Eram 06h00 da manhã, e sim, eu tive que olhar para o relógio. Não foi porque eu quis, e sim porque o Augusto falou que as galinhas tinham que comer às 05h30 em ponto, nem um minuto a menos e nenhum minuto a mais.
A minha vontade de matar o Augusto voltou quando eu vi o horário, mas respirei fundo e contei até 20. E também eu tenho que esperar o Augusto me levar para a loja de construção que fica perto do condomínio que eu morava e tem um senhor que trabalha nessa loja que eu considero como o meu avô, e ele me considera como neta.
Quando eu fui lá para comprar madeira para eu fazer uma casinha de pássaro para o trabalho para o colégio, o senhorzinho sempre me dava madeira de graça. E eu tive que pegar muita madeira, porque cada vez que eu tentava construir, eu batia o martelo no lugar errado e a casinha desmoronava.
Foi frustrante todas as vezes que tive que começar a construir a casinha do zero.
Então quando terminei de ajudar o Augusto a alimentar os animais, voltei para casa e fui fazer um café pra mim. Eu não gosto muito de café, mas tenho que ficar acordada e se eu deitar naquele sofá é muito provável que eu vá dormir.
Enquanto esperava a água ferver, um cara entrou na cozinha falando um monte de coisa que não conseguia entender.
- batchan do céu tenho que te contar um babado que aconteceu com a senhora Bernadete! Sabia que ela traiu o amante dela? Ela teve a cara de pau de confessar para o mari... - ele parou de falar quando me viu. - Quem é você e o que você fez com a batchan?
- eu que deveria perguntar! Por que você entrou na casa do meu avô sem bater na porta? Cadê a educação? - digo e o rapaz que estava na frente da mesa continuou calado. - Eu vou ligar para a polícia se você não sair.
- eu que vou ligar! - ele disse. - você matou a batchan!
- como que é?
- Bárbara, por que você está falando sozinha? - Augusto entrou na cozinha e nem reparou que tinha um cara totalmente desconhecido do lado da mesa. Apontei com a cabeça para o cara e o Augusto levou a atenção ao desconhecido. - O que você está fazendo aqui, Jonathan?
O cara desconhecido tinha nome, e era Jonathan.
- Vim tomar café da manhã, como eu faço todos os dias! - Jonathan/desconhecido diz como se a presença dele ali fosse a coisa mais óbvia.
Nesses dois dias que dormi aqui, eu nunca fiquei sabendo de Jonathan nenhum.
- Quem é ele? - perguntei.
- Ele é meu irmão. - Augusto respondeu.
- Quem é ela? - o desconhecido perguntou.
- Ela é neta do senhor que eu trabalho. - o Augusto respondeu a pergunta dele.
- sabia que ela queria chamar a polícia porque eu entrei sem bater na porta? Que absurdo. - o Jonathan diz colocando as mãos na cintura e ri daquilo.
- eu já lhe avisei que isso é uma das suas manias ridículas e já falei para você parar com isso. - Augusto diz para o seu irmão, e ele respondeu " tá tá, já entendi. "
Agora reparando bem, eles realmente aparecem. Eles têm a mesma cor de cabelo, às voz de ambos são quase iguais.
Desliguei o fogo quando percebi que a água já estava fervendo.
O Augusto explicou que a batchan é o meu avô, mas reparei que ele estava prestando mais atenção em mim do que o irmão dele estava falando.
- ela é linda né? - Jonathan fala é me deixa surpresa e envergonhada.
- Do que você está falando, Jonathan?
- Se eu não fosse gay, eu pagaria ela. - ele coloca uma mão na cintura e a outra na cintura. - Já sou assumido desde os meus 16 anos, meus pais não gostam muito mas eu tô foda-se para eles. Não preciso de nenhum dos dois na minha vida, não preciso do dinheiro deles. - e também não posso pegar você, porque sou casado.
- eles sentem sua falta Jonathan, ambos já se arrependeram por ter falado aquilo para você quatro anos atrás. - Augusto disse mas o irmão apenas negou com a cabeça.
- eles não sentem a minha falta, nunca sentiram. Eles me deixaram trancado no quarto quando eu me assumi gay pra eles, o nosso pai dizia que isso era " modinha " e isso passaria se eu ficasse trancado no meu quarto.
Nossa.
- ele já se arrependeu disso.
- em 31 de fevereiro eu acredito nisso. - ele diz e o Augusto revirou os olhos. - eu não desejo nada de mal para o nosso pai, eu quero que ele seja feliz, mas eu quero que ele seja feliz bem longe de mim.
- eu converso com você depois sobre um assunto. - Augusto disse.
- Quem morreu? Nossa mãe está com problema de saúde de novo e ela pediu para você me procurar para pagar novamente o tratamento dela? Não, o nosso pai voltou a beber e está no hospital quase morrendo e ele quer que eu pague o tratamento dele?
- NÃO! Para de pensar isso sobre os nossos pais, eles mudaram caralho! - o Augusto gritou.
Meu deus por que eu ainda estou aqui?
O clima estava muito pesado ali na cozinha, então eu disse.
- Querem café?
- Perdi até a fome. - o Jonathan disse olhando feio para o seu irmão. - quando você sempre toca no assunto dos nossos pais, eu perco a fome.
- Eu vou ligar o carro. - Augusto diz saindo da cozinha.
- onde o tongo vai? - Jonathan perguntou.
- Ele vai me levar para loja de construção, eu preciso comprar algumas cerquinhas.
- você andou pulando algumas e acabou quebrando algumas né? - Ele diz e eu apenas arregalei os meus olhos e neguei com a cabeça. - tô zoando, posso ir com vocês?
- se o seu irmão não se importar...
- Victuxa não vai se importar.
Victuxa... que apelido estranho.
Tenho certeza que o Augusto não gosta desse apelido, nenhum pouco.
- tá bom então, vamos.
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Continua...
ESTÁ A LER
𝗠𝗬 𝗩𝗔𝗖𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡 𝗢𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗙𝗔𝗥𝗠 | babictor
Romance𝚠𝚎𝚕𝚌𝚘𝚖𝚎 𝚝𝚘 ⋘ 𝐌𝐘 𝐕𝐀𝐂𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐅𝐀𝐑𝐌⋙ ⤩┆𝗙𝗔𝗡𝗙𝗜𝗖 𝗕𝗔𝗕𝗜𝗖𝗧𝗢𝗥 ⊵ ʟᴏᴜᴅ ʙᴀʙɪ ᴀɴᴅ ʟᴏᴜᴅ ᴄᴏʀɪɴɢᴀ ⊴ [ 🐴 ] ━ Bárbara vai passar as férias na fazendo do seu avô, ela vai ficar sem Internet, sem fazer ligações com os amig...