Sunday (part 2)

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Dazai contava sua história de romance que na verdade foi uma tragédia traumatizante. Mas acontece que, enquanto contava, sua língua foi enrolando. O álcool foi fazendo efeito de acordo com o que explicava.

Chuuya percebeu que o moreno chegou a roubar um de seus litros que deveria ter guardado com mais segurança para viajem.

Osamu estava quase caindo para lado vago da janela, prestes a se encontrar com Verônica mais uma vez.

Suas palavras eram tão contorcidas, a única coisa que Nakahara pode entender foi a frase final.

Ele podia sentir a verdade através delas, mas resolveu ignorar e fingir que nunca as escutou na vida. Era algo meloso dedicado a ele.

O ruivo nunca teve a intenção de salvar alguém assim, mas algo o deixou com uma pulga atrás da orelha.

Qual seria o motivo no qual Verônica fez isso? Por que tão de repente? Ele se perguntava bebendo seu vinho.

Ele segurava Dazai pelo pulso para que não acabe caindo da janela e morra. Cansado de ficar tomando de conta de um jovem alcoólatra, ele o arrastou até sua cama e o deixou dormindo esparramado.

Chuuya se banharia para se livrar do cheiro da bebida e do cigarro, logo em seguida sairia em uma caminhada para esvaziar sua mente após a história contada a ele.

E assim fez. Não havia tantas pessoas na rua. Era ótimo mas também péssimo. Com poucas pessoas, era algo calmo; Sem várias pessoas ele seria uma vítima fácil para um possível assalto.

Ele balançou sua cabeça para esquecer o pensamentos ruins e saiu do apartamento.

Dazai sempre anda com as chaves de todos, com isso em mente eu conseguiu a chave do portão de fora que o permite ir até a calçada.

Ele saiu e caminhou calmamente do lado de fora.

A esperança de se esquecer do que foi feito foi abandonada pelo seu senso curioso.

Nakahara era apenas um residente temporário, ele não poderia sair perguntando o que aconteceu para qualquer um.

Confiar em Dazai não é uma escolha, ele é apenas um bebum que desmaia ao se entregar demais ao álcool, quem dirá se ele está falando a verdade?

Isso o deixava com sinais de interrogação em cima de sua cabeça, completamente confuso sobre o que fazer.

Além de não ter tempo o suficiente de descobrir, amanhã pela tarde ele estará partindo desta cidade para voltar a sua querida e única Yokohama.

Seu corpo estava suado e sujo de tanto correr pelos lados, sua garganta também ardia por ter sido exposta ao frio durante a caminhada.

Depois de longas corridas, ele retornou. Alguém vestido com uma blusa longa cor de areia, cabelo castanho escuro e pupilas da mesma cor o esperavam.

Chuuya queria ignora-lo, mas este puxou seu braço e o abraçou na frente do prédio.

Chuuya ficou confuso mais uma vez. Dazai Osamu é pior que um enigma nunca respondido, somente teorias sobre ele existem.

— Que caralho? — Murmurou o ruivo, todavia o rapaz apertou o abraço e descansou seu queixo na dobra de Chuuya.

— Você me escutou. Dificilmente alguém me escuta. Obrigado. — Ele agradeceu. Chuuya estava quase o empurrando na parede, estava tão apertado que ele estava ficando vermelho ou quase roxo pela falta de ar.

— Certo, agora me solte! — Exigiu Chuuya e Dazai o soltou de forma ignorante sorrindo sarcástico.

— Eu não deveria, você roubou uma das minhas chaves! — Iniciou o moreno.

— Oh, então você veio aqui para me cobrar? Aqui estão. — Respondeu Chuuya descendo sua mão até seu bolso onde pôs as chaves. Elas não estavam ali.

O ruivo se desesperou por segundos até o som delas entrando em choque uma com a outro soou em seu ouvido.

Osamu girava elas em seu dedo indicador prestes a gargalhar. Era cedo da manhã, Chuuya não acharia legal receber outro sermão pela manhã.

Chuuya tampou a boca de Dazai o impedindo de fazer um som sequer. O ruivo o puxou para dentro e o fez fechar o portão de volta.

— Você tem mãos pequenas. —

— ...? —

— São fofas. Você me deixa beijar sua mão? —

— Não, obrigado. —

— Apenas dessa vez! —

— Não. —

[...]

Chuuya acabou carregando o rapaz no colo pelas escadas até seu apartamento. Onde seu tio repousava durante o trabalho estava trancado, e ele estava provavelmente dormindo.

Nenhum quis atrapalha-lo, então sobrou para que ele dormisse em seu apartamento mais uma vez, pela última vez.

Chuuya tomou outro banho para se livrar da sujeira e suor. Dazai o questionava atrás da porta do banheiro trancado o porquê de tomar mais de um banho por dia, além de um tão cedo quando vai e volta.

Eles jantaram, ou tomaram café da manhã mais uma vez e foram descansar na cama. Dazai no chão, Chuuya na cama finalizando seu livro de poemas, que conseguiu de volta, pela primeira vez.

Quando acabou, ele o deixaria no criado mudo e pela manhã guardaria em sua mala, porém Dazai confiscou novamente e disse que isso era uma memória do ruivo para ele.

A forma em que Dazai acredita ter sido salvo por Chuuya é completamente diferente da forma que Chuuya acha isso como uma história barata de um bêbado.

Enquanto o que Dazai sente é verdadeiro, Chuuya pensa que é somente uma encenação para roubar seus vinhos e cigarros, como ele fez durante seu banho.

Chuuya começou a pensar, O que Dazai fará quando eu for embora?

Ele bateu a mão em seu rosto com um som de estalo, Dazai se questionou isso enquanto estralava seus dedos finos e branquelos.

— Você se bateu ou eu me quebrei? — Ele perguntou em um tom inocente se sentando na beira da cama, na possível tentativa de se deitar ao lado do ruivo.

— Não importa... —

[...]

Dazai soltava piadinhas sem graça para Chuuya a cada 10 minutos exatamente contados.

Chuuya não aguentava mais escutar ou ver este ser correndo por sua casa, bagunçando e agindo como uma criança livre.

O ruivo deve confessar, era até interessante o sentimento de liberdade que possivelmente ele trouxe para o moreno, e esperava que ficasse.

Dazai sabe que Chuuya irá embora amanhã, e por isso que está se embreagando e exigindo toda a atenção somente para si.

Chuuya gostaria de passar o último dia finalmente dormindo tranquilamente, porém aparentemente nem isso conseguirá por conta do rapaz energético.

Enquanto Nakahara raramente caía no sono e cochilava, Osamu o deixava dormir com a cabeça em seu colo enquanto fazia tranças em seu cabelo.

Suas atitudes são vindas de algum tipo de desejo que gostaria de ter cumprido com a garota que o deixou sem nenhum aviso.

Durante essas brincadeiras, ambos caíram finalmente no sono e dormiram em uma péssima posição. No final, acabaram dormindo agarrados um no outro por conta do frio e preguiça de procurar os lençóis.

Amanhã é o último dia que veria o ruivo, e um pouco doloroso. Principalmente para Dazai.

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