08 | 100% solteira.

853 102 8
                                    

Minha mãe está traindo o meu pai. 

Será que esse foi o motivo por ela insistir tanto que eu viesse para a fazenda? Para levar o amante para o apartamento. Desde quando ela está traindo o meu pai? 

Eu lembro de ele falar " eu amo muito a sua mãe filha, ela é o amor da minha vida e não trocaria ela por nada nesse mundo. " como será que ele vai ficar quando descobrir a traição? Eu com certeza vou ficar do lado dele, eu odeio traição e odeio mais ainda a pessoa que trai. 

Mas isso quer dizer então que eu odeio a minha mãe? Não. Eu considerava a minha mãe a " melhor mãe do mundo " bom, eu não considero mais. 

— Mesmo que eu não me preocupe nenhum pouco com você, por que você está chorando? 

— eu não estou chorando… - toquei no meu rosto e senti que estava molhado, meu Deus eu estava chorando sim. 

— olha eu não sei o que aconteceu, mas eu tenho certeza que uma coisa vai te deixar feliz. 

[...] 

— Onde que eu catar bosta de cavalo vai me deixar feliz? - digo para o Augusto que me entregou uma pá. 

— eu disse que ia te deixar feliz? - ele pergunta. - eu tenho certeza que eu disse para você que você iria ter outro motivo para chorar. 

Assassinato é crime Bárbara, você vai para cadeia se tu matar esse filho da puta. - meu subconsciente diz. 

Tão babaca. Um babaca lindo, mas continua sendo babaca. 

— esse é um dos seus trabalhos que você falou para batchan que não fez ainda? - pergunto já consciente que ele não iria responder a minha pergunta. 

— Sim. - ele respondeu, e isso me deixou um pouco surpresa. 

— Então você vai catar as bostas. - digo entregando a pá. - e você quem trabalha para o meu avô, não sou eu. 

— mas que eu saiba é você que quer andar de cavalo, não sou eu. E para tirar os cavalos daqui, tem que catar as bostas. 

— Eu não ganho nada do seu avô para fazer os serviços da fazenda Bárbara, eu faço porque eu não tenho nada para fazer. 

— mentiroso. 

— Se você acha que eu estou mentindo, pergunte para o seu próprio avô. - ele diz me entregando novamente a pá. 

Estou começando a considerar o assassinato una boa ideia, e também é muito tentador. 

— Pensando bem eu perdi a vontade de andar de cavalo. - joguei a pá para o outro lado. - não vale a pena eu ficar um dia inteiro catando bosta de cavalo, e escurecer e amanhã tiver mais que hoje. 

— vai escurecer se você ficar aí enrolando, mas se você for rápido, vai dar tempo de você aprender a andar de cavalo. 

— Eu não quero mais. - respondi. 

Eu queria, é muito. Mas não vou confessar isso para esse mauricinho da fazenda. 

— Quem enganar quem Bárbara? 

— Eu vou brincar com o Bob, já você pode ficar aí catando bosta de cavalo. 

— o Bob não está na fazenda, o seu avô levou ele para tomar vacina na cidade. - ele diz. - ah, o seu avô ficou muito irritado quando viu que o cachorro não estava preso na coleira. 

— Eu estou muito triste! - ouvi a Carol e eu vi a mesma vindo na nossa direção, olhei para o seu rosto e reparei que ela estava chorando. 

— meu Deus do céu hoje é o dia de todas as mulheres chorarem e ninguém me avisou? - Augusto disse indignado é eu olho feio para ele. 

– cala boca. - digo a ele e ele revira os olhos. - O que aconteceu Carol? 

— O Arthur está traindo. 

— como é que é? - o Augusto foi o primeiro a perguntar. - Hoje também é o dia de todo mundo trair todo mundo? 

— Não é possível, Carol, ele é apaixonado por você. - digo. - eu só estou um dia aqui na fazenda, e eu percebi que toda vez que o Arthur te olha, é um olhar apaixonado. 

— e por acaso você sabe o que é um olhar apaixonado? - o Augusto pergunta. 

— eu sei, o meu ex me olhava assim no comecinho do nosso namoro. - respondo e a Carol abre um pequeno sorriso. 

— Se você falou ex é por que você não está mais namorando né? 

— Sim, 100% solteira. 

— ouviu né Victor? Ela tá 100% solteira… você está 100% solteiro. - Carol disse e ele olhou feio pra ela e a Carol mostrou o dedo do meio. 

— voltando no assunto do Arthur, eu tenho certeza que ele não está te traindo. - digo. - Falando no Arthur, onde ele está? 

— saiu. - ela responde. - certeza que foi ver a amante. 

— Eu conheço o Arthur, ele é o meu melhor amigo e eu posso te garantir que ele não está te traindo. - Augusto diz. 

— Então como você diz que ele é o seu melhor amigo, ele te contou que ele foi falar com o avô da Babi para pedir uma semana de férias? 

— ele pediu? - Augusto pergunta é a Carol faz sim com a cabeça. 

— Então vamos conferir se ele está te traindo ou não. 

— como Victor? Ele nunca vai confessar. 

— você não disse que ele acabou de sair? - ele pergunta. - Vamos ir atrás dele e vermos com os nossos próprios olhos aonde ele está indo. 

— é uma boa ideia Victor. Pela primeira vez você usa isso que você chama de cérebro. - ela corre na direção da caminhonete 

— Ei, eu vou atrás! Tu pode ir na frente com o Augusto. - digo mas a Carol me ignora. 

— Eu não posso, vai que o Arthur me vê e vai pensar que eu estou perseguindo ele. Agora se ele ver vocês dois, ele vai pensar que o seu avô pediu para o Victor te trazer para cidade pra comprar alguma coisa. Bom… era isso que ia pensar se eu visse vocês dois juntos. E também eu iria pensar em outra coisa. 

— o que? - pergunto. 

— ele estaria te levando para o motel. 

— CAROLINA! 

— o que foi? Foi você que perguntou! 

— Me arrependi já. 

Augusto entrou dentro do carro e olhou pra minha cara. 

— o que foi? 

— Você sempre arruma uma desculpa para não fazer os serviços? 

— sempre. 

●●●
Continua...

𝗠𝗬 𝗩𝗔𝗖𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡 𝗢𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗙𝗔𝗥𝗠 | babictorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora