09 | A fuga da Babitan.

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( Babi narrando )

— por que estamos na frente da floricultura? - Carol pergunta confusa. 

— Porque o seu namorado está ali. - Victor responde tão confiante que parecia que ele sabia que o Arthur estava em uma floricultura. 

— como você tem tanta certeza que o meu namorado está ali dentro? 

— porque o carro dele está ali né tonta. - Ele aponta para um carro que estava estacionando. 

Eu não sabia com qual carro o Arthur estava, mas a Carol sabia. 

— O que ele está fazendo em uma floricultura? - Carol pergunta e o Augusto olha pra ela como se fosse o óbvio. 

— ele deve estar comprando flores… pra você. - digo mas ela negou com a cabeça. 

— esse desgraçado sabe que eu prefiro mil vezes flores do campo do que artificial. 

— Que frescura. - Augusto diz revirando os olhos e encosta a sua cabeça no vidro do carro. 

— vamos embora, quando esse corno chegar em casa eu vou terminar com ele. 

— isso tá errado. - Augusto diz virando a chave e liga o carro. 

— que? 

— tecnicamente você é a corna, já que ele está te traindo. 

Eu me encolhi no banco e comecei a ouvir eles discutirem, até tentei falar para eles pararem de discutir dentro do carro que essa discussão poderia causar um acidente, mas eles me mandaram calar a boca.

Teve até um menino que estava prestando atenção na briga dos dois no carro ao lado. Ele até colocou um papel no vidro e estava escrito.

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    eles estão tendo um 
          dr de casal?
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Eu não respondi, eu apenas ri. 

— você é um filho da puta, e o seu amigo também é. - Carol diz. - Ah, fala isso a ele que a ex-namorada dele falou que ele é um filho da puta. 

— por que você não diz? Você não vai terminar com ele? Então já aproveite o embalo e fale que você acha ele um filho da puta. - ele responde ela e senti que o carro estava parando. 

Ergui a minha cabeça e vi que estávamos na frente de um supermercado. 

— o que estamos fazendo aqui? - perguntei. 

— a batchan pediu para comprar algumas coisas para ela preparar na junta de hoje. - ele disse tirando o seu cinto. - vocês vão querer entrar também? 

— Você vai pagar se nós pegarmos chocolate? - dessa vez foi a loira que perguntou. 

— e claro que não. Eu só vou comprar as coisas que estão na lista, o que vocês comprarem que esteja fora da lista, vocês vão pagar. - ele diz. 

— Então não vamos, vamos ficar aqui no carro falando de como você é um chato. 

— bom papo para vocês então. - ele diz saindo do carro. 

Não demorou nem cinco minutos para a loira pular para o banco da frente, no banco do motorista. Antes que eu pudesse perguntar, ela girou a chave do carro e colocou o cinto. 

— esse bocó sempre deixa a chave aqui, a batchan sempre chamou a sua atenção. Mas ele sempre a ignorou. 

— A pergunta que eu quero fazer é simples, você sabe dirigir e se sabe, tem carteira de motorista? - perguntei. 

— Sim e não. - ela respondeu. 

— Então você sabe dirigir mas não tem carteira de motorista? 

— O Victor sempre ficou colocando minhoca na cabeça do Arthur e do seu avô dizendo que era uma perda de dinheiro eu tirar carteira de motorista. Então eles não me deixam dirigir na cidade, mas sempre me deixam ficar dirigindo por aí no sítio. 

— Então se a polícia parar a gente, nós vamos nos ferrar? 

— Sim, então reze para nenhuma viatura parar a gente. 

Eu comecei a rezar, Deus, eu sou muito nova para ficar atrás das grades ou alguma coisa do tipo que envolva cadeia. Então por favor não coloque nenhum policial atrás do nosso carro enquanto a Carolina estiver ao volante. 

Paramos no primeiro semáforo. 

— isso é tão legal, isso está sendo a " fuga da babitan " 

— a fuga do que? 

— babitan. E Babi com o seu apelido de Bárbara e Voltan que é o meu apelido. 

— legal. - disse sorrindo quando escutei o celular tocar. 

Não era o meu, só poderia ser da Carolina. 

— olha o diabo me ligando. - ela diz olhando para o seu celular. - Babi, atende ai pra mim. Eu estou dirigindo e não posso mexer no celular. 

Ah não. 

Peguei o celular da sua mão e deslizei para o lado. 

Augusto - Carolina, onde você está sua retardada? Você por acaso esqueceu que você não pode dirigir na cidade? tu vai para cadeia se a polícia te parar. 

Bárbara - ela está dirigindo no momento e não pode falar no momento.

Augusto - Bárbara!? A Carolina está do seu lado, não está? Coloque no viva voz para essa burra me ouvir. 

Eu fiz o que ele pediu. 

Augusto - colocou no viva voz? 

Bárbara - coloquei. 

Augusto - CAROLINA, VOCÊ FICOU MALUCA DE VEZ? SE EU VER UM ARRANHÃO NO MEU CARRO, EU VOU FAZER TU COMPRAR OUTRO CARRO PRA MIM SUA IDIOTA. 

Carolina - por que você está gritando?

Augusto - porque é o MEU carro que você está dirigindo e ainda sem a MINHA PERMISSÃO! Olha que você não aparecer no mercado em três minutos, eu vou ligar para polícia e dizer que uma menor de idade está dirigindo. 

Carolina - eu não sou uma menor de idade. 

Augusto - mas em quem você acha que o policial vai acreditar? Em uma pessoa que tem uma cara de acima de 18, ou uma menina que tem 18 mas com cara de 16? 

Carolina - você é um chato hein? Olha para a esquina.

Ele olhou e eu nem percebi que estávamos na esquina do mercado.  

A loira pulou para trás, e o Augusto verificou se não tinha nenhum arranhão no carro. 

Quando ele verificou, ele colocou a compra atrás do banco de motorista. O mesmo abriu a porta e quando se sentou, jogou um um salgadinho de queijo com orégano que eu amava no meu colo. 

— e pra mim? - perguntei. 

— é. - ele respondeu sem olhar pra minha cara. 

Eu agradeci e me perguntei ao mesmo tempo como ele sabia que eu amava esse salgadinho e eu não descartei a possibilidade de ele ser um bruxo. 

Eu abri, ofereci para todos que disseram que não queria. 

Não demorou muito para o Augusto e a Carolina começarem a brigar. 

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Continua...

𝗠𝗬 𝗩𝗔𝗖𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡 𝗢𝗡 𝗧𝗛𝗘 𝗙𝗔𝗥𝗠 | babictorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora