CAPÍTULO 4

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-Tudo bem, eu achei. - O homem achata a pasta na mesa e começa a procurar pistas.- Aqui diz que na maior parte das vezes ela passava as noites na parte de cima de um mercado quase falido, o dono de lá, ainda está na ativa, nós podemos passar por lá.
Natasha acena com a cabeça.
Eles chegam ao pequeno mercado, que por acaso era muito perto do local onde S/N caiu.
Talvez signifique algo importante. - Pensa Natasha.
Eles entram, e quando abrem a porta não há ninguém. Apenas um grande gato preto, que rosna para Natasha mas depois se esfrega em suas pernas, e um grande vazio silencioso.
- Não é possível, a ficha dizia que ele morava aqui. - Lamenta o homem, passando a mão entre os cabelos crespos enquanto anda pelo andar.
- Vocês procuram por alguém? - Um garoto, de no máximo 25 anos, está com uma aparência aflita, como se não fizesse nada além de ficar deitado na cama a dias.
- Sim, você conhece um tal de Benjamin Nikawa? - Pergunta Natasha, com uma réstia de esperança.
- Niwaka?- Sussurra o homem da perícia pra si mesmo.
- É, ele faleceu ontem de manhã. Se vocês vieram comprar cigarros ou alguma coisa assim vão a outro lugar. - O garoto diz sem paciência, a já está prestes a voltar de onde ele saiu, mas é interrompido por Natasha.
- Ei! Por favor, nós precisamos de ajuda. Você conhece uma S/N S/S?
O nome de S/N parece chamar a atenção do rapaz. O garoto está prestes a chorar quando resolve manifestar.
- Não diga esse nome aqui. - O garoto aponta o dedo indicador para o rosto de Natasha e põe a mão na boca como se o gesto fosse impedí-lo de cair em lágrimas.
O homem da perícia e Natasha se olham como se esperassem que alguns dos dois tivesse um plano magicamente. Toda a esperança que eles tinham se transformaram em um senhor morto, e um garoto acabado.
Natasha avista um bebedouro e pega um copo d'água para o garoto com a tentativa de fazê-lo se acalmar.
- Ela começou a passar bastante tempo aqui depois que sua família morreu. Nós crescemos juntos. - Conta o garoto, tentando se recompor. - Mas quando ela soube que o meu avô estava com um câncer terminal no coração, simplesmente parou de nos visitar. - Ele olha para Natasha.
- Obrigada. - Natasha simplesmente sai sem dizer mais nada e o homem a segue. O garoto continua sentado ali, como se não pudesse acreditar em nada daquilo.
Natasha tenta voltar o mais rápido possível para o apartamento, ela precisa contar o que descobriu sobre a memória de S/N.
- S/N! O nome Robert Niwaka te soa familiar de alguma forma? - Natasha entra tão rápido pela porta que S/N se assusta.
- Não sei, acho que não.. talvez.
- Eu preciso que você pense.
Depois de alguns minutos, uma ideia surge na cabeça de S/N.
- Sim! Sim! Eu sinto que já ouvi esse nome!
- Ótimo, temos um progresso. - Natasha se acalma e dá um sorriso que se estende conforme ela olha pra S/N.
- Obrigada por tudo isso. - Diz S/N, ainda olhando dentro dos olhos de Natasha.
- Pelo quê?
- Por TUDO ISSO, me deixar ficar nesse apartamento lindo com você - S/N diz isso abrindo os braços e Natasha ri. - Por estar fazendo todo esse esforço pra restaurar a minha memória. Você tem sido minha melhor amiga.
Natasha sente um afeto imenso por dentro, mas as últimas palavras fizeram Natasha sentir pena de Robert, pelo o quanto ele deve se sentir solitário, e triste sem S/N e seu avô ao seu lado.
- Exatamente, e por isso acho que merecemos descansar. - Natasha levanta da cama, se animando. - O que você acha de eu te levar pra jantar?
- Jantar?
- É, porque não? Parece legal.
~quebra de tempo~
Natasha está pronta para sair, esperando S/N. Ela veste um vestido preto justo que vai até os joelhos, e realça seu cabelo ruivo.
