Capítulo 16

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E esse capítulo começa com um pedido de desculpas. Gente, não sei mesmo como me desculpar pelo tamanho sumiço, eu realmente não mereço leitoras como vocês. Tive muita coisa nessas últimas semanas e não deu mesmo para me dedicar o suficiente para esse capítulo, porque, como vocês vão ver, ele precisou de uma grande dedicação. Se você está lendo isso, é porque não desistiu de Seguindo Em Frente, então muuuuito obrigada por continuar com a minha história! Esse é o flashback mais importante de todos, espero que gostem <3


Eu não saberia dizer muito bem como tudo aconteceu. Na minha cabeça, são flashes que passam em câmera lenta de um jeito que me deixam completamente perdido. Como se o tempo tivesse parado, os sons não existissem, as pessoas se arrastassem na minha frente, os movimentos fossem como areia movediça. Eu me lembro de braços me segurando, me abraçando, e vozes. Não saberia dizer o que as vozes me diziam, parecia informação demais para suportar. Tudo parecia grande demais para suportar. As luzes do ambiente pareciam exageradas, a pena das pessoas diante de mim parecia exagerada também. Mas não era. Nada seria exagerado dado o que aconteceu.

4 de Julho. Naquele ano, eu tinha uma energia a mais para comemorar a data, afinal, Olivia a passaria comigo. É, depois do casamento da minha prima, não foi muito difícil conseguir convencê-la a passar mais uma ocasião com a minha família, ela já havia notado que todos eram legais e iriam recebê-la bem. Também convenci minha mãe a nos deixar ficar no mesmo quarto, o que foi engraçado, não por minha mãe, mas pela minha namorada que passou um tempão dizendo que seria abusar demais pedir uma coisa dessas, que nos achariam dois safados e mais um monte de coisa. Caramba, foi difícil fazê-la entender que meus pais estavam tranquilos com isso.

Em resumo, tudo parecia estar exatamente em seu lugar. Perfeito.

— Eu poderia passar a vida inteira viajando — Comentou Olivia com um sorriso enquanto colocava a cabeça na janela do carro, sentindo a brisa em seu rosto e deixando os cabelos esvoaçarem para trás. Eu tinha de me conter para não ficar a olhando o tempo todo.

—Contanto que eu esteja nessas viagens também, concordo totalmente — Retruquei divertido, sem dizer nenhuma mentira. Quão maravilhoso seria fazer inúmeras viagens com aquela garota ao meu lado? Até as fotografias ela conseguia deixar melhores.

— Dan, para de falar como se você já não estivesse incluso — Ela fez uma careta, bagunçando meu cabelo, o que me fez sorrir. — Mas sério, tem sensação melhor que a de viajar? Conhecer lugares novos? Se sentir parte do mundo? — Seu ar era contagiantemente sonhador.

— Vou dizer outra sensação boa em viajar: A de ter sempre um lugar para voltar — Confessei.

— É, acho que nada ganha do sentimento de se sentir em casa.

— Viu? Essa sim é a melhor parte de viajar.

— Quero sentir isso sempre que estiver em um lugar novo - Olivia admitiu, cruzando os braços atrás da cabeça. - Mas sabe que eu li em um livro que lar pode não ser um lugar?

— Sério? — Ergui uma sobrancelha, tentando entender seu raciocínio.

— Casa não é um lugar, é uma pessoa. Acho que é verdade — Ela disse com um sorriso fraco, parecendo um tanto sonolenta ao se aconchegar mais no banco do carro.

Parei para pensar por um instante sobre aquilo que dissera. Não era a ideia de voltar para o lugar que eu morava que me animava a voltar para a Filadélfia, era a de rever minha família. De que adiantaria a casa vazia se eles não estivessem lá? Se meus pais, Jordan e Henry não estivessem presentes? Bem como meu apartamento não seria minha segunda casa se Olivia e Jack não ficassem sempre lá. De fato, um lugar nunca traria a sensação de lar se as pessoas que você ama não estiverem nele. As pessoas são sua casa, afinal. É a ideia de voltar para elas que faz viajar ser algo bom.

Seguindo Em FrenteМесто, где живут истории. Откройте их для себя