Boa tarde, senhor Parker — cumprimentou SEXTA-FEIRA tirando Peter dos pensamentos. — Chefe está te esperando no laboratório.

— Obrigado, sexta — disse Peter saindo do elevador indo ao corredor onde leva ao laboratório. — Senhor Stark!

— Ei garoto — sorriu Tony levantando a máscara do rosto enquanto DUM-E afastava a ferramenta de soldagem. — Como foi a patrulha?

— Uh... Foi bom! — Respondeu Peter sentando-se na sua mesa, desviou seu olhar para o projeto inacabado em cima. — Parei alguns assaltos, ajudei turistas até caminho de um hotel, foi ótimo!

Tony levantou uma sobrancelha percebendo a mudança repentina, decidiu não tocar no assunto até que seu não-filho esteja confortável para dizer. Continuaram o dia compartilhando novas ideias para projetos, piadas, pequenas explosões causando risadas.

~*~

Peter franziu a testa sentindo senso aranha avisar sobre um acidente, virou-se a tempo de ver Stark se cortando com uma chave de fenda na de fenda entre as manoplas, um corte normal no dedo. Tony xingou baixo limpando o sangue antes que dê alguma infeção com a quantidade de óleo que tinha nas mãos.

Pulou assustado quando ouviu alguma coisa caindo, Peter caiu no chão tapando o nariz e boca com força. Levantou-se preocupado chegando perto do adolescente.

— Peter? -

— Não chegue perto! — Gritou Peter batendo contra a parede, estava ao máximo tentando não sentir cheiro de sangue. — Só... Só limpe o sangue, não aguento o cheiro, por favor.

Tony se afastou saindo do laboratório correndo. Peter abriu os olhos de novo, mas não estavam na cor castanha, vermelhos brilhantes escuras, pupilas com formatos de fendas. Fechou de novo respirando fundo, má ideia, o cheiro do sangue ficou um pouco, piorou ainda mais por causa dos seus sentidos melhorados.

Cerrou os dentes choramingando, não quer machucar seu mentor. Lágrimas se formaram ameaçando a cair, puxou seu casaco cobrindo seu rosto, as mãos tremeram lutando contra o impulso de vampiro.

Stark voltou com roupas limpas e um curativo simples no corte. Foi até Parker ficando na frente, abaixou-se, relutante colocou uma mão no cabelo castanho macio. Percebeu de como o garoto ficou tenso se encolhendo, não conseguia ver o rosto para saber como estava.

— Criança, tem que me dizer qual é o problema — sussurrou Tony suavemente. — Sexta já está arejando o laboratório, estou preocupado.

Prendeu a respiração quando encontrou dois olhos vermelhos brilhantes, as pupilas com formato de fendas. Limpou as lágrimas não pensando muito.

— Isso é algum efeito do seu lado aranha? — Perguntou Tony tirando as mãos de Peter do rosto, as unhas estavam afiadas como garras. Afastou um pouco não querendo ter outro corte acidental.

— Não...— Engasgou Peter chorando, sentiu dois braços fortes o abraçando. — Desculpe... Me desculpa... Eu...

— Está tudo bem — garantiu Tony tentando acalmá-lo. — Só estou fazendo uma pergunta, nenhum preconceito ou desgosto. Pode confiar em mim.

Peter respirou fundo sentindo oxigênio entrar nos pulmões, escondeu seu rosto no peito do mentor sentindo o calor morno do reator arc. Tony fez carinho nos cachos castanhos rebeldes, a tensão foi embora enquanto o laboratório era silêncio absoluto, nem DUM-E pegou um extintor na parede.

— Eu... Minha mãe não era exatamente humana... Existe outros como ela espalhados pelas cidades — começou Peter lentamente, mais calmo que antes. — Precisam de sangue humano para sobreviver.

— Como vampiros? — Comentou Tony surpreso.

— Sim, são exatamente vampiros escondidos da sociedade — murmurou Peter limpando as lágrimas nas bochechas. — Eu não quero matar ninguém para só ter o sangue, tenho medo de machucar meus melhores amigos, May e você, aqueles que estão sempre ao meu redor...

Os lábios formaram uma linha fina, Tony sabia a extensão da preocupação constante de Peter depois que conheceu mais depois de alguns meses na primeira vez que tornaram o estágio oficial. Pensou que vampiros eram só lendas e histórias, não ficou muito surpreso já que existem deuses e são visitados por três, Thor, Loki e Hela.

Se Peter está tão agitado só de ver uma gota de sangue, deve estar com fome, nunca deve ter continuado a beber sangue desde que perdeu sua mãe. Tony parou de pensar sentindo o garoto tremer em seus braços, os olhos vermelhos brilhantes ainda estavam a vista.

— Garoto, faz quanto tempo que bebeu sangue? — Perguntou Tony mudando de assunto.

— Anos atrás...— admitiu Peter se encolhendo. — Onze anos para ser exato.

— Beba o meu.

— Senhor Stark! Não posso-

— Não vou mudar de ideia — Interrompeu Tony fazendo Peter fechar a boca perplexo, afastou a blusa do pescoço. — Tenho que alimentar meu filho, depois irei preparar as bolsas de sangue para você levar para o apartamento ou quando sempre vier aqui.

Peter ficou mais chocado ouvindo Tony Stark admitindo que o via como um filho, ele mesmo via o grande homem como um pai. Relutante, tocou a pele do pescoço passando os dentes caninos afiados, mordeu fazendo quatro furos profundos.

Tony estremeceu pela dor desconfortável, mas apertou Peter para mantê-lo no lugar e não afastar até que esteja bom. Depois de um minuto, Peter se afastou com força limpando a boca cheia de sangue, os quatros furos se fecharam com ajuda da saliva não deixando nada para trás.

— Pareço uma mãe alimentando meu filho — brincou Stark conseguido fazer Parker soltar uma pequena risada.

— Obrigado, pai — disse Peter fechando seus olhos cansados, o lado vampiro finalmente se acalmou depois de anos.

Tony sorriu brincando com os cachos do seu filho, ele poderia se acostumar com o novo título que ganhou.

Irondad & Spiderson 3 (Família Disfuncional)Where stories live. Discover now