no Subway Surfers e o Theo fosse o policial, eu corri pela minha vida.

Tem um pouco de ironia nisso...

- Você vai me fazer realmente correr atrás de você? - O Theo perguntou e eu acelerei o meu andar. - Eu não tenho problema nenhum em fazer o que eu já tenho feito todos os dias, estava apenas confirmando. - Ele acrescentou com diversão.

Eu neguei a cabeça desacreditada e cerrando a minha mandíbula.

- Você deveria voltar e descobrir se ganhou a bolsa. - Aconselhei.

- Você também deveria. - Ele devolveu mais uma vez, me fazendo encarar o teto em um pedido de socorro.

- Theo, volta para o baile. - Pedi.

- Eu já te falei o quanto eu amo ouvir você dizendo o meu nome? - Os passos atrás de mim continuaram.

- Estúpido, idiota, patético, ridículo, horrendo. - Insultei com ódio enquanto virava o corredor.

- Você sabe que eu também adoro ouvir o que você odeia em mim, não é? - A voz divertida do Theo falou atrás de mim.

Esse psicopata estava se divertindo enquanto me perseguia...

- Você é insuportável! - Atirei desacreditada.

- E você é insuportavelmente linda, mas você não me vê reclamando disso. - Ele respondeu e a voz dele agora parecia ainda mais perto.

- Eu quero socar a sua cara agora. - Admiti com os dentes cerrados.

- Isso é romântico...

Eu nem precisei me virar pra saber que ele tinha um sorriso gigante enquanto dizia tudo.

Eu franzi a minha testa e as minhas sobrancelhas se juntaram, enquanto um nó se formava na minha garganta.

- Deus, por que você não consegue ter a porra de uma conversa direito comigo? - Soltei frustrada e quase sem perceber que no momento que eu falei aquilo, os passos atrás de mim foram cessados.

- Nós não estamos conversando, se estivéssemos, você estaria olhando para mim. - A resposta dele veio finalmente depois de algum tempo em silêncio.

- Eu não consigo te encarar. - Fui honesta, com a culpa corroendo os meus ossos e não deixando nada para o meu terrível egoísmo e a minha cruel vontade de querer ser egoísta por um momento.

- Por quê? - Ele perguntou genuinamente, com uma preocupação que foi mascarada pelo tom ofendido.

- Porque talvez eu apenas não queira te encarar! - Argumentei irritada virando mais um corredor.

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