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Igor

Era 00:25 quando meu celular começou a receber mensagens desesperadas de alguma garota aleatória com quem eu já havia ficado em algum outro momento. Nem me dei ao trabalho de ler, apenas fiquei encarando o teto do quarto como se fosse me ajudar a esquecer o dia de hoje.

Minhas notas na faculdade não estavam sendo das melhores, logo mais meus pais saberiam disso e o peso dessa montanha de horrores cairia sobre mim. Não, eu não estou sendo dramático.

E tinha Sophia. Sophia e o senhor Deus das almôndegas, soberano da beleza asiática e todas as merdas de elogios que ela poderia ter sobre ele.

Quando Sophia falou comigo na saída da universidade, cada palavra que dizia era como um soco bem dado no meu estômago. Por que? Não vou falar que não sei.

Eu estava tendo sentimentos por minha melhor amiga, isso é óbvio demais para continuar negando. É um absurdo e um erro sem dúvida nenhuma, mas qual seria o outro motivo para eu me sentir tão incomodando de repente com o fato de ela querer sair com aquele cara?

Talvez, só talvez, possa ser meu instinto superprotetor de melhor amigo pensando que aquele cara pode não ser bom o bastante para ela.

Mas não fazia sentido. Quando ela alegou ter pensado em querer tentar algo com Christian enquanto eu estava tocando e cantando para ela, foi o fim. 

Era nele que ela estava pensando?! Eu não parava de pensar nela!

E ela estava pensando em Christian.

Aquele era um momento especial, só nosso, e ela estava pensando em outro cara.

Peguei o travesseiro com uma raiva visceral que se apossou de mim no momento e esmaguei em cima da própria cara.

O celular começou a tocar de novo e dessa vez atendi com toda a fúria que estava sentindo.

— Para de me ligar, inferno!

— Nossa. Desculpa aí. Mas eu só liguei uma vez, que fique claro.

Meu coração deu um pulo do peito ao ouvir a voz de Sophia. Me ergui na cama com um sobressalto, praticamente gritando em desespero para que ela me desculpasse, mas ela já tinha desligado.

— Que merda — praguejei. O dia estava sendo um completo lixo.

Comecei a retornar a ligação, rezando para que minha melhor amiga não tenha ficado brava. Ela atendeu no segundo toque.

— Pois não?

— Soso, desculpa. Achei que fosse uma pessoa que estava ligando antes, se soubesse que era você não teria dito aquilo, claro...

— Você sabe que pode ver meu nome na tela antes de atender, né?

— Sim... Eu... Eu sei, é só que... Eu estava ocupado, tendo um ataque de nervos e...

Respirei fundo. Estava tendo outro ataque de nervos naquele momento, e eu nem sabia o porquê. Estava estupidamente nervoso.

Ouvi a risada dela do outro lado da linha, e imediatamente meu coração se acalmou.

for the first time; sophigor Onde histórias criam vida. Descubra agora