CAPÍTULO 8

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-"I should be over with the butterflies.." - S/N começa a cantar com sua voz faliu, mas sem abrir os olhos.
Natasha solta um suspiro de alívio, mais as lágrimas ainda percorrem todo o seu rosto.
- Natasha? - Pergunta S/N, imitando o sotaque russo que Yelena faz no "sh".
- Você me escuta? - Natasha pergunta de volta, com esperança.
- Eu sinto muito, devia ter te escutado. - Fala abrindo os olhos o máximo que pode, apesar de o olho roxo estar semi-cerrado.
- Não precisa sentir, Está tudo bem. - Natasha passa mão levemente pela testa de S/N, tirando o cabelo de seus olhos. - As vezes eu sinto que a vida real é uma decepção.
- Senti falta desse seu pessimismo. - S/N finalmente abre um sorriso.
- O tempo de visita acabou. - Alerta uma enfermeira. O que se pareceram cinco segundos, se passaram uma hora e meia.
Natasha vai encontrar o homem da perícia para dar notícias.
- Você cuida dela?
- Se você prometer visitá-la e não me largar aqui sozinho.
Natasha ri e agradece.
Ela está indo para casa, mas passa pelo mercado e lembra que tinha prometido fazer uma coisa pra si mesma. Natasha destranca a porta com um grampo de cabelo, e bate-a na parede. Sem falar nada, ela agarra Robert pelo moletom e o pressiona contra a parede.
- O que você fez?! - Natasha grita.
- Em relação a que? - Natasha esperava que ele ficasse assustado, mas seu tom de voz continua firme.
- Você sabe muito bem do que estou falando, responda!
- Ela disse que só tinha ficado comigo pra te deixar com ciúmes. E que ela era lésbica. Só fiz o meu trabalho.
- Cala essa boca! - Natasha dá um murro no rosto de Robert, fazendo uma gota de sangue cair da sua boca e parar no chão.
- Porque? Tem medo da verdade? Ela mereceu!
Natasha vai pra cima de Robert, dando uma sequência de socos em seu rosto, quebrando seu nariz.
- Você gosta disso? É assim que ela está agora! - Natasha não para de bater nele. Até ela perceber que a porta estava aberta. Se qualquer pessoa visse, só ia piorar as coisas. Ela sai sem dizer nada.
~quebra de tempo~
Natasha está em casa, usando o moletom que ela divide com S/N, fazendo uma chamada de vídeo para ela no Skype.
- Oi! Como você tá?
- O Cole, aquele cara que você deixou aqui comigo, me levou na lanchonete. E eu comi um Cheeseburger.
- Você já consegue andar?
S/N nega com a cabeça.
- Estou louca pra você voltar pra casa.
- Antes de ir, você falou com o Cole sobre tudo o que rolou? - O tom de preocupação aumenta na voz de S/N.
- Ele não precisa saber, por enquanto. - Natasha dá um sorriso de canto enquanto abre seu saco de batatinhas.
- Eu me decidi. Não vou voltar pra aquele mercado. - Conta S/N.
- É bom mesmo, o Robert era muito estranho.
- Como assim era?
Natasha para de mastigar sua batatinha.
- O quê? Bom, então quer dizer que você vai ficar aqui comigo, né? - Natasha muda de assunto.
S/N acena com a cabeça, um pouco desconfiada.
~quebra de tempo~
Duas semanas se passam, mas Cole fez questão de não dar notícias de S/N para surpreender Natasha no dia em que ela voltasse para casa.
Natasha está lendo, e ela ouve o barulho de uma chave se unindo a fechadura da porta, o que a-faz se levantar esperançosa.
- Ai meu Deus! - A voz de Natasha treme quando S/N vai abraça-lá. - Você está ótima. - Natasha fixa suas mãos nas bochechas geladas de S/N.
- Afinal de contas aposto que não se arrependeu de ter me dado essa chave. - Diz Cole sorrindo, um pouco atrás das duas.
- É, acho que não. - Natasha devolve um sorriso.
- Nós trouxemos um presente. - Da lanchonete do hospital. - S/N mostra a pequena caixinha colorida.
- Feijoezinhos mágicos do Harry Potter? - Diz Natasha, rindo e pegando a caixa. - A gente tem que provar isso depois.
- Eu fiquei sabendo que vocês precisam conversar. Vou deixá-las a sós. - Diz Cole, esperando a permissão de Natasha.
- Você contou? - Sussurra Natasha.
- Sinceramente, se naquela mesma época que nós começamos o caso, eu teria uma reação bem diferente do que tenho agora. E você não vai querer saber qual é. - Cole sai, apontando o dedo indicador para Natasha.
- Eu não quero mais brigar. - Natasha começa, depois de dar um longo suspiro.
- Nem eu. Eu só estou com medo. Do que pode acontecer se mais alguém descobrir.
- Eu também, é um medo inevitável. Mas você está tão quebrada que não confia em si mesma. Se você quiser, isso vai dar certo. Um silêncio se instala, Natasha percebe que é seguro para tentar roubar pelo menos mais um beijo de S/N. Ela se inclina, e quando seus lábios tocam nos dela, Natasha se sente novamente no chão daquele banheiro.
Quando suas bocas se desgrudam, seus nariz ainda se roçam quando uma delas respira.
- Eu não sei de nada. Não sei quem eu sou, ou quero ser. Só sei que quero fazer isso todos os dias enquanto eu viver. - Natasha sussurra.
- Me desculpe por te machucar tanto.
Ótimo, momento do perdão e reflexão. - Pensa Natasha.
- E eu prometo que vou tentar ser menos controladora.
As duas riem, e quando se dão conta, já estão se beijando denovo.

O Resgate Que Nos Uniu {Natasha Romanoff/You}Where stories live. Discover now