Thursday (part 1)

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Novamente, o síndico implorava para que Nakahara perdoasse ele e seu sobrinho. Ele aceitava suas desculpas sempre, mas aquele moreno ignorante evitava sequer olhar sem ser para o irritar. 

Como algo "comum", o moreno batia em sua porta chamando desesperadamente pela Verônica novamente. Quem diabos era essa? Chuuya também já esperava que o alcoólatra estivesse com as chaves, então decidiu ficar acordado por mais tempo que o de costume.

Ele tentava não secar o litro de vinho que estava consigo á mais de 2 dias, bebendo iscas para que não acabe tão cedo. Ao seu lado uma caixa e cigarro quase ao fim. Ele lia o mesmo livro de poemas, as vezes brincando com o isqueiro ou se distraindo com a paisagem afora da janela do escritório.

Exatas 03:10 da madrugada, o bebum começou a cometer bullying com sua porta mais uma vez. Chuuya pegou um dos cigarros dentro da caixinha e o acendeu com o isqueiro que se divertia. Uma tragada e a voz do rapaz sumiu. 

Isso era estranho, por um segundo pensou que estava surdo se não fosse por uma chuva forte começar e suas gotas caírem no chão limpo da sacada. Ele fechou a janela e cobriu com a cortina bege.

Novamente, as batidas voltaram. Ele poderia ignorar como sempre fazia, mas o som de chaves se movendo de forma bruta tentando acertar a fechadura da porta o espantavam. Sabendo do que vinha a seguir, ele caminhou com calma até a sala esperando ter seu apartamento invadido.

A porta foi destrancada e a maçaneta girou. Devagar, a figura por trás da porta se mostrou. Aparentando tímido deixando seu casaco longo e sujo cair por seus ombros; a figura chamada Dazai o encarava em pé.

Por algum motivo, os olhos do jovem alcoólatra marejavam e logo ele caiu de joelhos na porta.

— Verônica...? — Ele murmurou, Chuuya não respondeu, somente aguardou o que viria em seguida. 

— Verônica... Essa é a primeira vez... Seu pai não está em casa, não é? — Ele disse olhando fixamente para o chão. O que caía de seu rosto era difícil especificar. Lágrimas ou suor? Poderia ter até sangue no meio ao checar suas ataduras prestes a desatarem.

— Verônica... — Ele repetiu.

— Aé, ela não está mais entre nós por minha culpa... Por eu existir, não é? Chuuya? — Ele perguntou caindo no chão em seguida. O ruivo se sentiu confuso ao escutar seu nome na boca do rapaz. Ao notar que algo estava errado, Nakahara apagou o cigarro e o jogou no lixo.

Ele se agachou para levantar Dazai. Seu corpo estava terrivelmente quente pelo alcool ou uma possível febre. Ele também teria que cuidar das feridas que se abriam que manchavam as ataduras com um tom vermelho e cheiro de ferrugem.

— Sinceramente, Verônica, sei nem se você sequer existe mas somente me trás problemas... — Chuuya comentou arrastando o corpo desacordado de Dazai até o banheiro.

"verônica, open the door!"Where stories live. Discover now