S/N aparece, colocando os brincos na orelha.
- Desculpa a demora.
- Uau. - Natasha parece impressionada, e decepcionada por não ter se esforçado mais. - Se eu soubesse que você ia pegar logo o meu melhor vestido, eu definitivamente teria me arrumado melhor.
S/N pegou um vestido azul escuro, muito brilhante, que tem um grande decote dentre as canelas.
- Está pronta? - Natasha se levanta, e dá um pequeno suspiro imperceptível.
S/N acena com a cabeça, como se estivesse suspirando com os olhos.
Elas estão no carro, há um silêncio mortal. Provavelmente porque S/N está sem graça por Natasha estar se esforçando muito para cuidar dela, e Natasha simplesmente porque está se preocupando mais com a direção do que a conversa.
Uma música começa na rádio, e Natasha começa a cantarolar.
'Cause after all this time, I'm still into you.
S/N percebe, e começar a cantarolar junto.
Elas começam a cantar cada vez mais alto, e mais alto, até que era impossível não perceber o barulho. Natasha dá uma risada rara, e era possível perceber que ela estava realmente feliz ali.
- Nós chegamos. - Natasha diz, se recompondo das grandes risadas. Ela sai do carro, dá a volta, abre a porta para S/N, e pega sua mão, a-guiando até o restaurante, o que faz o rosto de S/N ficar vermelho.
Quando elas entram, há uma garota cantando Single Ladies, da Beyoncé, no karaokê, que fica ao lado do balcão de um pequeno bar.
- O que eu gostei daqui, é que eles misturam vários climas diferentes! - Natasha grita, considerando que é quase impossível falar com toda a música.
Elas conseguem uma mesa, e S/N pega o cardápio quando a garçonete se aproxima.
- Eu quero um trio coquetel.
- Ei, você não vai beber. - Natasha interrompe.
- Porque não? Eu sou maior de idade.
- É, mas você está em efeito de amnésia. - Natasha se volta para a garçonete. - Na verdade, pode trazer sim. Eu vou beber.
- O que? Que injusto! - S/N grita, angustiada.
- Dá pra calar a boca? O restaurante todo vai ouvir! - Quando Natasha percebe já estão todos com os olhares voltados para a mesa delas. - Você está sendo extremamente infantil! Estou tentando te proteger!
- Você mesma disse que nós viemos aqui para nos divertir!
- Você quer álcool? Então porque não volta para casa e vai assistir Euphoria?!
A garçonete já saiu da mesa, deve ter desistido.
As duas ficam em silêncio por algum tempo, até que a mesma garçonete de antes traz os coquetéis, para Natasha.
- Obrigada.
S/N tenta pegar um, mas Natasha dá um tapa em sua mão.
- Nem pense nisso. - Ela fala com uma voz firme.
Natasha prova a bebida, e por um momento parece que ela está em outro mundo.
- Ai meu Deus. Moça, quando álcool tem nisso aqui? - Ela pergunta a garçonete.
- 85% de 100%. O resto é corante e água.
- Caramba.
S/N continua emburrada.
Natasha bebe os três drinks seguido um do outro, e sua mente não pensa em parar tão cedo.
Eu preciso de mais.
Ela pede mais 6 coquetéis, e provavelmente sua mente agora já está muito longe de S/N e de qualquer outra coisa.
- S/N? Quando foi que você pintou seu cabelo de verde? - Natasha pergunta com uma voz murcha, passando a mão na bochecha de S/N.
- Eu não pintei meu cabelo. - S/N deveria rir, mas sua voz soa preocupada. - Eu acho melhor nós irmos pra casa. Está ficando tarde.
- Ah, não seja boba. Você está parecendo a minha mãe. - Natasha fala, se levantando para ir ao karaokê.
- Mas você nem tem mãe! - S/N fala para si mesma, indo atrás de Natasha.
Natasha começa a babar e gaguejar no microfone, enquanto S/N a-tenta puxar para sair dali.
- Esse vestido pinica muito! - Quando S/N se deu conta, Natasha já estava tirando a roupa.

O Resgate Que Nos Uniu {Natasha Romanoff/You}Where stories live. Discover now