CAPÍTULO 1

3.8K 192 13
                                    

S/N está andando de bicicleta numa ciclovia qualquer de Boston, na esquina de um mercadinho que ela frequenta as vezes. Com seus fones de ouvido coloridos, personalizados por ela mesma, S/N não percebe que se não virar para á direita logo, irá cair num penhasco que dá diretamente a uma pequena floresta. E isso é exatamente o que não acontece. Embora há muitas pessoas naquela estrada, ninguém parece ouvir os gritos de S/N. E se ouvem, simplesmente não dão a mínima.
Agora S/N está caída no chão, provavelmente bateu com a cabeça e está com uma mancha enorme de sangue em sua perna esquerda. Seu cabelo está coberto de folhas nos mais variáveis tons. (Junto com um pouco de terra e lama, provavelmente também).
Algumas horas se passam, e S/N continua no mesmo lugar.
Natasha parece estar apressada passando por exatamente o mesmo lugar que S/N caiu. Ela observa a bicicleta, e sabe que ninguém que não fosse burro deixaria a bicicleta largada ali, em frente a um precipício. Ela olha mais, procurando por algum indício do dono da bicicleta. Quando Natasha se depara com o corpo jogado de S/N, já tem algumas cobras e lagartos passando por sua perna sangrenta. Natasha hesita, mas sabe que precisa fazer alguma coisa. Provavelmente isso é efeito de muitos anos como uma assassina, e muitos outros como uma salvadora. Poderia ser simplesmente um corpo morto que a polícia não se responsabilizou ou simplesmente não achou ainda. Ela não tinha nada a ver com isso, nunca viu a jovem na vida, mas precisa ajudar a garota.
~quebra de tempo~
Natasha está numa sala de espera da perícia de Nova York, aguardando os peritos derem alguma notícia sobre a jovem que a algumas horas estava entre a vida e a morte.
- Senhora Natasha Romanoff - Natasha se levanta com esperança.- Você pode vir comigo?
Sem acenar, Natasha segue o homem com uma aparência não muito formal, mas também não muito largada.
Ele a leva para uma pequena sala, que embora completamente iluminada, tem um grande lustre redondo no centro de uma mesa.
O homem suspira, junta as duas mãos e fica encarando Natasha.
- O que é isso? Você vai me interrogar? - Diz Natasha, com um tom de sarcasmo na voz.
- Nós precisamos saber o que aconteceu. Você mesma pode muito bem ter causado o acidente propositalmente. Já pensou na possibilidade? Tivemos muitos casos assim antes.
- Tá legal, isso é algum tipo de piada? Porque eu faria isso? Eu trouxe ela pra cá, provavelmente se não tivesse feito isso ela ainda estaria lá. - Natasha grita, indignada. - Eu até entendo que você esteja pensando isso, se seu conhecimento na perícia criminal for baseado nos livros da Agatha Christie. - Natasha provoca, sufocando uma risada.
Os dois ficam um pouco em silêncio, provavelmente esperando os dois falarem mais alguma coisa.
- Você conhecia a vítima?
Essa frase traz Natasha de volta a realidade, se lembrando que a garota que ela tinha salvo estava a algumas salas dela.
- Onde ela está? Me deixa ver ela! - Natasha levanta-se da pequena cadeira de madeira desconfortável, com um grande desespero na voz. - Eu preciso saber como ela está.. eu... Por favor!
O homem consegue fazer Natasha se sentar denovo.
- Eu preciso que você se acalme. - Ele diz depois de ver o espanto no rosto de Natasha. - Eu não vou deixar você ver a garota antes de responder as minhas perguntas.
- Então vá em frente, acabe logo com isso. - Natasha passa a mão no rosto como se estivesse tentando se livrar da ansiedade.
- Você conhecia ela?
- Não.
- Então porque a salvou?
Eu não sei, apenas fiz. - Pensa Natasha, mas não diz nada.
- Nós não temos nada, Natasha. - Diz o homem, tentando parecer íntimo de Natasha. - A única coisa que temos de testemunha é você. - Ele fica mais um pouco em silêncio, até que puxa uma pasta com a ficha de S/N. - Ela não tem casa. Nem família, nem nada. Nós queremos que ela fique na sua casa enquanto não descobrirmos o que realmente aconteceu, como pena.
- O que?! Isso é realmente necessário?! Porque vocês não acreditam em mim? - Natasha parece chocada.
~quebra de tempo~
S/N acorda numa cama, uma cama quentinha, até que a luz quente do sol invade e toma conta de todo o seu rosto.
- Bom dia. - Diz Natasha, andando em direção a S/N. - Como você está?
S/N se afasta, e parece muito confusa.
- Quem é você? Onde é que eu estou? E... Porque eu estou de só de lingerie?!
- Eu sei que é estranho, e eu também sei que você tem muitas perguntas e eu vou explicar tudo.
- Eu fui sequestrada?! - Pergunta S/N, se cobrindo com o grande cobertor bege da cama de Natasha.
- Não, eu não quero te machucar. Eu.. vou tentar resumir. Você sofreu um acidente e estão achando que foi eu que provoquei. Mas eles não tem provas suficientes para me incriminar então querem que você fique aqui até eles resolverem o que fazer. - Natasha explica, se levantando para mexer em alguma coisa encima do rack de sua TV.
- Tá, que seja, mas você pode por favor me dar alguma coisa pra vestir? - Pergunta S/N, um pouco envergonhada.
- Claro, toma. - Natasha ri e joga um macacão cinza escuro desleixado à S/N quando seu telefone apita com uma mensagem.
Yelena
É hoje. Está pronta?

O Resgate Que Nos Uniu {Natasha Romanoff/You}Where stories live. Discover now