Depois, saio de baixo da cama e caminho na ponta dos pés para a sala e tranco minha porta novamente, ela não está arrombada, a pessoa simplesmente tinha a chave, ou então usou algum macete pra abrir.

Passo as mãos pelos cabelos e pego meu celular, disco o número da Bruna, ela demora um pouco pra atender e então escuto a voz rouca dela do outro lado da linha.

—O que foi? Eu sou uma piranha não morcego!— Ela diz com a voz de quem acabou de acordar.

—Invadiram minha casa, vou correndo pra aí!— Digo com a respiração descompensada e com o coração ainda disparado enquanto arrumo uma bolsa pequena com as roupas do trabalho e da aula de dança.

—Perai, eu estou sonhando ou eu escutei você falando que sua casa foi invadida?

—É isso mesmo, vadia!! Abre a porta que eu vou meter o pé!!

Saio da minha casa, desço as escadas na velocidade da luz, atravesso a rua e entro no prédio da Bruna, subo para o andar dela e vejo a mesma já me esperando na porta de pijama, bobs nos cabelos e a cara toda amassada.

—Dona Florinda?— Pergunto me atirando para dentro da casa dela.

Não é hora pra brincadeira, mas não pude perder a chance.

[...]

Na empresa.

Quem disse que eu consegui trabalhar hoje? Minha cabeça está presa no acontecido da madrugada e eu não consigo focar no meu trabalho.

O dia passou e eu estou a flor da pele, nem sei se vou conseguir ir pra escola de dança hoje...

Recebi muitos puxões de orelha do Miguel por eu não estar fazendo o meu trabalho como deveria, mas eu simplesmente não consigo me concentrar.

O telefone tocou e logo atendi, o Miguel pediu para eu comparecer a sala dele. Levanto rapidamente e vou até a sua sala.

—O que deseja?— Pergunto.

Não, eu não havia contado pra ele o que aconteceu.

—Eu quero saber o que está acontecendo com você? Sua cabeça tá longe, seu trabalho hoje está péssimo, o que está acontecendo, Victoria?— Ele junta suas mãos e coloca elas em cima da mesa esperando a minha resposta.

—É que... Aconteceu algo que não sai da minha cabeça...

—Algo ou alguém?—Ele pergunta semicerrando os olhos em minha direção.

—Algo e alguém...—Digo e vejo o seu maxilar enrijecer.

—Entendi... Quero que deixe seus relacionamentos fora da empresa, não quero estar lidando com você apaixonada e com o seu trabalho péssimo.

Ele acha que eu estou apaixonada? Não!!

—Não, não é isso... Eu não estou apaixonada por ninguém!

—Não?— Não entendi... Ele pareceu feliz mas desapontado... Que homem bipolar!

—Minha casa foi invadida na madrugada de hoje...

—O quê??— Ele levanta da cadeira imediatamente.—Você está bem? Te fizeram algo?

—Não... Quando eu percebi que tinham invadido a minha casa, eu me escondi até a pessoa ir embora.

Ele me olha parecendo analisar se eu tenho algum ferimento.

—Meu Deus... Te roubaram?—Ele se aproxima de mim boquiaberto.

—Não, não levaram nada... Até porque minha casa não tem nada de valioso, não tem porque invadir a minha casa... Nem o prédio... Na verdade não faz nem sentido alguém querer roubar algo naquele bairro!

o AMOR de um CEODonde viven las historias. Descúbrelo ahora